quarta-feira, 24 de abril de 2013

ANATOMIA TOPOGRÁFICA - MEMBRO ANTERIOR


É extremamente móvel com uma amplitude de movimentos em todas as espécies, porém em herbívoros essa mobilidade reduz, mas mesmo assim é muito móvel. Suporta o peso estabiliza o corpo e produz a movimentação, e pode ser usado como defesa em determinados animais.

Em termos regionais podem ser dividido em diferentes áreas que equivalem às divisões anatômicas, superficialmente o membro é dividido em varias áreas tanto pela vista anterior cranial quanto pela vista lateral, que ajuda basicamente a fazer a regionalização das dissecções.

Em termos gerais diz-se que o membro anterior é dividido em região escapular, braquial, cubital, axilar, antebraquial, carpal, metacarpal e falangeada. As divisões transversais regionalizam essas estruturas superficialmente.

A região escapular, anteriormente ou cranialmente, não possui grandes divisões e vai estar delimitada externamente pela protuberância acromial, que determina externamente a escápula, podemos dizer que ela cobre completamente as vértebras torácicas inclusive os processos espinhosos das vértebras. Em termos de estrutura óssea a escápula é a porção mais externa, os músculos supraespinhosos e serráteis, terão inserção nos processos espinhosos das vértebras torácicas.

A vista lateral da escápula vai ser dividida em duas áreas que possui como marco externo a espinha da escápula, pois é externamente palpável em todas as espécies, essa visão é marcada na área mediana da escápula uma vez que na área da espinha escapular vamos ter a fáscia cutânea que vai se inserir na região mediana da escápula, bastante visível. Essa divisão vai marcar uma divisão conhecida como área supraespinhosa e infraespinhosa.

O limite dorsal externamente é correspondente à região das cruzes ou cernelha e o limite inferior o processo acromial da escápula. Delimita-se a área da escápula da seguinte forma:
Abaixo da área escapular observa-se a região braquial, na observação externa do esqueleto no limite lateral da escápula é acrômio e na mesma linha distal ao acrômio encontra-se a articulação escápulo umeral.
Nessa articulação, essas localizações tornam-se importantes para coleta de líquido sinovial, por ser a mais facilmente puncionável em virtude do limite lateral ser bastante superficial, que se estende da área braquial desde aborda da escápula até a borda cranial do olécrano.
Área cubital se apresenta desuniforme e mais curta pela face anterior e mais larga pela face posterior pela vista lateral, formando um triângulo na região dessa articulação, tem como ponto de referência para esta área a tuberosidade do olécrano.
Em sentido distal até a linha articular encontra-se área do antebraço ou borda da cabeça do rádio, se tem a área cubital, principal via de acesso venoso na região em pequenos animais, em grandes animais esse acesso por ser realizado através das veias jugulares.

Onde se tem a articulação intercarpiana e carpofalangeana em sentido distal temos a região de mão, e não é incorreto mesmo em quadrúpedes chamar essa estrutura de mão caracteriza a extremidade distal do membro anterior e não o fato de apresentar polegar opositor.

A região da mão começa próxima a articulação carpiana e termina na ultima falange. Quando se está na região falangeana é possível observar principalmente na espécie bovina que a estrutura dos dedos as porções livres dos dedos estão relacionadas principalmente pela falange distal e falange média, pois a falange proximal está firmemente aderida e fixada pelo ligamento suspensório, no caso do equino não vale por ele apresentar um dígito apenas.

Músculos que recobre o membro torácico são representados pelo cinturão escapular formado pelos ossos que do membro anterior até a região do braço, o músculo braquial, mais os músculos que mantém unido ao tronco.
Os músculos superficiais são representados pelo trapézio porções cervicais e torácicas o mais importante músculo do cinturão escapular, pois mantém a fixação do membro ao tórax e sua estabilização, faz o trabalho de elevação, não é uma fixação definitiva em virtude de essa musculatura fazer o trabalho de elevação e tração cranial dos membros que inicia o passo.

As bases ósseas que formam o membro torácico vão ser formadas pela cintura escapular, quando se fala em ossos se restringe até a escápula, úmero, radio e ulna, carpo metacarpo e dedo.

Presença de ventres motores das articulações escápulo-umeral e úmero radio ulnar, a inserção do bíceps braquial (origem no tubérculo supraglenóide e inserção no curto tendão da tuberosidade do rádio) assim como o tríceps braquial (A cabeça longa é a mais volumosa, tem origem na borda caudal da escápula e se insere no olécrano e na fáscia do antebraço. A cabeça lateral está parcialmente coberta pelo músculo deltoide e se insere na face lateral do olécrano. A cabeça medial juntamente com a acessória se origina no tubérculo menor do úmero e se insere na face medial do olécrano. Sua função é flexionar a articulação do ombro e estender a do cotovelo) acontecem nas cintas motrizes do braço, são os movimentos que desobrigam, por exemplo, a movimentação das musculaturas que formam o cinturão escapular, se contrair bíceps e tríceps ocorre a movimentação do braço praticamente em todas as direções sem a necessidade de contrair o músculo trapézio.

Em termos ósseos a cavidade glenóidea da escápula é menor que a cabeça do úmero e por isso há a necessidade da colocação da borda escapular, outro detalhe que chama atenção é o fato que aparentemente existe um afastamento bastante grande entre a superfície da escápula e a superfície da cabeça do úmero, numa radiografia esse espaço é evidenciado devido à cartilagem não ser um tecido mineralizado e também por conta do líquido sinovial que mantêm certo diâmetro entre essas duas bases ósseas e considera-se que o contato é virtual, o que não ocorre nas demais articulações que mantêm um contato íntimo entre si.
O processo acromial da escápula é o limite da articulação escápulo umeral e sua porção mais distal estão exatamente sobre articulação úmero-radio-ulnar, isso vale para todas as espécies.
Não encontram na região de superfície todas as estruturas musculares, a não ser na região axilar, os músculos do membro torácico vão ser divididos em musculatura extrínseca e intrínseca.

O músculo extrínseco (movimenta o corpo) vai ligar o membro torácico ao esqueleto axial são responsáveis por fornecer a movimentação cinética desse membro, esses músculos vão dar movimento ao membro no sentido de promover o deslocamento, ao se contrair obrigatoriamente ela vai lançar o animal para frente promovendo sua movimentação. Exemplos, músculo trapézio, músculos peitorais, braquicefálico, serrátil, músculo infraescapular e grande dorsal. 


Os músculos intrínsecos (movimenta o membro) são aqueles cujas inserções encontram-se unicamente nos ossos do membro torácico, promove a movimentação da articulação do membro torácico. Exemplos, supraespinhoso, infraespinhoso, bíceps braquial, tríceps braquial, extensores digitais, flexores digitais, superficiais e profundos são todos considerados músculos intrínsecos. Os músculos extrínsecos são visíveis geralmente pela porção mais externa.
Os músculos que se inserem na articulação escápulo-umeral em sentido ventral são basicamente musculatura extrínsecas. Em termos de avaliação clínica o interesse nessas estruturas, é observado a partir da necessidade de diagnosticar, por exemplo, locais de fraturas.

 Parte do exame ortopédico que vai nos dar uma noção se o animal vai apresentar claudicação devido uma lesão na musculatura extrínseca, ocorre se a lesão tiver ocorrido no tronco ou na coluna. E no caso de musculatura intrínseca a lesão geralmente está relacionada com o membro.

A extensão do membro se faz apoiando o a mão sobre o cotovelo e sobre essa articulação empurrando um contra o outro, consegue através desta extensão testar o músculo grande dorsal e porção torácica do trapézio, ao passo que a tração caudal do membro vai testar a porção mais cranial desta musculatura. Se o animal manifestar dor nestas trações craniais e caudais provavelmente a lesão pode ter ocorrido na escápula ou mesmo lesões no sistema nervoso.

Os ossos do membro anterior são facilmente acessíveis pela face anterior, no caso da região mais cranial pela face craniomedial são mais superficiais, ou seja, todos os acessos feitos de forma cirúrgica, exceção feita à cavidade articular se faz pela face craniomedial do membro. Dificilmente um cirurgião fará intervenção cirúrgica num equino, por exemplo, pela face lateral do membro, pois é muito mais difícil acessar o osso por trás do que pela face medial cranial.

 Em termos de irrigação irá ocorrer basicamente pela artéria subclávia direita e esquerda, elas emergem a partir do tronco braquiocefálico emitir as carótidas.
É possível sentir o pulso arterial na artéria localizada entre os ossos sesamóides, não é possível obter pulso arterial no membro anterior na sua porção mais proximal sem utilização de aparelhos específicos.

