sábado, 20 de abril de 2013

ANATOMIA TOPOGRÁFICA - O ABDÔMEN



Conformação e anatomia da superfície externa


Em termos de limites externos se observa estruturas como as costelas ou a arcada costal que ajudam a delimitar cranialmente o abdômen, a porção palpável nos animais é somente aquela que está depois da ultima costela em sentido caudal, no entanto o fígado, o estômago e o baço ficam alojados sob a arcada costal e são, portanto, vísceras abdominais uma vez que estão retro diafragmáticos ou retrofrênico.

O abdômen por si só começa após a última costela, entretanto, ele se adentra ao tórax em virtude do formato côncavo do diafragma, ou seja, o diafragma é o limite mais cranial entre obdômen e tórax, ao falar em limite cranial externo têm-se como referências as últimas costelas, e ao falar em limite cranial interno do abdômen é o diafragma.

Ventralmente encontra-se uma anastomose com a musculatura contralateral. Quando se observa o abdômen por uma vista lateral ele vai finalizar na porção mais baixa e ventral, justamente na área que se une com a outra musculatura formando a linha Alba.
 Se na porção cranial observa-se o diafragma na porção ventral haverá a linha Alba, formada pela anastomose da musculatura que compõe a parede lateral do abdômen, lateralmente vamos ter formando os limites laterais abdominais somente a musculatura, pele, tecido subcutâneo e adiposo.


Dorsalmente o abdômen vai ter como limite aborda ventral da musculatura paralombar, ao observar o abdômen de lado numa porção quadrupedal, existe uma fração onde não será possível fazer palpação por não haver vísceras abdominais, existe um teto de cavidade abdominal formado por todas as vértebras e seus respectivos processos transversos e a musculatura que recobre essas estruturas, portanto, a porção mais baixa dessa região por haver uma espessa camada de músculo forma um triângulo denominado de vazio.
Caudalmente o limite do abdômen vai ser a crista pectínea na borda cranial da asa do íleo.
Ao visualizar o animal pela face ventral, é possível observar limites coincidentes, como o arco costal, crista pectínea e paredes abdominais que delimitam tanto a cavidade, quanto os limites da cavidade.
A divisão do abdômen é feita em quadrantes que, de acordo com a área, vamos mexer com um órgão distinto onde, por exemplo, é permitida a palpação na região abdominal nos animais. Em grandes animais essa prática fica restrita devido à densidade muscular e em relação às demais espécies, pois temos no ruminante, o rumem, um gigantesco saco que se situa no lado esquerdo do abdômen, e no equino grande parte do lado direito, ocupado pelo ceco, especialmente nas bordas ou nas porções mais ventrais do abdômen, tanto que o ceco faz relações com o apêndice xifoide, abaixo e a direita temos o ceco, no caso do bovino não há essa relação, diferentemente das demais espécies.
Retomando: os limites do abdômen se restringem cranialmente no limite das costelas, caudalmente na asa do íleo e crista pectínea, ventralmente a região da linha Alba e dorsalmente a borda ventral dos músculos lombares.
 Caudal a última costela, cranial a asa do íleo, percebe-se que é ocupada e tem um formato triangular em todas as espécies em virtude da elevação que as costelas conferem a essa região. Esse local é importante e denomina-se de fossa paralombar, direita ou esquerda, encontram-se órgãos diferentes conforme a espécie que se relaciona.
No caso do cão ao colocarmos a mão na fossa paralombar principalmente na região mais cranial, o órgão mais próximo da relação com os dedos será os rins, em ambos os lados haveria uma facilidade maior em fazer uma palpação renal pela região de fossa paralombar. Ao palpar pelo lado direito mais cranial a fossa paralombar encontra-se o fígado que se estende até próximo do arco costal, pois ele só se torna palpável além do arco costal em quadros de hepatite, pois o fígado aumenta de tamanho e se torna palpável além do bordo da arcada costal.
A cavidade abdominal começa especificamente abaixo dos processos transversos das Vértebras Lombares que passa a ter a musculatura da cavidade abdominal.
O abdômen numa vista ventral pode ser dividido em nove quadrantes não uniformes, que em cada quadrante sempre haverá os mesmos órgãos nas diferentes espécies.

