quarta-feira, 13 de março de 2013

CARACTERÍSTICAS QUE DISTINGUEM Boss taurus de Bos indicus




Julgamento conhecimento da definição da raça ou a sua finalidade zootécnica (padrões estabelecidos).


O estudo das diversas regiões do corpo compreende três aspectos fundamentais:
A)    A divisão e nomenclatura das diversas regiões anatômicas do animal
B)   Sua faixa e principalmente o que cada uma delas representam em quantidade e qualidade de carne dentro da carcaça.
C)    A característica de cada região em relação a sua forma típica e analise das suas eventuais deformações distinguindo-se as novas ou acidentais daquelas obtidas através da carga genética ou hereditária .

Divisão do corpo: cabeça, pescoço, tronco e membros

            Cabeça é dividia em três faces e duas extremidades
a)      Face anterior: fronte, chanfro e aparelho nasal.
b)      Faces laterais: Orelha, fonte, olhos, chifre e narinas.
c)      Face posterior: gamacha, autri jamacha e barba
d)     Extremidade superior: nuca, parótida e garganta
e)      Extremidade inferior: boca

Obs: Face anterior

Constituída principalmente pelo osso frontal onde se implantam os chifres (marrafa). Está  na largura entre os chifres, possui superfície lisa ou com saliência caracterizando algumas raças em:
Gir- marrafa larga na extremidade superior de cabeça, bem alojada para trás sobre a nuca.
Nelore – marrafa estreita, podendo apresentar uma saliência óssea na superfície chamada de Nimbure ou Ninburg, denominação de origem indiana ou ainda Poll de origem européia. Todos esses temos são traduções em português e mais acentuada nos animais mochos.

Obs: A linha longitudinal partindo de marrafa, a fronte apresenta em algumas raças uma depressão característica, estreita – Nelore (também chamada de Guzerá) + larga – Guzerá com fronte em prato.

O chanfro anatomicamente constituído pelas extremidades inferiores do osso frontal, os nasais, os lacrimais, os zigomáticos, os maxilares superiores e as apófises dos intermaxilares.

O chanfro + fronte = Perfil

Em linhas de diversos padrões oficiais das raças brancas, o chanfro é considerado sempre reto observando-se apenas algumas tendências com o Guzerá ou que alguns animais apresentem ligeira depressão no chanfro dando a impressão de focinho arrebitado.

Perfil
Retilíneo
Concavilínio, (ultra ou sub)
Convexivilinio (ultra ou sub convexo) qualquer uma dessas duas  características constitui defeito.

Faces laterais

Orelhas: Devem  estar encobertas na face externa por pêlos curtos e finos e na porção interna por pelos mais grossos e longos o tamanho é médio para grande e pendentes, com exceção do nelore, kangayan, curtas e em posição diferentes do horizontal. São encartuchadas e com as extremidades dobradas para a face.

Face posterior

Ganacha: Porção exterior do maxilar inferior. São ligeiramente convexas e quando compridas e bem afastadas, oferecem melhores condições de mastigação.

Obs: Pescoço

Pele: 
Solta e pregueada, barbela contínua ate o manúbrio. Na raça Sindi o tipo ideal de barbela estende-se até o esterno sendo apenas dobrável até o umbigo.
O pescoço deve ser médio a comprido, correspondente ao animal tipo longilíneo.

Peito:
Deve ser amplo e bem musculoso denotando ampla capacidade respiratória. A amplitude do peito está relacionada com maior afastamento das ultimas costelas.

Cernelha
Deve ser plana em nível com o dorso e larga. Compreende 5 ou 6 vértebras. É ai que se apresenta o cupim na cernelha, formada por um exagerado crescimento do músculo rombóide em forma de rim ou de castanha de café. É a única massa muscular no Zebu que se apresenta entremeada de gordura.