No caso de plexos venosos, destacam-se importantes vias de acessos venosos, quando se fala em veia axilar e veia braquial são estruturas mais superficiais principalmente a veia cubital media e veia cefálica na sua porção cranial e porção ventral possui essa estrutura venosa pela região superficial pela face cranial do braço.

Em termos de estruturas adjacentes encontra-se uma estrutura importante na região da axila, o linfonodo axilar, ele é uma estrutura que se encontra numa região de transição de tórax e membro, é importante em cadelas e gatas, pois os vasos linfáticos das glândulas mamárias são drenados para este linfonodo, e caso ocorra alguma metástase nas mamas desses animais, os vasos linfáticos são os principais responsáveis pela disseminação do tumor no restante do organismo, sendo necessária sua retirada em intervenções cirúrgicas dessa natureza.




sábado, 20 de abril de 2013

ANATOMIA TOPOGRÁFICA - O ABDÔMEN



Conformação e anatomia da superfície externa


Em termos de limites externos se observa estruturas como as costelas ou a arcada costal que ajudam a delimitar cranialmente o abdômen, a porção palpável nos animais é somente aquela que está depois da ultima costela em sentido caudal, no entanto o fígado, o estômago e o baço ficam alojados sob a arcada costal e são, portanto, vísceras abdominais uma vez que estão retro diafragmáticos ou retrofrênico.

O abdômen por si só começa após a última costela, entretanto, ele se adentra ao tórax em virtude do formato côncavo do diafragma, ou seja, o diafragma é o limite mais cranial entre obdômen e tórax, ao falar em limite cranial externo têm-se como referências as últimas costelas, e ao falar em limite cranial interno do abdômen é o diafragma.

Ventralmente encontra-se uma anastomose com a musculatura contralateral. Quando se observa o abdômen por uma vista lateral ele vai finalizar na porção mais baixa e ventral, justamente na área que se une com a outra musculatura formando a linha Alba.
 Se na porção cranial observa-se o diafragma na porção ventral haverá a linha Alba, formada pela anastomose da musculatura que compõe a parede lateral do abdômen, lateralmente vamos ter formando os limites laterais abdominais somente a musculatura, pele, tecido subcutâneo e adiposo.


Dorsalmente o abdômen vai ter como limite aborda ventral da musculatura paralombar, ao observar o abdômen de lado numa porção quadrupedal, existe uma fração onde não será possível fazer palpação por não haver vísceras abdominais, existe um teto de cavidade abdominal formado por todas as vértebras e seus respectivos processos transversos e a musculatura que recobre essas estruturas, portanto, a porção mais baixa dessa região por haver uma espessa camada de músculo forma um triângulo denominado de vazio.
Caudalmente o limite do abdômen vai ser a crista pectínea na borda cranial da asa do íleo.
Ao visualizar o animal pela face ventral, é possível observar limites coincidentes, como o arco costal, crista pectínea e paredes abdominais que delimitam tanto a cavidade, quanto os limites da cavidade.
A divisão do abdômen é feita em quadrantes que, de acordo com a área, vamos mexer com um órgão distinto onde, por exemplo, é permitida a palpação na região abdominal nos animais. Em grandes animais essa prática fica restrita devido à densidade muscular e em relação às demais espécies, pois temos no ruminante, o rumem, um gigantesco saco que se situa no lado esquerdo do abdômen, e no equino grande parte do lado direito, ocupado pelo ceco, especialmente nas bordas ou nas porções mais ventrais do abdômen, tanto que o ceco faz relações com o apêndice xifoide, abaixo e a direita temos o ceco, no caso do bovino não há essa relação, diferentemente das demais espécies.
Retomando: os limites do abdômen se restringem cranialmente no limite das costelas, caudalmente na asa do íleo e crista pectínea, ventralmente a região da linha Alba e dorsalmente a borda ventral dos músculos lombares.
 Caudal a última costela, cranial a asa do íleo, percebe-se que é ocupada e tem um formato triangular em todas as espécies em virtude da elevação que as costelas conferem a essa região. Esse local é importante e denomina-se de fossa paralombar, direita ou esquerda, encontram-se órgãos diferentes conforme a espécie que se relaciona.
No caso do cão ao colocarmos a mão na fossa paralombar principalmente na região mais cranial, o órgão mais próximo da relação com os dedos será os rins, em ambos os lados haveria uma facilidade maior em fazer uma palpação renal pela região de fossa paralombar. Ao palpar pelo lado direito mais cranial a fossa paralombar encontra-se o fígado que se estende até próximo do arco costal, pois ele só se torna palpável além do arco costal em quadros de hepatite, pois o fígado aumenta de tamanho e se torna palpável além do bordo da arcada costal.
A cavidade abdominal começa especificamente abaixo dos processos transversos das Vértebras Lombares que passa a ter a musculatura da cavidade abdominal.
O abdômen numa vista ventral pode ser dividido em nove quadrantes não uniformes, que em cada quadrante sempre haverá os mesmos órgãos nas diferentes espécies.

Essa divisão ocorre pelas linhas que cruzam desde a região mais medial do corpo do íleo em linha reta até a cartilagem costocondral e a mesma coisa do lado oposto. Caudal a costela traça-se uma linha transversal ao corpo da mesma forma na asa do íleo traça-se mais uma linha transversal.
A primeira parte que fica próxima à região do xifoide, e chamada de região xifoideia, o quadrante que fica abaixo das cartilagens costais são regiões hipocondrais, direito e esquerdo, no lado direito dessa região é possível palpar rins e fígado e no lado esquerdo pode-se conseguir palpar rim esquerdo.  Abaixo da região hipocondral encontra-se a região de flanco ou vazio e entre elas a região umbilical ou epigástrica, região inguinal direita e esquerda e região pubiana
Num caso clínico em que um animal esta a um dia sem urinar, a região mais provável de inserção de um cateter seria na região púbica, pois a bexiga repleta, sem dúvida, se move da região pélvica para a região púbica.
 Caso um equino apresente, por exemplo, uma compactação do ceco, a região que poderia se ter acesso a este órgão seria a mais provável a região xifoideia ou a região hipocondral direito ou pelo flanco direito.
No caso de colocar uma fístula ruminal, a região que mais indicada seria no flanco do lado esquerdo normalmente na porção mais alta dessa região, devido à visualização de rumem.
Profundamente a estrutura que forma o abdome é essencialmente muscular diferente do tórax que possui um arcabouço ósseo, formado pelas costelas.

O Abdômen é formado por quatro músculos que formam a cavidade abdominal e que protegem os órgãos e estruturas abdominais. A primeira musculatura mais externa e superficial de todas é o músculo oblíquo abdominal externo (nº 5) que se originam da região do corpo da 4ª costela até aproximadamente a 13ª costela, além disso, as últimas fibras podem ter inserção numa estrutura chamada de fáscia toracolombar e ainda uma porção dessas fibras se inserem na bainha do músculo reto abdominal.
Abaixo do oblíquo externo encontra-se o músculo oblíquo abdominal interno (nº 8) essas musculaturas se originam da aponeurose ou da fáscia toracolombar na porção mais superior e se inserem na bainha do músculo reto abdominal.
O músculo reto é circulado por uma bainha, essa bainha é formada pela inserção das bainhas do músculo obliquo abdominal externo e interno e transverso abdominal. Nessa região de bainha passa a veia umbilical no caso de neonatos que posteriormente torna-se o ligamento umbilical, nessa região pode acontecer uma hérnia por conta de má formação ou fechamento desse local após o nascimento.
nº 1 linha Alba, nº 4 canal inguinal

Em quadros mais graves podem acontecer casos conhecidos como eventrações, essa patologia o animal nasce e as alças intestinais ficam expostas, por não ter acontecido a fusão da bainha do músculo reto abdominal.
Na porção mais caudal do músculo reto do abdômen, a bainha que envolve o músculo nas porções ventrais e dorsais passa a existir apenas na porção mais externa da musculatura.
Visualização dos músculos oblíquos interno e externo, reto do abdômen

Canal inguinal

É um dos locais onde comumente podem ocorrer hérnias (passagem de órgãos abdominais pó essa abertura).
Essa região é caracterizada por ser um espaço lateralmente entre os músculos oblíquos abdominais externos e internos e possuem um ponto de inserção comum, existe a formação de uma estrutura que não é fechada pela qual no caso dos machos, ocorre a passagem dos testículos para a bolsa escrotal que na vida uterina é intra-abdominal, e na vida extrauterina é extra-abdominal.