Essa divisão ocorre pelas linhas que cruzam desde a região mais medial do corpo do íleo em linha reta até a cartilagem costocondral e a mesma coisa do lado oposto. Caudal a costela traça-se uma linha transversal ao corpo da mesma forma na asa do íleo traça-se mais uma linha transversal.
A primeira parte que fica próxima à região do xifoide, e chamada de região xifoideia, o quadrante que fica abaixo das cartilagens costais são regiões hipocondrais, direito e esquerdo, no lado direito dessa região é possível palpar rins e fígado e no lado esquerdo pode-se conseguir palpar rim esquerdo.  Abaixo da região hipocondral encontra-se a região de flanco ou vazio e entre elas a região umbilical ou epigástrica, região inguinal direita e esquerda e região pubiana
Num caso clínico em que um animal esta a um dia sem urinar, a região mais provável de inserção de um cateter seria na região púbica, pois a bexiga repleta, sem dúvida, se move da região pélvica para a região púbica.
 Caso um equino apresente, por exemplo, uma compactação do ceco, a região que poderia se ter acesso a este órgão seria a mais provável a região xifoideia ou a região hipocondral direito ou pelo flanco direito.
No caso de colocar uma fístula ruminal, a região que mais indicada seria no flanco do lado esquerdo normalmente na porção mais alta dessa região, devido à visualização de rumem.
Profundamente a estrutura que forma o abdome é essencialmente muscular diferente do tórax que possui um arcabouço ósseo, formado pelas costelas.

O Abdômen é formado por quatro músculos que formam a cavidade abdominal e que protegem os órgãos e estruturas abdominais. A primeira musculatura mais externa e superficial de todas é o músculo oblíquo abdominal externo (nº 5) que se originam da região do corpo da 4ª costela até aproximadamente a 13ª costela, além disso, as últimas fibras podem ter inserção numa estrutura chamada de fáscia toracolombar e ainda uma porção dessas fibras se inserem na bainha do músculo reto abdominal.
Abaixo do oblíquo externo encontra-se o músculo oblíquo abdominal interno (nº 8) essas musculaturas se originam da aponeurose ou da fáscia toracolombar na porção mais superior e se inserem na bainha do músculo reto abdominal.
O músculo reto é circulado por uma bainha, essa bainha é formada pela inserção das bainhas do músculo obliquo abdominal externo e interno e transverso abdominal. Nessa região de bainha passa a veia umbilical no caso de neonatos que posteriormente torna-se o ligamento umbilical, nessa região pode acontecer uma hérnia por conta de má formação ou fechamento desse local após o nascimento.
nº 1 linha Alba, nº 4 canal inguinal

Em quadros mais graves podem acontecer casos conhecidos como eventrações, essa patologia o animal nasce e as alças intestinais ficam expostas, por não ter acontecido a fusão da bainha do músculo reto abdominal.
Na porção mais caudal do músculo reto do abdômen, a bainha que envolve o músculo nas porções ventrais e dorsais passa a existir apenas na porção mais externa da musculatura.
Visualização dos músculos oblíquos interno e externo, reto do abdômen

Canal inguinal

É um dos locais onde comumente podem ocorrer hérnias (passagem de órgãos abdominais pó essa abertura).
Essa região é caracterizada por ser um espaço lateralmente entre os músculos oblíquos abdominais externos e internos e possuem um ponto de inserção comum, existe a formação de uma estrutura que não é fechada pela qual no caso dos machos, ocorre a passagem dos testículos para a bolsa escrotal que na vida uterina é intra-abdominal, e na vida extrauterina é extra-abdominal.

O canal inguinal é formado na região mais cranial pela inserção da musculatura do oblíquo abdominal externo e dorsalmente pela inserção do oblíquo abdominal interno, mais profundamente e mais cranialmente ele se inverte o interno forma a porção mais dorsal e o externo a porção mais ventral.
Essas estruturas se estendem desde o anel inguinal interno até o anel inguinal externo. E permite a passagem de grandes vasos e nervos gênito femorais e no caso dos machos a passagem das gônadas, (testículos) a camada mais superficial do músculo oblíquo interno forma a porção dorsal e cranial e na remoção do oblíquo abdominal externo fica visível na porção mais profunda formando tanto a porção mais cranial quanto na porção lateral desse forame.
Nessa região passa os vasos, nervos e gônadas, eventualmente quando essa estrutura de inserção abdominal é fragilizada e em algumas condições de caráter hormonal, pode ocorrer que a porção mais externa dessa musculatura fica flácida e se dilata sendo possível extravasar vísceras, especialmente intestino e no caso das fêmeas o útero.
Existem casos de gestação extra-abdominal o filhote está dentro do útero, porém, a gestação ocorre fora da cavidade abdominal, o feto cresce normalmente, porém, o nascimento ocorre apenas por cesárea.