Dorso
Deve ser reto, largo comprido e musculosa. Os defeitos apresentados são observados na elevação e convexo, xifose, côncavo ou selado, lordose defeito de grade.
Desvios laterais, escoliose, é  marcada pelo ligamento fraco da coluna vertebral.
Lombo
Situado entre o dorso e a garupa, alcança-se 6 vértebras lombares, largo e musculoso, pode apresentar os membros defeituosos citados para o dorso. Onde se situa os músculos mais nobres, filé mignon, frauda pelo músculo psoas.
Garupa
Limitada pelo lombo e cauda, músculos, ossos das coxas. A típica deve se aproximar da fossa quadrada com ligeiro estreitamento na região entre ísquios e coxais.

*Saliente pode corresponder a garupa inclinada e escorrida lateralmente (cortante) que constitui grave defeito.

Ocorrências (em toda ela) das “carnes de primeira” assim deve ser muscular e espessa, correspondem os
músculos glúteos, psoas, isquiotibiais.
Constitui o principal centro de impulsão e abriga os órgãos de reprodução (útero nas fêmeas).

Cilhadouro:
Região ímpar situada abaixo da costela entre a interaxilar e o ventre tem como estrutura a parte posterior do esterno e as extremidades das quatro últimas costelas externais.
Defeito: estrangulamento acentuado que prolonga até o nível da articulação escapulo umeral.

Cauda
Região ímpar, implantada na parte posterior da garupa. É formada pelas vértebras e unidades coccídeas possui cerca de 18 à 20 vértebras.
Defeito: quando ela se dirige para trás obliquamente em relação à garupa diz que tem inserção é alta ou baixa conforme o sentido da obliquidade o que constitui defeito em ambos os casos.

Coxa
Deve ser larga e descida, funciona como órgão propulsor do corpo. Apresenta três faces distintas.
Interna: bragada
Externa: coxão
Posterior: nádega. Porte inferior denomina-se culote.

Soldra
Situada no limite da coxa e da perna. Abrange principalmente a articulação fêmur rotulo tibiana, com uma massa muscular saliente na porção posterior (patinho). Na parte inferior ligada ao tronco chama-se virilha.

Perna
Ângulo fêmur tibial a abertura deve ser entre 145 a 160º.

Jarrete
Garrão ou curvilhão, é formado pelas articulações tarsianas, para essa região convergem todos os traços decorrentes do peso das estruturas musculares e do choque dos membros.

Canela
Basicamente  com metatarsianas e metacarpos

Boleto
Base articulações metacarpo falangeana, metatarso falangeana e tendões.


Quartela
Situada entre o boleto e a cova do pé. A posição normal é quando a sua direção para diante faz ângulo de 45º a 50º em linha horizontal.

Duas partes principais, coroa e unhas, que possuem:
Muralha, face interna côncava e externa convexa.
Sola é fria e arqueada, formando uma abóbada.
Ranilha, e estreita essa placa corresponde ao talão do coxo do cavalo.

segunda-feira, 4 de março de 2013

ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO PESCOÇO


Pescoço
O pescoço apresenta uma pele relativamente solta, encontra-se duas ou mais pregas de pele longitudinais ventrais principalmente na região da calha da jugular, que em animais magros a jugular externa pode ser facilmente visualizada. O pescoço é dividido em regiões que facilitam a localização anatômica dos órgãos: porção ventral e porção dorsal do pescoço.


Na porção ventral encontra-se todas as estruturas visceromusculares localizadas abaixo da linha formada pela extremidade dos corpos vertebrais. Na porção dorsal, acima da linha formada pela extremidade dos corpos vertebrais encontra-se as estruturas osteomusculares.

Cada região possui uma importância clínica. Na região dorsal cervical podem ser vias de reconhecimento de lesões neuromusculares, assim como a região cervical ventral abriga a porção visceral do pescoço e órgãos importantes como laringe, faringe, traqueia, esôfago, tireoides, paratireoides, os grandes vasos como as jugulares e carótidas, etc. Lesões nessa região podem causar alterações no funcionamento desses órgãos.

Região cervical ventral

        Nessa região encontra-se o espaço visceral do pescoço, pode-se observar a passagem de grande parte das vísceras que compõe o trato digestório, circulatório, respiratório e endócrino.