O canal inguinal é formado na região mais cranial pela inserção da musculatura do oblíquo abdominal externo e dorsalmente pela inserção do oblíquo abdominal interno, mais profundamente e mais cranialmente ele se inverte o interno forma a porção mais dorsal e o externo a porção mais ventral.
Essas estruturas se estendem desde o anel inguinal interno até o anel inguinal externo. E permite a passagem de grandes vasos e nervos gênito femorais e no caso dos machos a passagem das gônadas, (testículos) a camada mais superficial do músculo oblíquo interno forma a porção dorsal e cranial e na remoção do oblíquo abdominal externo fica visível na porção mais profunda formando tanto a porção mais cranial quanto na porção lateral desse forame.
Nessa região passa os vasos, nervos e gônadas, eventualmente quando essa estrutura de inserção abdominal é fragilizada e em algumas condições de caráter hormonal, pode ocorrer que a porção mais externa dessa musculatura fica flácida e se dilata sendo possível extravasar vísceras, especialmente intestino e no caso das fêmeas o útero.
Existem casos de gestação extra-abdominal o filhote está dentro do útero, porém, a gestação ocorre fora da cavidade abdominal, o feto cresce normalmente, porém, o nascimento ocorre apenas por cesárea.

Os suprimentos sanguíneos são representados por 4 artérias (duas do lado direito e duas do lado esquerdo) epigástrica Cranial que é continuidade da artérias torácica e assim que emite a frênica dorsal ela torna-se a epigástrica cranial. Esta passa entre os músculos retos abdominais e oblíquos abdominais artéria epigástrica caudal.
Veias e artérias epigástrica caudal entre os músculos abdominais (estas se anastomosam com as veias e artérias epigástricas craniais)

Ao abrir o abdômen pela linha reta ou linha Alba e seccionar as paredes e ter acesso às vísceras, observa-se uma estrutura amarelada esbranquiçada recobrindo todas as vísceras com exceção do fígado e baço, essa estrutura é chamada de omento, essa estrutura não recobre esses órgãos por ser originadas da curvatura maior do estômago se reverter e inserir na porção ventral desses órgãos lateralmente a veia cava.
O omento irá formar o ligamento gastroesplênico ele se dobra do estômago sobre o baço e em sentido caudal. Existem várias estruturas de sustentação do intestino, a primeira e mais comum delas é o mesoduodeno no teto da cavidade abdominal, mesorreto e mesocólon e fixando no estômago parcialmente ao teto o ligamento gastroesplênico, ou seja, o omento é um reflexo desse ligamento (gastroesplênico) em sentido caudal. O omento serve como via de transporte de vasos até as alças intestinais.

Localização e relações

No estômago existe três regiões distintas, cardica, fundica e pilorica, a região fúndica e região de cárdia, são as mais capaz de se dilatar. Ao chegar no piloro em secções longitudinais do estômago, a espessura da parede deste órgão tende a ficar ligeiramente mais grossa e via de regra percebe-se que em animais domésticos principalmente nos monogástricos as porções mais fáceis de se dilatar são as regiões mais altas do cárdia e fúndica, essas regiões em termos fisiológicos são as áreas que disparam a sensação de saciedade quando estão tensas, informando ao cérebro quando o órgão está cheio, isso ocorre geralmente de maneira tardia.

Observa-se em carnívoros uma tendência ao sobrecarregamento gástrico importante em caso de filhotes, o estômago vazio dificilmente são palpáveis, pois, fica parcialmente encoberto pelas costelas, este órgão desce até o assoalho da cavidade abdominal quando está cheio e torna-se palpável.
Nas áreas de região pilórica, produz uma substância denominada de fator intrínseco que funciona como potencial carreador de absorção de algumas vitaminas do complexo B.

A região fúndica se projeta dorsalmente é uma porção mais alta, é a região do cárdia ligeiramente mais alargada, e nessa região que tende a começar a ocorrer o processo de vômito.
O corpo e o fundo são colocados à esquerda da linha média, e tem contato íntimo com diafragma e fígado, e a porção mais distal do estômago que caminha ao piloro fica mais à esquerda, em compensação o piloro se projeta para o lado direito. Quando o estômago está repleto, ele faz relação íntima com o assoalho da cavidade abdominal, dependendo do grau de repleção deste órgão, o baço se move e pode chegar a ficar junto ao assoalho da cavidade abdominal.


O fígado ocupa uma porção maior do lado direito da cavidade abdominal. Nas proximidades destes órgãos observa-se a veia cava e ligeiramente à esquerda do plano mediano observa-se o esôfago.

Nesta figura o jejuno foi removido
O duodeno está localizado no lado direito e segue ainda pelo lado direito até fazer a flexura cranial porção transversa, segue até a flexura duodenal caudal e o jejuno encontra-se espalhado na porção inferior (ventral) e caudal do abdômem. Ao relacionar a localização dos órgãos com os quadrantes, na porção inferior cranial, o jejuno estaria na região xifoideia, hipocondral direita e esquerda, umbilical, flanco direito e esquerdo. A bexiga estaria na região pubiana.

Intestino Delgado

Uma das mais importantes informações a se saber sobre intestino delgado está na localização de duodeno para não mexer nessa porção do órgão, isso se deve ao fato que aderido à curvatura do estomago e envolto no duodeno está o pâncreas. Intervenções nessa região pode causar uma pancreatite por ser um glândula bastante sensível.

O ID vai ser de 3 a 5 vezes maior que o tamanho do corpo no caso de pequenos animais e em grandes animais essa taxa tende ser maior chegando ate 15 vezes o tamanho do animal.
O duodeno é a região mais curta em todos os animais, faz a flexura cranial, margeia a cavidade do abdômen fazendo um íntimo contato dorsalmente com a parede lateral direita. Desce pela lateral da cavidade abdominal até fazer a flexura caudal, quando volta praticamente no meio, fica subvertebral onde se abre no jejuno.

 Suas relações, dorsalmente com o lobo pancreático, que na curvatura cranial do duodeno encontra-se aderido junto à curvatura maior do estômago. Imediatamente caudal ao piloro, ventralmente relaciona-se com o jejuno e medialmente com o cólon ascendente. No equino as relações são mais importantes pois, na hora de fazer a inspeção intestinal para localizar a área que esta gerando a cólica, precisa correr todo o intestino fazendo palpação e verificar onde está obstruído ou necrosado.

Jejuno e íleo

Forma uma massa que ocupa a região entre estômago e bexiga bem ventral, basicamente a diferença entre as espécies está no diâmetro desses órgãos, porém as estruturas são as mesmas. Dorsalmente faz relação com a porção descendente do duodeno à esquerda com rins e músculos sublombares, e ventral e cranial com o omento.
Íleo faz relação direta com Jejuno, ceco, e cólon.




Fígado

O fígado é um órgão que pode ser considerado intratorácico, por conta da face cranial deste órgão possuir uma concavidade que fica na região torácica, porém ele é um órgão abdominal, (isso ocorre pelo fato do abdômen começar caudal a ultima costela, tendo com limite o músculo diafragmático) mas sua maior parte fica intratorácica.

O fígado fica no lado direito do plano mediano, no lado esquerdo encontra-se o estômago e parte esquerda do fígado. Ou seja, num corte transversal nessa região entre fígado e estomago é possível observar porção do fígado e estômago.
 A relação dorso caudal do fígado será diretamente com o rim direito por ele estar mais cranial que o rim esquerdo, tanto que o fígado possui uma impressão renal nessa região. A borda ventral do fígado se estende ligeiramente além do arco costal, porém não é tão evidente além desta região exceto em situações patológicas. 


Caudalmente o fígado faz relação com o estômago e cranialmente com o diafragma. Observa-se pela face diafragmática o hilo hepático onde temos a entrada e saída de vasos importantes como a veia porta, artéria hepática, ducto biliar, juntamente com os ligamentos hepáticos e o falciforme.

Pâncreas
É um órgão parenquimatoso dividido em duas porções lobo esquerdo localizado caudomedialmente ao plano médio e direito crânio dorsalmente, as duas porções tendem a confluir para a mesma região, por ser um órgão exócrino tem abertura num ponto comum, ducto do colédoco. A porção direita fica na região da curvatura cranial do duodeno sustentado no ligamento pacreaticoduodenal. A porção esquerda fica aderida na curvatura maior do estômago.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

ANATOMIA TOPOGRÁFICA - O TÓRAX


O Tórax

A pele apresenta-se solta nas laterais da cavidade torácica e mais aderida no esterno e vértebras exceto cernelha é utilizada para a aplicação de medicamentos subcutâneos.