Os suprimentos sanguíneos são representados por 4 artérias (duas do lado direito e duas do lado esquerdo) epigástrica Cranial que é continuidade da artérias torácica e assim que emite a frênica dorsal ela torna-se a epigástrica cranial. Esta passa entre os músculos retos abdominais e oblíquos abdominais artéria epigástrica caudal.
Veias e artérias epigástrica caudal entre os músculos abdominais (estas se anastomosam com as veias e artérias epigástricas craniais)

Ao abrir o abdômen pela linha reta ou linha Alba e seccionar as paredes e ter acesso às vísceras, observa-se uma estrutura amarelada esbranquiçada recobrindo todas as vísceras com exceção do fígado e baço, essa estrutura é chamada de omento, essa estrutura não recobre esses órgãos por ser originadas da curvatura maior do estômago se reverter e inserir na porção ventral desses órgãos lateralmente a veia cava.
O omento irá formar o ligamento gastroesplênico ele se dobra do estômago sobre o baço e em sentido caudal. Existem várias estruturas de sustentação do intestino, a primeira e mais comum delas é o mesoduodeno no teto da cavidade abdominal, mesorreto e mesocólon e fixando no estômago parcialmente ao teto o ligamento gastroesplênico, ou seja, o omento é um reflexo desse ligamento (gastroesplênico) em sentido caudal. O omento serve como via de transporte de vasos até as alças intestinais.

Localização e relações

No estômago existe três regiões distintas, cardica, fundica e pilorica, a região fúndica e região de cárdia, são as mais capaz de se dilatar. Ao chegar no piloro em secções longitudinais do estômago, a espessura da parede deste órgão tende a ficar ligeiramente mais grossa e via de regra percebe-se que em animais domésticos principalmente nos monogástricos as porções mais fáceis de se dilatar são as regiões mais altas do cárdia e fúndica, essas regiões em termos fisiológicos são as áreas que disparam a sensação de saciedade quando estão tensas, informando ao cérebro quando o órgão está cheio, isso ocorre geralmente de maneira tardia.

Observa-se em carnívoros uma tendência ao sobrecarregamento gástrico importante em caso de filhotes, o estômago vazio dificilmente são palpáveis, pois, fica parcialmente encoberto pelas costelas, este órgão desce até o assoalho da cavidade abdominal quando está cheio e torna-se palpável.
Nas áreas de região pilórica, produz uma substância denominada de fator intrínseco que funciona como potencial carreador de absorção de algumas vitaminas do complexo B.

A região fúndica se projeta dorsalmente é uma porção mais alta, é a região do cárdia ligeiramente mais alargada, e nessa região que tende a começar a ocorrer o processo de vômito.
O corpo e o fundo são colocados à esquerda da linha média, e tem contato íntimo com diafragma e fígado, e a porção mais distal do estômago que caminha ao piloro fica mais à esquerda, em compensação o piloro se projeta para o lado direito. Quando o estômago está repleto, ele faz relação íntima com o assoalho da cavidade abdominal, dependendo do grau de repleção deste órgão, o baço se move e pode chegar a ficar junto ao assoalho da cavidade abdominal.


O fígado ocupa uma porção maior do lado direito da cavidade abdominal. Nas proximidades destes órgãos observa-se a veia cava e ligeiramente à esquerda do plano mediano observa-se o esôfago.

Nesta figura o jejuno foi removido
O duodeno está localizado no lado direito e segue ainda pelo lado direito até fazer a flexura cranial porção transversa, segue até a flexura duodenal caudal e o jejuno encontra-se espalhado na porção inferior (ventral) e caudal do abdômem. Ao relacionar a localização dos órgãos com os quadrantes, na porção inferior cranial, o jejuno estaria na região xifoideia, hipocondral direita e esquerda, umbilical, flanco direito e esquerdo. A bexiga estaria na região pubiana.

Intestino Delgado

Uma das mais importantes informações a se saber sobre intestino delgado está na localização de duodeno para não mexer nessa porção do órgão, isso se deve ao fato que aderido à curvatura do estomago e envolto no duodeno está o pâncreas. Intervenções nessa região pode causar uma pancreatite por ser um glândula bastante sensível.