         Na região ventral apresenta como limites 06 músculos do pescoço que vão desde a primeira a sétima vértebra cervical, (trapézio, romboide, esplênio, braquicefalico na porção cleidocefálico que por sua vez é dividia em cleidooccipital e cleido mastóideo, omotransverso, esternocefalico que é dividido em esternomastoide e esternomandibular e por fim o músculo esternotireoideo) sendo 04 destes facilmente identificados através da palpação cutânea. São possíveis de identificação através da apalpação os músculos braquiocefalicos, esternocefalicos, platisma, trapézio e ainda parte do tecido adiposo, ou seja, todas as estruturas viscerais apresentam-se no terço médio do pescoço em sua porção ventral.

Músculos cervicais e adjacentes do pescoço

            Esôfago

            O esôfago encontra-se numa porção dorsolateral à traqueia, mas essa localização pode variar, geralmente encontra-se dorsal a traqueia e a nível de 3ª vértebra cervical desvia-se lateralmente à esquerda da traqueia a nível de 5ª vértebra cervical e retorna a porção dorsal até o hiato esofágico. Não é possível observar em qual porção de um corte transversal qual nível vertebral se apresenta, a menos que o corte tenha atingido o terço cranial do pescoço para se observar as estruturas laringianas, a partir daí até seu terço distal a única mudança da estrutura está no diâmetro dos órgãos, porém, não é possível identificar a diferença facilmente. (segue a figura abaixo)
Corte Transversal de um pescoço

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O músculo esternoioideo possui um formato de cordão largo encontrado ventralmente a traqueia que estende-se do manúbrio ate o osso hioide e o músculo esternotireoideo é possui uma forma de correia que corre lateralmente a traqueia.

Em casos clínicos onde é necessário ter acesso direto à traqueia, com o auxilio de uma pinça e uma pequena incisura na região ventral da pele do pescoço, divulsiona-se o espaço entre os músculos e consegue acesso à traqueia sem seccionar o tecido muscular e causar sangramentos.


A região do arco hioideo encontra-se na transição entre cabeça e pescoço especificamente no ponto de flexão da cabeça. Ao ser introduzido uma lâmina nesta região até a articulação atlantoccipital facilmente ocorre a desarticulação desta estrutura.  A ponto de curiosidade os músculos mais superficiais da parede lateral do pescoço estão os músculos omotransverso e escaleno.


Na região cervical ramos de nervos cervicais ventrais surge diretamente da medula espinhal dos animais, esse grande numero de nervos é denominado de placa mioneural, as lesões desta região não causam sequelas graves, visto que é uma porção terminal de nervos. Porém, se a lesão fossena base dos nervos na medula essas sequelas seria observadas.

O tendão clavicular ou intersecção clavicular situada no músculo braquiocefálico é o ponto ímpar de referência na divisão de articulação escapuloumeral. O ponto inicial de formação da calha da jugular se dá na região do esterno pela origem dos músculos braquicefalicos e esternocefalicos que fusionam-se na sua porção cranial, juntos evidenciam o trajeto subcutâneo da veia jugular externa. O garrote é a simples compressão digital da região onde a veia jugular se desemboca na localidade imediatamente ao lado onde ocorre a inserção do músculo esternocefalico. Esse local é denominado de cavidade da jugular ou cavidade jugulocaval.
  
Estruturas viscerais do pescoço

 Essas estruturas encontra-se na porção cranioventral do pescoço, é constituída pelos órgãos como traqueia, esôfago, tireoide, paratireoide, tronco vagossimpatico, carótidas e jugulares.


Esôfago:

É um órgão tubular (20) de musculatura lisa que segue caudal à laringe e dorsal à traqueia, possui um trajeto variável de acordo com a área em que atravessa. Segue dorsal a traqueia ate a 3 vértebra cervical passa lateralmente à esquerda ate a 5 vértebra e posteriormente toma seu trajeto normal ate o hiato esofágico.
Músculos profundo do pescoço.

A importância clinica está na grande possibilidade de obstrução do esôfago na entrada do tórax entre as costelas. Através da palpação esofágica transcutânea, procedimento mais fácil em pequenos animais, mas não impossível em grandes animais devido a possível visualização externa do bolo alimentar em todos os animais. A morte de animais com obstrução esofágica se da por infecções respiratórias devido a entrada de sólidos nas vias respiratórias causando brônquiopneumonia ou ainda a simples compressão da parede do órgão por sólidos pode causar isquemia e ruptura por inflamação e necrose do órgão devido a densa rede vascular e vir a entrar alimentos para a cavidade torácica.