Regiões do tórax

As delimitações do tórax são constituídas pela parede dorsal tórax no qual são formadas pelas vértebras torácicas, as Paredes laterais do tórax ( E e D) são formados por músculos (intercostais externos, internos, músculo grande dorsal, e músculo cutâneo do tronco). A parede ventral tórax ( número 8) é formada pelo esterno, cartilagens costais, músculos peitorais e músculo transverso do tórax.A parede caudal do tórax é formada pelo músculo diafragma (número 10)  possui as porções tendinosa e muscular. Possui uma abertura cranial  por onde atravessam estruturas importantes, como artérias, veias, esôfago. (hiato esofágico, e a abertura dos grandes vasos).

Conformação e anatomia superficial

Possui uma conformação variada dependendo da espécie. É possível palpar algumas estruturas o ângulo cranial da escápula nos fornece o limite do processo espinhoso T1 ele é coincidente com a primeira vértebra torácica, o ângulo caudal fica lateral a T4 e T5 que se for observado entre as duas estruturas vai ser encontrado os limites finais da Intumescência Cervical.


Na articulação escapulo umeral, no caso do ombro, fica oposto a extremidade distal ou borda caudal ou colo da primeira costela que ao ser observado a porção acromial da escápula está em cima do limite caudal da primeira costela que delimita externamente o início da cavidade torácica. Ou seja, o limite cranial do acrômio da escapula demonstra efetivamente o início externamente das primeiras costelas, limite reconhecido de estrutura de membro torácico.





O músculo grande dorsal (nº 12) faz a união do cinturão escapular junto ao tríceps braquial (nº 13 e 14) e parte da musculatura do serrátil. (nº25)  Esses ventres musculares estão na região onde faz a auscutação. Essa prática fica geralmente restrita basicamente nos dois terços caudais da região torácica, em pequenos animais há a facilidade que se consegue auscutar melhor na região ventral da axila.

A região do olécrano ou o cotovelo está nas proximidades do 5º EI, nesta localidade está a batida de ponta do coração, ictus cortis, se tem um ponto de referência da localização da porção apical do coração.


A caixa torácica é formada por esterno, costelas e vértebras torácicas a caracterização dessa região é a presença dos processos espinhosos longos apoiados por uma massa muscular lateralmente e profunda em especial pelos ventres dos músculos longíssimos do tórax, (nº 3 figura abaixo) na região mais superficial apresenta-se os músculos serrátil do tórax e depois o músculo grande dorsal.


Outra estrutura que ajuda na integridade da coluna vertebral em especial na região de tórax é a presença do ligamento longitudinal ventral, esse ligamento é estendido até as duas últimas vértebras torácicas e na transição entre as vértebras lombares ele deixa de existir. A região torácica possui diversos ligamentos que mantêm a firmeza desta região, são os ligamentos transversos e ligamentos costovertebrais.Essas estruturas ligamentárias dão suporte ao tórax, limitam a movimentação e ainda conferem a rigidez a esta região contra impactos, tanto que os órgãos que estão nessa região tendem a sofrer menos impactos em acidentes, o que não se observa na cavidade abdominal. As luxações ocorrem em menor frequência no tórax que em região abdominal devido aos diversos ligamentos contidos nessa região.










Costelas e esterno

O número de costelas são variáveis ao número de vértebras torácicas. Cada espécie possui uma quantidade de vértebras torácicas, o cão e os suínos possuem 13 VT, ruminantes 14 VT, e equinos 18 VT correspondendo ao número de costelas.

Não se pode confundir costelas flutuantes com costelas falsas, as costelas flutuantes são as costelas que não apresentam qualquer tipo de ligação com o esterno, as costelas falsas são costelas em que existe a formação costal e a sua união desta ao esterno é feita por cartilagem através do arco cartilaginoso costal.As primeiras costelas possuem um formato mais reto e em sentido craniocaudal elas vão se arqueando formando um arcabouço, essas estruturas são em mesmo número de Vértebras Torácicas. As primeiras costelas são semelhantes entre si.Na borda caudal das costelas apresentam um sulco denominado de sulco costal, essa estrutura é importante na abertura de tórax, é pouco comum, mas caso haja necessidade não se deve aprofundar a incisura no bordo caudal da costela, pois nesse bordo caudal do sulco costal corre estruturas importantes como artérias intercostais, veias intercostais e nervos intercostais.


Esterno


É formado por esternébras que são estruturas cilíndricas e delgadas com pouca quantidade de tecido compacto externamente, todo animal possui cerca de oito esternébras, é um osso bastante superficial considerado um osso subcutâneo principalmente na crista média do esterno onde não existe cobertura muscular.Na musculatura excêntrica do tórax, temos como exemplos os músculos peitorais superficiais, se inserem paralelamente a crista mediana do esterno, a crista mediana é superficial e palpável em todos os animais, no caso de equinos essa crista é muito evidente, clinicamente esse osso é importante na produção de células sanguíneas pela medula óssea vermelha, o esterno é uma estrutura que tem sua importância na punção de medula óssea devido a sua superficialidade e ainda pouca quantidade de tecido compacto. É importante a cautela no procedimento de punção de medula nesta região, visto que se encontra apoiado no esterno a porção apical do coração, e algumas estruturas como o ligamento frênico pericárdio e esternopericárdio nos cães. Há a possibilidade da transfixação da agulha até o coração podendo gerar uma complicação no procedimento de punção de medula nessa região. Musculatura da camada superficial


A musculatura que recobre o tórax tem mais relação com o membro torácico que com o tórax, a maior parte dela está relacionada com o cinturão escapular, como por exemplo, a cobertura dorsal feita pelo músculo trapézio ( nº 10 porção cervical, nº 11 porção torácica), cobertura lateral feito pelo músculo grande dorsal, (nº 15) os músculos intrínsecos do membro torácico como tríceps braquial nº 17 cabeça lateral e  16 cabeça média), deltoide, omotransverso, braquicefalico (nº 4 e 5) , escaleno, quadrado e intercostal e na porção dorsal os músculos serráteis. Quase todo o tórax é desprovido de musculaturas na remoção de membro torácico.


As estruturas que se identificam na remoção do membro torácico são representadas pelo músculo grande dorsal, subescapular mais profundo, músculo serrátil na porção torácica, músculo escaleno, quadrado do tórax e parte do músculo longuíssimo do pescoço.

A remoção do membro torácico evidencia a traqueia, e numa vista pelo lado esquerdo, o esôfago. Ataques a abscessos podem comprometer órgãos dessa região.

Caudal ao membro pela remoção da pele do tórax evidencia uma grande fáscia muscular ou fáscia toracolombar, que da origem ao músculo oblíquo abdominal externo e tem como ponto de inserção as oito últimas costelas em todas as espécies. Essas últimas costelas servem como ponto de inserção da musculatura do abdômen que possuem origem na aponeurose do músculo reto abdominal e recobre formando a parede abdominal.
 O músculo reto do abdômen se insere no esterno fazendo então uma cobertura de parte mais ventral das costelas.



Na porção torácica ao remover a pele e músculo cutâneo põe em evidência a porção torácica do músculo trapézio (principal músculo responsável pela fixação da escápula e consequentemente o membro anterior ao tórax) observa-se ainda a borda caudal do trapézio sob o músculo grande dorsal, na remoção do trapézio e grande dorsal expõe-se os fascículos dos músculos serráteis do tórax, reto do tórax e abdômem, e uma pequena porção do músculo obliquo abdominal externo. E na remoção dos fascículos do músculo serrátil, evidencia os músculos intercostais externos e imediatamente abaixo deste encontra-se o músculo intercostal interno.




Diafragma

É um órgão muscular dividido em duas porções com estruturas inerentes a qualquer estrutura muscular, vai apresentar uma porção muscular (nº 1, 2, 3 4) e uma porção tendínea (nº5, 5')é um músculo que tem origem de duas estruturas musculares volumosas denominadas de pilares diafragmáticos( nº 1, 2) e tem como ponto de origem ou ponto de fixação os corpos vertebrais das primeiras vértebras lombares (nº 14) visível no teto da cavidade torácica ou teto do tronco.


Internamente toda sua borda é fixada na face medial das costelas no sentido oblíquo, não é fixado no corpo das costelas e sim na porção mais distal da face medial das costelas acompanhado a arcada costal ou arco costal que é a divisão entre o tórax e abdômen, essa região encontra-se de forma convexa dentro do tórax até a 6ª ou 7ª costela.

O diafragma não é considerado um órgão e sim uma estrutura musculoesquelética e possui uma relação íntima com o sistema respiratório, pois parte da força motriz deste sistema advém do diafragma. Possui uma relação íntima com as vísceras da cavidade abdominal e relações com os grandes vasos que os oferece suporte. No caso de vísceras o diafragma oferece suporte através do ligamento do fígado e ligamento falciforme. O diafragma dá suporte ao esôfago (nº 8), principalmente a veia cava caudal (nº10) e por entre os pilares do diafragma passa a Artéria Aorta.(nº 6). 