O ID vai ser de 3 a 5 vezes maior que o tamanho do corpo no caso de pequenos animais e em grandes animais essa taxa tende ser maior chegando ate 15 vezes o tamanho do animal.
O duodeno é a região mais curta em todos os animais, faz a flexura cranial, margeia a cavidade do abdômen fazendo um íntimo contato dorsalmente com a parede lateral direita. Desce pela lateral da cavidade abdominal até fazer a flexura caudal, quando volta praticamente no meio, fica subvertebral onde se abre no jejuno.

 Suas relações, dorsalmente com o lobo pancreático, que na curvatura cranial do duodeno encontra-se aderido junto à curvatura maior do estômago. Imediatamente caudal ao piloro, ventralmente relaciona-se com o jejuno e medialmente com o cólon ascendente. No equino as relações são mais importantes pois, na hora de fazer a inspeção intestinal para localizar a área que esta gerando a cólica, precisa correr todo o intestino fazendo palpação e verificar onde está obstruído ou necrosado.

Jejuno e íleo

Forma uma massa que ocupa a região entre estômago e bexiga bem ventral, basicamente a diferença entre as espécies está no diâmetro desses órgãos, porém as estruturas são as mesmas. Dorsalmente faz relação com a porção descendente do duodeno à esquerda com rins e músculos sublombares, e ventral e cranial com o omento.
Íleo faz relação direta com Jejuno, ceco, e cólon.




Fígado

O fígado é um órgão que pode ser considerado intratorácico, por conta da face cranial deste órgão possuir uma concavidade que fica na região torácica, porém ele é um órgão abdominal, (isso ocorre pelo fato do abdômen começar caudal a ultima costela, tendo com limite o músculo diafragmático) mas sua maior parte fica intratorácica.

O fígado fica no lado direito do plano mediano, no lado esquerdo encontra-se o estômago e parte esquerda do fígado. Ou seja, num corte transversal nessa região entre fígado e estomago é possível observar porção do fígado e estômago.
 A relação dorso caudal do fígado será diretamente com o rim direito por ele estar mais cranial que o rim esquerdo, tanto que o fígado possui uma impressão renal nessa região. A borda ventral do fígado se estende ligeiramente além do arco costal, porém não é tão evidente além desta região exceto em situações patológicas. 


Caudalmente o fígado faz relação com o estômago e cranialmente com o diafragma. Observa-se pela face diafragmática o hilo hepático onde temos a entrada e saída de vasos importantes como a veia porta, artéria hepática, ducto biliar, juntamente com os ligamentos hepáticos e o falciforme.

Pâncreas
É um órgão parenquimatoso dividido em duas porções lobo esquerdo localizado caudomedialmente ao plano médio e direito crânio dorsalmente, as duas porções tendem a confluir para a mesma região, por ser um órgão exócrino tem abertura num ponto comum, ducto do colédoco. A porção direita fica na região da curvatura cranial do duodeno sustentado no ligamento pacreaticoduodenal. A porção esquerda fica aderida na curvatura maior do estômago.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

ANATOMIA TOPOGRÁFICA - O TÓRAX


O Tórax

A pele apresenta-se solta nas laterais da cavidade torácica e mais aderida no esterno e vértebras exceto cernelha é utilizada para a aplicação de medicamentos subcutâneos.

Regiões do tórax

As delimitações do tórax são constituídas pela parede dorsal tórax no qual são formadas pelas vértebras torácicas, as Paredes laterais do tórax ( E e D) são formados por músculos (intercostais externos, internos, músculo grande dorsal, e músculo cutâneo do tronco). A parede ventral tórax ( número 8) é formada pelo esterno, cartilagens costais, músculos peitorais e músculo transverso do tórax.A parede caudal do tórax é formada pelo músculo diafragma (número 10)  possui as porções tendinosa e muscular. Possui uma abertura cranial  por onde atravessam estruturas importantes, como artérias, veias, esôfago. (hiato esofágico, e a abertura dos grandes vasos).

Conformação e anatomia superficial

Possui uma conformação variada dependendo da espécie. É possível palpar algumas estruturas o ângulo cranial da escápula nos fornece o limite do processo espinhoso T1 ele é coincidente com a primeira vértebra torácica, o ângulo caudal fica lateral a T4 e T5 que se for observado entre as duas estruturas vai ser encontrado os limites finais da Intumescência Cervical.