Traqueia

É um órgão cilíndrico e cartilaginoso formado por anéis unidos entre si por uma membrana de tecido epitelial simples (19), está mais superficial que as demais vísceras. Possui um trajeto ventral a base óssea do pescoço (vértebras cervicais) sendo um ponto de referencia básica para localização das vísceras. Essa relação entre a porção visceral se mostra pelo fato das carótidas, esôfago, nervos vagossimpatico e frênico (pela porção esquerda da traqueia), tireoide, jugular interna e alguns linfocentros estarem próximos deste órgão, por este motivo a traqueia é utilizada como ponto de referencia para localização das demais estruturas viscerais desta região.
Em termos de musculatura profunda do pescoço na remoção dos músculos esternocefalicos, braquicefalicos e esternotireoideo resta as musculaturas denominadas de musculatura epaxial cervical. Exemplos são os músculos longuíssimo do pescoço que fazem várias inserções nos processos espinhosos das vértebras. Ainda nessa região do pescoço no seu terço caudal a partir da 3 ou 5 vértebra cervical surge cintas nervosas por conta da intumescência cervical, esses nervos irão fazer a inervação de membros anteriores.

Tireoides

Massa de tecido com uma coloração vermelho-amarronzada envolta por um tecido conjuntivo e apresenta-se diferente nas diversas espécies. Possui em carnívoros lobos alongados e normalmente está posterior ao 3º anel traqueal sendo vascularizada pelas Aa tireoidianas e drena para a veia jugular interna.

Paratireoides

É uma massa de tecido pálido encontrada no polo cranial da tireoide é um tecido ectópico envolto por uma capsula de tecido conjuntivo

Artérias Carótidas

Possui origem no tronco braquiocefálico e segue a direita e a esquerda dorsal à traqueia dividindo-se na altura da articulação atlanto occipital em Carotida interna e externa, a interna passa pelo forame da jugular acessa a base do cérebro (irriga encéfalo) Carótida externa (irriga porções da face). A carotida caminha junto com o nervo vagossimpático e o nervo faríngeo caudal.

Veias Jugulares

As veias jugulares externas recebem confluências vinda das veias linguofacial e maxilar e veias jugulares interna (exceto equinos e caprinos) juntas drenam a musculatura e diversos órgãos e estruturas da cabeça e pescoço. A jugular externa corre no sulco da jugular formado pelos músculos esternocefalico na porção laterodorsal e a porção ventral do músculo braquicefálico a outra lateral, o músculo homohioideo forma o assoalho da calha da jugular. Essa região é utilizada para fins terapêuticos na administração medicamentos e coleta de sangue etc.

Tronco vagossimpático


Saindo do forame da jugular até o nível de segunda vértebra cervical há a origem do nervo vago, este desce seguindo o esôfago e a carótida pelo seu lado esquerdo, esse nervo é importante na inervação de coração, assim como seguindo a traqueia encontra-se o nervo frênico que faz inervação de porção cranial de diafragma. Correm paralelamente jugular a carótida esquerda, nervo vago e nervo frênico, esse plexo é denominado de plexo vago simpático. O nervo vago é um nervo inibidor, ou seja, a lesão nesse nervo causa uma arritmia cardíaca, a simples compressão do olho dos animais com força aumenta os batimentos cardíacos, esse reflexo é denominado de reflexo vago simpático, devido o ponto de chegada do nervo vago e nervo óptico na base do encéfalo.


Faringe


As faringe relaciona-se com os órgãos do espaço maxilo-faríngeo: carótida e jugular internas, glosso-faríngeo, pneumogástrico, espinhal, grande hipoglosso e simpático atrás; - parótida, carótida externa e jugular externa à frente. Abaixo deste plano, as faces laterais da faringe relacionam-se com o pedículo vásculo-nervoso do pescoço, o corpo da tiróideia e os seus pedículos vasculares.