A cúpula diafragmática fica em torno da sexta ou sétima costela e serve como ponto delimitação da cavidade torácica e abdominal. Nas porções laterais existe um espaço denominado de recesso diafragmático em ambos os lados possuem uma extensão ou colo da margem caudal dos pulmões.

A margem caudal do lobo pulmonar se estende até esses recessos. Numa imagem radiográfica essa região aparece bastante pontiaguda, quando há alteração nesta por alguma doença, por exemplo, líquidos que deveriam ser residual ocupa essa cavidade que deveria ser ocupada pelos pulmões. 
Esse espaço deve estar vazio para que esse órgão possa fazer a movimentação de expiração e inspiração para encher-se de ar, caso isso não ocorra o animal apresenta dificuldades de respiração. A entrada de liquidos nesse recesso pulmonar é chamada de efusão pleural, essa patologia causa deformidade no recesso que pode ser observada, por exemplo, em raios x.
Retomando, o diafragma possui uma abertura mais dorsal entre os pilares diafragmáticos na região de hiato esofágico por onde passar a Aa aorta e o esôfago e na região tendínea voltada para o lado direito a abertura da veia cava caudal.

Pleura e Mediastino


Em termos de cavidade torácica onde estão encarceradas as vísceras, observa a presença de uma camada de tecido epitelial denominada de pleura, que reveste a parede da caixa torácica, quanto as vísceras dessa cavidade. O espaço entre esse tecido é chamado de espaço pleural. No teto da cavidade torácica essa camada de tecido se reverte e passa a revestir as vísceras. A pleura que reveste a cavidade pela parede e chamada de pleura parietal e o tecido que reveste as vísceras é chamada de pleura visceral, esse mesmo tecido reveste o coração e é chamado de pericárdio. 

sábado, 13 de abril de 2013

PRINCIPAIS RAÇAS DE BOVINOS CRIADAS NO BRASIL



Subespécie B. taurus taurus
Angus - do nordeste da Escócia, sem chifres, para corte
Caracu - para corte e como animal de tração
Charolais ou charolês - para carne
Devon
Frísia, ou Holstein  - para leite
Hereford
Jersey
Limousin - da França
Nguni, típica de África
Simental ou semental ou suíça-malhada
Subespécie B. taurus indicus
Brahman ou Zebu Americano, sagrado na Índia
Gir - do sul da Índia
Guzerá - Guzerat ou Kankrej, principal raça da Índia
Hariana
Indubrasil
Nelore no Brasil, chamada Ongole na Índia - para corte
Tabapuã - O zebu mais precoce.

Raças "sintéticas" brasileiras

Frutos de cruzamentos entre as demais:
Naobrasil - cruzamento de Nelore e Zebu
Simbrasil - cruzamento de Simental e Zebu para corte
Girolando - cruzamento de Holandês(5/8) e Gir(3/8) com dupla aptidão
Toledo - cruzamento de Holandês e Simental
Bravon - cruzamento de Devon e Brahman para corte
Canchim - cruzamento de Charolais(5/8) e Zebu(3/8)
Pitangueiras - cruzamento de Red Poll(5/8) e Zebu(3/8)(Gir  e Guzerá)
Purunã - cruzamento de Charolais, Caracu, Red Angus e Canchim, realizado no IAPAR com
1/4 para cada raça.
Raças crioulas brasileiras
As raças crioulas brasileiras descendem dos rebanhos trazidos para a América pelos
colonizadores portugueses e espanhóis.
Caracu - origem São Paulo
Crioulo Lageano - origem Santa Catarina
Curraleiro - origem Piauí
Mocho Nacional - origem São Paulo e Goiás
Pantaneiro - origem Mato Grosso do Su
Alberdeen- Angus, Red Angus
Angus  (Nordeste  da  Escócia).  Variedades  Aberdeen  Angus  e  Red  Angus.  Apresenta  e transmite  facilidade  de  parto  e  reprodução,  assim  como  a  sua  cor  e  a  característica  de  ser mocho. Robusto, manso, precoce, fértil.
O  angus  é  mocho  e  de  tamanho  A  sua  pelagem  apresenta-se  curta  e  de  cor  preta  ou  vermelha.  As  vacas  atingem  a  idade  de  reprodução  com  cerca  de  15 meses.  Os bezerros chegam  ao  estado  de  abate  com  peso  entre  340  e  400  kg  com  por  volta de um ano.

      CARACU
 Caracu raça desenvolvida  no  Brasil  colonial.  Pelos lisos  e  avermelhados,  sendo  que  a  maioria apresenta  a  cor  amarela  ou  baia,  podendo  chegar  ao  vermelho  tijolo  mas,  também  existe aqueles quase  brancos. Raça Taurina descendente de  raças  portuguesas do tipo aquitânico ou turdetano, representadas pela Alentejana (ou Transtagana), Galega (ou Minhota) e Mirandesa, etc. Podemos também citar o Limousin da França que foi importado para melhora o caracu. 

      CHAROLÊS
Charolês  (originária  da  França,  da  antiga  província  de  Charolles).  Extraordinária  produção  de carne. Os novilhos comuns rendem no abate de 58 a 62%, tendo a carcaça boa distribuição de gordura. GPV excelente. Peso a  idade adulta é de  600 a  800 kg  nas  vacas e 800 a 1.100 kg  nos machos.  A  pelagem  é  branca  ou  creme,  uniforme.  Mucosas  róseas.  O  Charolês  é
recomendado  para  a  produção  de  mestiços  destinados  ao  corte.  No  Brasil  é  usado principalmente na formação do gado Canchim e Purunã.

      DEVON
O DEVON:  Rustico,  fértil,  boa  habilidade  materna,  precoce  e  dócil.  Ultimamente  este  gado  tem sido muito utilizado para  cruzamentos com  raças  zebuínas, formação da raça sintética  bravon, ou mesmo com as raças européias. 


      HOLSTEIN FRISIA - GADO HOLANDÊS
Surgiu  primitivamente  entre  a  Frísia  (norte  dosPaíses  Baixos)  e  o  Holstein  (Alemanha),   há  cerca  de  vinte  séculos.  É  uma  das  raças  de  maior aptidão  leiteira  conhecida.  Pelagem  malhada  de  preto-branco  ou  vermelho-branco;  ventre  e vassoura  da  cauda  branca;  Cabeça  bem  moldada,  altiva,  fronte  ampla  e  moderadamente côncava,  chanfro  reto,  focinho  amplo  com  narinas  bem  abertas,  mandíbulas  fortes.  Pescoço longo  e  delgado  que  se  une  suavemente  na  linha  superior  ao  ombro  refinado  e  cruz  angulosa e  as  vértebras  dorsais  que  se  sobressaem  e  inferiormente  ao  largo  peito  com  grande capacidade  circulatório  e  respiratório.  Dorso  reto,  forte  e  linha  lombo-dorsal  levemente ascendente  no  sentido  da  cabeça.  Garupa  comprida,  larga  e  ligeiramente  desnivelada  no sentido  quadril  -  ponta  da  nádega;  Coxas  retas,  delgadas  e  ligeiramente  côncavas,  bem separadas  entre  si,  cedendo  amplo  lugar  para  o  úbere  simétrico,  largura  e  profundidade moderado  e  fortemente  inserido  ao  abdomen  e  na  base  do  osso  da  bacia.  Pernas  com ossatura  limpa,  chata e de  movimentos  funcionais que terminam em  patas de  quartelas  fortes e cascos bem torneados. Pele fina e pregueada e pêlo fino e macio.

     HEREFORD
Hereford:  originária  do  condado  inglês  de  Herefordshire.  Gradualmente,  o  tipo  e  a conformação  mudaram  para  um  peso  e  tamanho  menos  extremo  para  conseguir  mais qualidade  e  eficiência.  No  Brasil,  o  primeiro  exemplar  chegou  em  1906  e  Laurindo  Brasil,  de Bagé,  em  1907,  efetivou  o  primeiro  apontamento  do  "Herd  Book",  registrando  um  touro argentino. Já em 1910, registraram-se os primeiros ventres, oriundos do Uruguai.