Na articulação escapulo umeral, no caso do ombro, fica oposto a extremidade distal ou borda caudal ou colo da primeira costela que ao ser observado a porção acromial da escápula está em cima do limite caudal da primeira costela que delimita externamente o início da cavidade torácica. Ou seja, o limite cranial do acrômio da escapula demonstra efetivamente o início externamente das primeiras costelas, limite reconhecido de estrutura de membro torácico.





O músculo grande dorsal (nº 12) faz a união do cinturão escapular junto ao tríceps braquial (nº 13 e 14) e parte da musculatura do serrátil. (nº25)  Esses ventres musculares estão na região onde faz a auscutação. Essa prática fica geralmente restrita basicamente nos dois terços caudais da região torácica, em pequenos animais há a facilidade que se consegue auscutar melhor na região ventral da axila.

A região do olécrano ou o cotovelo está nas proximidades do 5º EI, nesta localidade está a batida de ponta do coração, ictus cortis, se tem um ponto de referência da localização da porção apical do coração.


A caixa torácica é formada por esterno, costelas e vértebras torácicas a caracterização dessa região é a presença dos processos espinhosos longos apoiados por uma massa muscular lateralmente e profunda em especial pelos ventres dos músculos longíssimos do tórax, (nº 3 figura abaixo) na região mais superficial apresenta-se os músculos serrátil do tórax e depois o músculo grande dorsal.


Outra estrutura que ajuda na integridade da coluna vertebral em especial na região de tórax é a presença do ligamento longitudinal ventral, esse ligamento é estendido até as duas últimas vértebras torácicas e na transição entre as vértebras lombares ele deixa de existir. A região torácica possui diversos ligamentos que mantêm a firmeza desta região, são os ligamentos transversos e ligamentos costovertebrais.Essas estruturas ligamentárias dão suporte ao tórax, limitam a movimentação e ainda conferem a rigidez a esta região contra impactos, tanto que os órgãos que estão nessa região tendem a sofrer menos impactos em acidentes, o que não se observa na cavidade abdominal. As luxações ocorrem em menor frequência no tórax que em região abdominal devido aos diversos ligamentos contidos nessa região.










Costelas e esterno

O número de costelas são variáveis ao número de vértebras torácicas. Cada espécie possui uma quantidade de vértebras torácicas, o cão e os suínos possuem 13 VT, ruminantes 14 VT, e equinos 18 VT correspondendo ao número de costelas.

Não se pode confundir costelas flutuantes com costelas falsas, as costelas flutuantes são as costelas que não apresentam qualquer tipo de ligação com o esterno, as costelas falsas são costelas em que existe a formação costal e a sua união desta ao esterno é feita por cartilagem através do arco cartilaginoso costal.As primeiras costelas possuem um formato mais reto e em sentido craniocaudal elas vão se arqueando formando um arcabouço, essas estruturas são em mesmo número de Vértebras Torácicas. As primeiras costelas são semelhantes entre si.Na borda caudal das costelas apresentam um sulco denominado de sulco costal, essa estrutura é importante na abertura de tórax, é pouco comum, mas caso haja necessidade não se deve aprofundar a incisura no bordo caudal da costela, pois nesse bordo caudal do sulco costal corre estruturas importantes como artérias intercostais, veias intercostais e nervos intercostais.


Esterno


É formado por esternébras que são estruturas cilíndricas e delgadas com pouca quantidade de tecido compacto externamente, todo animal possui cerca de oito esternébras, é um osso bastante superficial considerado um osso subcutâneo principalmente na crista média do esterno onde não existe cobertura muscular.Na musculatura excêntrica do tórax, temos como exemplos os músculos peitorais superficiais, se inserem paralelamente a crista mediana do esterno, a crista mediana é superficial e palpável em todos os animais, no caso de equinos essa crista é muito evidente, clinicamente esse osso é importante na produção de células sanguíneas pela medula óssea vermelha, o esterno é uma estrutura que tem sua importância na punção de medula óssea devido a sua superficialidade e ainda pouca quantidade de tecido compacto. É importante a cautela no procedimento de punção de medula nesta região, visto que se encontra apoiado no esterno a porção apical do coração, e algumas estruturas como o ligamento frênico pericárdio e esternopericárdio nos cães. Há a possibilidade da transfixação da agulha até o coração podendo gerar uma complicação no procedimento de punção de medula nessa região. Musculatura da camada superficial


