A fecundação corresponde à interação/união de dois
gametas haploides, dando origem a um indivíduo diploide, havendo um diálogo
complexo entre oócito (OOC) e espermatozoide (STZ), de modo que o OOC ativa o metabolismo
do STZ (evento necessário para a fecundação), e o STZ retorna a mensagem
ativando o metabolismo do OOC (evento necessário para o início do
desenvolvimento). É um processo que vai desde a maturação o STZ até a ativação
do zigoto. A fecundação pode ser interna ou externa, sendo que nos mamíferos é
interna e ocorre na ampola da tuba uterina (ATU), ambiente que contém
características especiais para que ocorra a fecundação.
A fecundação possui duas funções básicas: transmitir
genes dos pais para a prole (função sexual) e iniciar no citoplasma do ovo
reações que permitem o desenvolvimento (função reprodutiva).
Pode-se dividir a fecundação nas seguintes fases:
# Ligação do STZ à zona pelúcida (ZP) do OOC;
# Reação acrossomal;
# Fusão das membranas gaméticas;
# Singamia e ativação do zigoto.
O STZ interage molecularmente com a ZP através de
sítios de ligação: a galactoziltransferase do STZ reconhece o terminal
N-acetilglucosamina da ZP. Quando isso ocorre, ativa a reação acrossomal, que
consiste em uma série de reações bioquímicas, culminando na despolarização da
membrana do STZ, com influxo de sódio e cálcio, e na liberação de várias
enzimas pelo estímulo do sódio, enquanto que o cálcio impede a liberação
precoce do material genético. As enzimas geralmente são proteolíticas, que
digerem a ZP e, assim, permite a entrada do STZ no OOC.
Os microvilos da membrana plasmática do OOC começam a
envolver o STZ até que esteja completamente envolto por citoplasma, de modo que
o STZ penetre no OOC. Nessa fase ocorre também o bloqueio à poliespermia: de
forma rápida pela mudança na carga elétrica da membrana oocitária, que fica
semelhante à dos STZ, repelindo-os, e de modo lento pela migração e exocitose
de grânulos da cortical, que irão enrijecer a membrana.
Quando o STZ penetra no oócito, a meiose reinicia, havendo
exocitose do segundo corpúsculo polar (que é excesso de material genético) e
que servirá de nutriente para o zigoto, assim como o primeiro corpúsculo polar.
O material genético materno e paterno alinham-se, formando os dois pró-núcleos
que se unem, através da fusão de suas cariotecas, formando o zigoto e dando início
ao processo de divisão celular. A ativação do zigoto é a última fase da
fecundação. O citoplasma do zigoto então começa a gerenciar as reações
embrionárias.
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