      JERSEY
Jersey  é  originária  da  “Ilha  de  Jersey”,  pertencente  a  Grã-Bretanha.  Há  informações  de  que ela  se  formou  do  cruzamento  do  pequeno  gado  negro  de  Bretanha  com  os  grandes  bovinos vermelhos  da  Normandia.  Raça  de  pequeno  porte,  leiteira,  produtora  de  gordura  e  sólidos não  gordurosos.  Adapta-se  bem  a  regiões  de  alta  e  de  baixa  temperatura.  Rústica,  precoce, prolifica,  facilidade  de  parição,  longeva,  de  produção  leiteira  e  manteigueira.  No  Brasil,  o Jersey foi introduzido em 1896 no Rio Grande do Sul.

      LIMOUSIN
A Limousin é  originária da região de Limousin, França. No Brasil está presente deste meados do século XIX, tendo sido importado para melhorar a raça Caracu. Atualmente é utilizada em cruzamentos com raças zebuínas como a Nelore.

      SIMENTAL
ORIGEM:  Suíça, na montanhosa região do vale do rio Simen.
APTIDÕES:  O Simental é uma raça de dupla aptidão (carne e leite). Apresenta precocidade produtiva  e  reprodutiva.  Em  fx  da  alta  fertilidade  é  utilizada  para  TE  e  Bi-Partição  de Embriões;  Fecundação  in  Vitro.  O  primeiro  clone  produzido  no  Brasil,  é  oriundo  da  raça Simental. Possui uma carne macia e marmorizada com gordura entremeada às fibras o que confere  alto  sabor .  Com  relação  ao  leite  produzido,  ressaltamos  o  maior  teor  de  sólidos totais. No  Brasil,  é  mais  utilizada  visando  cruzamentos,  principalmente  com  animais  da  espécie zebuína,  proporcionando  excepcional  adaptabilidade,  vigor  e  habilidade  materna,  essas condições fazem da ½ sangue Simental/Zebu a número 1 dentre as demais, principalmente como receptora de embriões das diversas raças aqui criadas.

      BRAHAMAN
Originária  dos  Estados  Unidos, a  raça é fruto do  cruzamento de  outras quatro  raças:  nelore, gir ,  guzerá  e  krishna  valley .  Os  animais  apresentam  alta  rusticidade, resistência  ao  calor  e  às  enfermidades.  Além  destas  características  marcantes,  destacam-se também  fertilidade,  precocidade,  habilidade  materna,  docilidade,  e  carcaças  com  alto percentual  de  musculatura.  Do  ponto  de  vista  racial,  os  animais  da  raça  Brahman  se caracterizam  por  apresentar pelagem  branca,  cinza ou vermelha uniforme. A pele é preta. A cabeça  apresenta  perfil  reto  ou  sub-convexo,  orelhas  médias,  relativamente  largas.  Os chifres são escuros e simétricos, sendo permitida a descorna e o mocho natural
      

      GIR
Com caracterização  racial  bastante  peculiar,  o  gir  se  distingue  pela  pelagem  vermelha  ou amarela  em  combinações  típicas  da  raça.  O  perfil  craniano  ultraconvexo  e  marrafa  bem jogada  para  trás  também  fazem  parte  do  padrão  racial  do  gir .  O  tipo  morfológico  atende aos  requisitos  de  um  animal  moderno  produtor  de  carne  e  leite,  ainda  que  tenham  sido observadas  linhagens  que  se  destacam  mais  pela  produção  leiteira.  A  raça  gir  foi  uma  das primeiras  raças  importadas  da  Índia  (região  de  origem:  Rayputana  e  Baroda).  Lá,  ela  é considerada  de  dupla  aptidão  devido  ao  fato  de  ser  utilizada  para  o  trabalho  de  tração e para  produção  de  leite.  No  Brasil,  a  raça  aprimorou  seus  atributos  econômicos  sendo selecionada  para  carne  e  leite.  O  temperamento  dócil  contribuiu  para  sua  expansão  no Brasil.
GIR  MOCHO,  segundo  historiadores,  foi  originado  provavelmente  do  cruzamento  de  gir  com animais  zebu  mocha  nacional,  em  Goiás,  na  década  de  40.    Os  animais  apresentam  boa  produção  leiteira,  tanto  para conferir  às  vacas  excelente  habilidade  materna,  quanto  para  exploração  econômica.  A ausência  de  chifres  diferencia  a  raça  do  gir .  O  perfil  craniano  ultraconvexo  e  as  orelhas pendentes  e  encartuchadas  são  também  traços  étnicos  comuns  entre  a  raça  padrão  e  sua raça  mocha.  A  variação  de  pelagem  é  a  mesma,  típica  da  raça  gir ,  exigindo-se  sempre pigmentação  na  pele,  fator  de  proteção  solar  absolutamente  necessário  para  resistência  no
        GUZERÁ
 dupla  aptidão. porte  imponente,  cabeça  alta  e chifres  grandes,  em  forma  de  lira.  Pelagem  variando  do  cinza  claro  ao  escuro,  é  admissível fêmea  branca.  Pele  preta,  bem  pigmentada,  com  membros  bem  desenvolvidos  e musculados.  Rústico,  ele  resiste  a  longas  caminhadas  sob  o  sol  tropical,  à  procura  de  água e  alimento.  Essa  característica  garantiu  ao  guzerá  fácil  adaptação  no  Nordeste  brasileiro, desde  as  áreas  férteis  litorâneas  até  o  sertão  semi-árido.  A  habilidade  materna  e  a  boa produção  de  leite  das  vacas  garantem  o  bom  desenvolvimento  dos  bezerros  na  fase  de aleitamento.  O  guzerá  tem  sido  utilizado  em  cruzamentos,  dando origem a tipos raciais como o Guzolando.
Animais  de  grande  porte.  Pelagem  de  cinza  clara  a  cinza  escura,  com  tons  pardos  e/ou  tons prateados.  A  pelagem  das  regiões  da  cabeça,  pescoço,  quartos  posteriores  e  extremidades possuem  coloração  mais  escura,  chegando  ao  negro.  A  vassoura  da  cauda,  espelho  nasal  e as  pálpebras  são  pretas.  A  fêmea  tende  a  ser  mais  clara.  Cabeça  relativamente  curta,  larga e  expressiva  com  perfil  subcôncavo  e  retilíneo.  A  fronte  apresenta-se  moderadamente  larga e quase plana. Os olhos são pretos e elípticos, com órbitas ligeiramente salientes, nos touros protegidas  por  rugas  na  pele  da  pálpebra  superior .  Os  chifres  são  grandes  de  coloração escura,  saindo  horizontalmente  para  fora  e  para  cima  em  formato  de  lira,  terminando  para dentro  e  para  trás.  As  orelhas  são  médias  e  relativamente  largas,  pendentes,  com  as  pontas arredondadas,  e  a  pele  do  seu  interior  possui  uma  coloração  alaranjada.  O  espelho  nasal  é de  coloração  negra  e  suas  narinas  são  dilatadas.  Os  machos  -  pescoço  curto,  grosso  e  musculoso  e  implantado  harmoniosamente  no  tronco. Nas  fêmeas  é  bastante  delicado.  A  barbela  é  discretamente  desenvolvida,  de  tamanho mediano,  enrugada,  terminando  no  externo.  O  corpo  é  amplo  e  relativamente  comprido, profundo,  longo  e  com  boa  cobertura  de  músculos.  O  peito  é  profundo,  largo,  bem  saliente A  giba  de  tamanho  mediano,  bem  implantado  na  cernelha,  pouco  inclinada  para  trás (castanha  de  caju);  nas  fêmeas  é  pouco  desenvolvido.  Costelas  bem  arqueadas,  afastadas  e bem  revestidas;  flancos  profundos.  O  umbigo,  bainha  e  prepúcio  são  bem  reduzidos.  Dorso largo, comprido, reto e horizontal; lombo reto, horizontal, inserindo-se harmoniosamente na garupa.  Ancas  horizontais.  Garupa  comprida  e  levemente  inclinada.  Cauda  de  baixa inserção, descendo até o jarrete. Vassoura preta de volume médio. Animais  de  grande  porte.  Pelagem  de  cinza  clara  a  cinza  escura,  com  tons  pardos  e/ou  tons prateados.  A  pelagem  das  regiões  da  cabeça,  pescoço,  quartos  posteriores  e  extremidades possuem  coloração  mais  escura,  chegando  ao  negro.  A  vassoura  da  cauda,  espelho  nasal  e as  pálpebras  são  pretas.  A  fêmea  tende  a  ser  mais  clara.  Cabeça  relativamente  curta,  larga e  expressiva  com  perfil  subcôncavo  e  retilíneo.  A  fronte  apresenta-se  moderadamente  larga e quase plana. Os olhos são pretos e elípticos, com órbitas ligeiramente salientes, nos touros protegidas  por  rugas  na  pele  da  pálpebra  superior .  Os  chifres  são  grandes  de  coloração escura,  saindo  horizontalmente  para  fora  e  para  cima  em  formato  de  lira,  terminando  para dentro  e  para  trás.  As  orelhas  são  médias  e  relativamente  largas,  pendentes,  com  as  pontas arredondadas,  e  a  pele  do  seu  interior  possui  uma  coloração  alaranjada.  O  espelho  nasal  é de  coloração  negra  e  suas  narinas  são  dilatadas. 
      INDUBRASIL
Genuinamente  brasileira,  a  raça  indubrasil  nasceu  do  cruzamento  de  gir ,  nelore  e guzerá.  Outras  raças  importadas  em  menor  escala  da  Índia  (como  a  ongole,  hissar , mehwati  e  outras)  também  entraram,  em  menor  proporção,  na  composição  do indubrasil.  O  auge  da  raça,  conhecida  pelas  grandes  orelhas,  aconteceu  entre  as décadas  e  20  e  30,  impulsionado  pelo  porte  elevado  e  grande  desenvolvimento muscular . A formação da raça é fruto do trabalho de  criadores  mineiros, principalmente das  cidades  de  Uberaba,  Araxá,  Conquista  e  Sacramento,  e  do  sul  da  Bahia  e  do Nordeste.  Os  animais  da  raça  indubrasil  tem  como  padrão  racial  à  cabeça  média,  perfil subconvexo,  orelhas  longas  e  pendentes.  A  pelagem  é  branca,  cinza  ou  vermelha, sempre sobre pele escura, bem pigmentada
.
       NELORE
Nelore  no  Brasil,  ongole  na  Índia.  No   A  raça  tem  como característica  pelagem  branca,  cinza  e  manchada  de  cinza.  O  nelore  é  muito  resistente  ao calor devido à sua superfície  corporal  ser  maior  em relação ao corpo.  Os  machos e  as  fêmeas apresentam  elevada  longevidade  reprodutiva.  A  cabeça  apresenta  perfil  sub-convexo, principalmente  nos  machos.  Os  olhos  são  elípticos,  pretos  e  vivos.  As  orelhas  são  curtas, simétricas  entre  os  bordos  superior  e  inferior,  terminando  em  forma  de  lança.  Os  chifres  são de  cor  escura,  firmemente  implantados  no  crânio,  cônicos  e  mais  grossos  na  base,  de  seção oval.  Nas  fêmeas  podem  se  apresentar  em  forma  de  lira  estreita  e  alongada,  não convergentes nas pontas.

      TABAPUÃ
Raça  zebuína  de  característica  mocha,  o  tabapuã  nasceu  no  município  de  Tabapuã  (SP),  de quem  herdou  o  nome.  Formada  a  partir  do  Nelore,  Guzerá  ou  Indubrasil  e  com  algum sangue de Mocho Nacional.  Os  animais  da  raça  apresentam  conformação  do  tipo cárneo  sustentada  por  ossatura  leve  e  robusta,  o  que  resulta  na  produção  de  excelentes carcaças.  A  pelagem  é  branca  ou  cinza,  a  cabeça  ogival  e  as  orelhas  médias  e  largas. 


       SIMBRASIL
A  raça  bovina  Simbrasil  é  um  cruzamento  industrial  que  possui  5/8  de  sangue  Simental  (Bos taurus)  e  3/8  de  sangue  de  raças  zebuinas  (Bos  indicus)  nacionais  como  Nelore,  Guzerá, Indubrasil,  Gir,  Tabapuã  e  Sindi. No  cruzamento,  o  zebuíno  traz  consigo  características importantes  como  pelo  curto,  cascos  fortes,  pele  bem  segmentada  e  solta,  o  que  imprime maior  rusticidade,  adaptação  e  longevidade.  Já  o  Simental  traz  precocidade,  produção  de leite  e  qualidade  de  carcaça  Segundo. O  padrão  genético  da  raça  é  a coloração  avermelhada,  com  manchas  brancas  ou  amareladas,  mas  admitem-se  partes  mais escuras  devido  ao  cruzamento  com  as  diversas  raças  zebuinas  nacionais. 


      GIROLANDO
O girolando é fundamentalmente produto do cruzamento do Holandês com o Gir, passando  por variados graus de sangue, direciona-se visando a fixação do padrão racial, no grau de 5/8 Hol + 3/8 Gir, objetivando um gado produtivo e padronizado.

      CANCHIM
Canchim,  Raça  Sintética  produzida  na  Embrapa  Pecuária  Sudeste  de  São  Carlos  pelo cruzamento  de  Charolais  e  Zebu  principalmente  Indubrasil,  além  de  Nelore  e  Guzerá,  com 5/8 Charolais e 3/8 de sangue Zebu.


      PURUNÃ
derivada do do cruzamento de  Charolês, Caracu, Red Angus e Canchim, com 1/4 (25%) para cada raça.

PANTANEIRO

Pantaneiro, também  denominado  “tucura”  ou  “cuiabano”,  descendente  do  gado  europeu introduzido  no  Brasil  no  início  da  colonização.  O  longo  processo  de  seleção  natural  por que  passarem  esses  bovinos  lhes  permitiu  adaptar-se  ao  ambiente  peculiar  do  Pantanal, suportando  condições  climáticas  e  hidrológicas  extremas,  caracterizadas  por  elevadas temperaturas  no  verão  (com  máximas  absolutas  ultrapassando  40°C)  e  alternância  entre períodos  secos  e  enchentes  consideráveis.  Algumas  das  características  da  adaptação adquiridas  pelo  gado  Pantaneiro  relacionam-se  à  grande  rusticidade,  destacando-se  a resistência à escassez de alimentos e a certas doenças.

MOCHO NACIONAL

infusão  de  sangue  Caracu sobre  o  gado  mocho,  procedente  de  Goiás,  de  origem  desconhecida.  Por  ser  uma  raça européia  naturalizada,  propicia  o  sucesso  dos  cruzamentos  em  relação  à  adaptação  dos produtos  cruzados,  podendo  se  tornar  uma  opção  para  a  pecuária  de  corte.  A  zebuína Tabapuã também  foi  formada  com  algum  sangue  de  Mocho  Nacional,  além  das  linhagens de Caracu Mocho.

      PIEMONTÊS
A  raça  Piemontês  pelagem  de  coloração  branca  com  tendência  para  cinza;  nos  recém-nascidos  é  um  pouco  mais  avermelhada  e  torna-se  definitivamente  branca  à  medida  que  o animal  cresce.  Os  pêlos  são  finos,  curtos  e  sedosos;  as  mucosas,  a  vassoura  da  cauda  e  os cascos  são  pretos,  a  pele  é  fina,  macia,  flexível  e  pregueada.  A  cabeça  é  pequena,  curta  e  o perfil é reto; as orelhas são pequenas, finas e com poucos pêlos; os olhos são vivos, mas não salientes;  os  chifres  são  curtos,  grossos  e  dirigidos  para  frente,  sendo  que  no  Brasil  se realiza a descorna tanto nos machos como nas fêmeas. O pescoço é musculoso, curto e bem implantado,  com  a  barbela  discretamente  desenvolvida,  chegando  até  o  externo.  O  corpo  é amplo  e  comprido;  o  tronco  é  cilíndrico,  profundo,  longo  e  com  boa  cobertura  muscular;  as espáduas  são  fortes  e  mais  altas  do  que  o  dorso;  as  costelas  são  longas,  arqueadas  e afastadas  entre  si;  a  giba  é  pequena  e  localiza-se  sobre  a  cernelha;  o  dorso  é  largo  e  com boa cobertura  muscular; a garupa é uniformemente  larga,  com  ossos ligeiramente  salientes em  relação  à  linha  dorso-lombar;  as  coxas  e  nádegas  são  muito  desenvolvidas,  formando  a chamada  “dupla-coxa”;  a  cauda  se  insere  de  forma  harmoniosa  e  possui  comprimento  na altura  dos  jarretes;  os  membros  são  curtos,  fortes,  com  bons  aprumos,  bem  musculosos  de ossatura  bastante  sólida;  o  umbigo  é  curto  e  o  úbere  discretamente  volumoso  na  vaca adulta  em  lactação,  com  tetos  desenvolvidos  e  bem  distribuídos.  Aptidão:  Inicialmente  com três  aptidões  (carne,  leite  e  trabalho).  Há  algumas  décadas,  o  objetivo  da  seleção  deste animal  foi  dirigido  para  a  produção  de  carne,  mas  combinada  também  com  uma  relativa produção  leiteira.  Como  animal  de  corte,  deu-se  muita  importância  à  sua  característica mais  notável,  que  é  a  chamada  “dupla-coxa”  ou  musculatura  dupla  que  ocorre  como resultado  de  uma  hipertrofia  dos  músculos  das  nádegas.

      MARCHIGIANA
O  gado  Marchigiana  :  Pelagem:  branca,  pêlos  finos,  curtos  e  sedosos,  com  extremidades  de pigmentação mais escura. Possuem uma particularidade na pelagem que é uma faixa escura ao  redor  dos  olhos,  nos  antebraços,  nas  orelhas  e  na  barbela;  a  pele,  as  mucosas  e  a vassoura  da  cauda  são  de  coloração  preta.  Quando  o  bezerro  nasce,  possui  uma  coloração castanho-avermelhada,  passando  para  a  coloração  branca  logo  no  terceiro  mês  de  vida.
Cabeça:  relativamente  leve,  curta  e  larga;  possuem  um  perfil  retilíneo,  marrafa  bem destacada;  olhos  grandes;  espelho  nasal  largo,  de  coloração  preta,  com  narinas  amplas  e dilatadas;  lábios  pronunciados;  orelhas  médias,  bem  implantadas;  chifres  que  saem  para  os lados,  encurvando-se  para  diante  nos  machos  e  para  cima  nas  fêmeas.  Pescoço:  musculoso, bem  implantado  no  tórax,  sendo  mais  grosso  nos  machos  e  mais  delicado  e  alongado  nas fêmeas;  a  barbela  é  relativamente  desenvolvida  e  pregueada,  projetando-se  até  a  região  do externo.  Corpo:  tronco  alongado  que  tende  a  ser  cilíndrico,  com  linha  dorsal  reta;  com  numa cernelha  larga  e  musculosa,  unindo-se  harmoniosamente  com  o  pescoço;  garupa  musculosa e bem desenvolvida; possuem  membros  curtos e  fortes;  cascos  arredondados,  fortes e de  cor preta;  umbigo  curto  e  úbere  relativamente  desenvolvido.  Características  desfavoráveis
(desclassificam  para  Registro),  por  exemplo:  pele  totalmente  rósea;  despigmentação  parcial da  língua;  vassoura  da  cauda  totalmente  branca;  agnatismo  ou  prognatismo; criptorquidismo  ou  monorquidismo;  manchas  de  coloração  escura  específicas  e  delimitadas do corpo.

      SENEPOL
A  raça  Senepol  teve  origem  por  volta  de  1918  no  arquipélago  de  Ilhas  Virgens,  Caribe,  pelo cruzamento da raça britânica Red Poll com o gado N’Dama, originário de Senegal. O registro da  nova  raça  aconteceu  em  1940  e  em  1954.  O  pêlo  curto  permite  suportar  temperaturas altas.  Seu  comportamento  dócil  facilita  o  manejo  dos  animais  e  aufere  boa  habilidade materna.  Raça  100%  taurina,  apesar  de  muitos  pensarem  que  é  composta  ou  sintética.  É mocho.  desenvolvimento  muscular,  posterior  largo,  profundidade  e  convexidade  (costelas bem  arqueadas).  O  rendimento  médio  da  carcaça  no  frigorífico  é  de  53,9%,  cobertura média de gordura de 5,4mm e índice médio de 80,8cm² na área de olho de lombo.

      HEREFORD
Os  Hereford  (Inglaterra)  possuem  porte  médio.  A  pelagem  é  de  coloração  branca,  com  a cabeça,  peito,  ventre,  vassoura  da  cauda  e  membros  brancos;  os  pêlos  são  finos  e, quando  estes  se  tornam  compridos,  ondulam;  a  pele  é  flexível.  A  cabeça  é  larga  e  curta; os  olhos  são  grandes  e  proeminentes;  o  espelho  nasal  é  amplo  de  coloração  rósea;  os chifres  de  cor  branco-amarelada  e  de  tamanho  médio  para  pequeno,  dirigindo-se  para frente  e  para  baixo;  as  orelhas  são  de  tamanho  médio.  O  corpo  é  amplo  e  compacto  de forma  cilíndrico;  o  peito  é  largo,  as  costelas  são  arqueadas  e  as  espáduas  com  boa cobertura  de  musculatura;  a  linha  dorso-lombar  é  reta,  larga  e  coberta  de  músculos;  a garupa  e  as  nádegas  são  amplas  e  bem  desenvolvidas;  a  cauda  é  comprida  e  sua vassoura  é  branca;  o  umbigo  é  curto  e  pequeno;  úbere  pequeno;  membros  curtos,  fortes e  com  bons  aprumos.  Especializada  na  produção  de  carne.  Precoces  podendo  ser abatidos aos 24 meses. São rústicos. Criado no Uruguai (~ 70% do rebanho), na Argentina e no Brasil (Rio Grande do Sul). Sensível aos endo e ectoparasitas.

      CARACU
A  pelagem  amarelo-claro  ou  amarelo-alaranjado  uniforme;  a  coloração  castanha  é indesejável.  Ao  redor  dos  olhos,  no  focinho,  no  ventre  e  no  períneo,  a  intensidade  dacoloração  diminui;  as  mucosas  são  claras  e  despigmentadas.  A  cabeça  é  forte  e  larga,  mas sem  chegar  a  ser  pesada;  fronte  larga  com  ligeira  depressão  entre  as  órbitas,  com  perfil subconvexo;  possuem  cara  curta,  de  onde  se  originou  o  nome  “Caracu”;  os  olhos  são grandes;  os  chifres  levemente  compridos,  leves,  de  coloração  clara  e  pontas  avermelhadas, saindo  para  trás,  para  os  lados,  para  frente  e  terminando  com  as  pontas  levantadas;  as orelhas  são  pequenas,  finas  e  com  muitos  pelos  em  seu  interior .  O  corpo  possui  formato cilíndrico  e  longo;  a  linha  dorso-lombar  geralmente  é  reta,  no  entanto  é  muito  freqüente  o aparecimento  de  animais  selados,  ou  com  o  sacro  muito  saliente,  sendo  que  estas características  são  indesejáveis;  tórax  é  amplo  e  as  costelas  são  bem  arqueadas;  garupa  é comprida,  larga  e  horizontal;  a  cauda  é  bem  inserida,  grossa  na  base  e  com  pouca  vassoura; os  membros  anteriores  e  posteriores  são  curtos,  fortes  e  bem  aprumados,  com  cascos  de coloração amarela ou alaranjada; o úbere e os tetos possuem desenvolvimento regular e com tetos  bem  implantados.  É  difícil  afirmar  se  esta  raça  é  de  corte  ou  de  leite.  Possui  uma produção  média  de  leite  (1500  quilos/lactação).  Já  sua  produção  de  carne  é  mais  vantajosa, no  entanto,  apresenta  baixo  rendimento  de  carcaça  e  acabamento  tardio  em  relação  às outras  raças.  Extraordinária  rusticidade  ao  clima  tropical,  a  pastos  de  baixa  qualidade  e  às parasitoses.

      BRANGUS
Raça  sintética  criada  simultaneamente  nos  USA,  Austrália,  Brasil  e  Argentina,  através  do cruzamento  entre  Brahman  e  Aberdeen  Angus  a  mais  de  cem  anos  atrás.  Objetivo:  atender  a necessidade de um gado adaptado às regiões mais difíceis de criação do gado europeu.  Cruza  entre  a  raça  Brahman  e  a  Angus  buscou  unir  em  uma  única  raça  as características  de  rusticidade  do  Zebu,  com  qualidade  de  marmoreio  e,  fertilidade  e precocidade  existente  no  Angus  T amanho  médio.  Pêlo  é  fino  e  brilhante.  Pelagem  de coloração negra ou castanha, apresentando algumas pintas brancas na região umbilical. Pele de  espessura  fina  e  média,  bem  pigmentada.  Animais  volumosos,  compridos;  com  boa profundidade.  Costelas  bem  arqueadas  e  separadas.  Dorso  e  o  lombo  amplos,  compridos com  boa  cobertura  muscular .  As  linhas  superiores  e  laterais  são  retas  e  linha  baixa  também.
Posteriores  amplos,  de  contornos  alongados,  com  musculatura  forte.  Nas  fêmeas,  além  das características citadas, observa-se um bom desenvolvimento e amplitude dos ossos da coxa e sacro  e  bom  desenvolvimento  do  úbere  e  tetas.  Resistência  à  parasitas  internos  e  externos, rusticidade,  tolerância  ao  calor  e  a  diferentes  tipos  de  pasto,  possibilitando  sua  criada  do norte ao sul do Brasil.