A musculatura que recobre o tórax tem mais relação com o membro torácico que com o tórax, a maior parte dela está relacionada com o cinturão escapular, como por exemplo, a cobertura dorsal feita pelo músculo trapézio ( nº 10 porção cervical, nº 11 porção torácica), cobertura lateral feito pelo músculo grande dorsal, (nº 15) os músculos intrínsecos do membro torácico como tríceps braquial nº 17 cabeça lateral e  16 cabeça média), deltoide, omotransverso, braquicefalico (nº 4 e 5) , escaleno, quadrado e intercostal e na porção dorsal os músculos serráteis. Quase todo o tórax é desprovido de musculaturas na remoção de membro torácico.


As estruturas que se identificam na remoção do membro torácico são representadas pelo músculo grande dorsal, subescapular mais profundo, músculo serrátil na porção torácica, músculo escaleno, quadrado do tórax e parte do músculo longuíssimo do pescoço.

A remoção do membro torácico evidencia a traqueia, e numa vista pelo lado esquerdo, o esôfago. Ataques a abscessos podem comprometer órgãos dessa região.

Caudal ao membro pela remoção da pele do tórax evidencia uma grande fáscia muscular ou fáscia toracolombar, que da origem ao músculo oblíquo abdominal externo e tem como ponto de inserção as oito últimas costelas em todas as espécies. Essas últimas costelas servem como ponto de inserção da musculatura do abdômen que possuem origem na aponeurose do músculo reto abdominal e recobre formando a parede abdominal.
 O músculo reto do abdômen se insere no esterno fazendo então uma cobertura de parte mais ventral das costelas.



Na porção torácica ao remover a pele e músculo cutâneo põe em evidência a porção torácica do músculo trapézio (principal músculo responsável pela fixação da escápula e consequentemente o membro anterior ao tórax) observa-se ainda a borda caudal do trapézio sob o músculo grande dorsal, na remoção do trapézio e grande dorsal expõe-se os fascículos dos músculos serráteis do tórax, reto do tórax e abdômem, e uma pequena porção do músculo obliquo abdominal externo. E na remoção dos fascículos do músculo serrátil, evidencia os músculos intercostais externos e imediatamente abaixo deste encontra-se o músculo intercostal interno.




Diafragma

É um órgão muscular dividido em duas porções com estruturas inerentes a qualquer estrutura muscular, vai apresentar uma porção muscular (nº 1, 2, 3 4) e uma porção tendínea (nº5, 5')é um músculo que tem origem de duas estruturas musculares volumosas denominadas de pilares diafragmáticos( nº 1, 2) e tem como ponto de origem ou ponto de fixação os corpos vertebrais das primeiras vértebras lombares (nº 14) visível no teto da cavidade torácica ou teto do tronco.


Internamente toda sua borda é fixada na face medial das costelas no sentido oblíquo, não é fixado no corpo das costelas e sim na porção mais distal da face medial das costelas acompanhado a arcada costal ou arco costal que é a divisão entre o tórax e abdômen, essa região encontra-se de forma convexa dentro do tórax até a 6ª ou 7ª costela.

O diafragma não é considerado um órgão e sim uma estrutura musculoesquelética e possui uma relação íntima com o sistema respiratório, pois parte da força motriz deste sistema advém do diafragma. Possui uma relação íntima com as vísceras da cavidade abdominal e relações com os grandes vasos que os oferece suporte. No caso de vísceras o diafragma oferece suporte através do ligamento do fígado e ligamento falciforme. O diafragma dá suporte ao esôfago (nº 8), principalmente a veia cava caudal (nº10) e por entre os pilares do diafragma passa a Artéria Aorta.(nº 6). 


A cúpula diafragmática fica em torno da sexta ou sétima costela e serve como ponto delimitação da cavidade torácica e abdominal. Nas porções laterais existe um espaço denominado de recesso diafragmático em ambos os lados possuem uma extensão ou colo da margem caudal dos pulmões.

A margem caudal do lobo pulmonar se estende até esses recessos. Numa imagem radiográfica essa região aparece bastante pontiaguda, quando há alteração nesta por alguma doença, por exemplo, líquidos que deveriam ser residual ocupa essa cavidade que deveria ser ocupada pelos pulmões. 
Esse espaço deve estar vazio para que esse órgão possa fazer a movimentação de expiração e inspiração para encher-se de ar, caso isso não ocorra o animal apresenta dificuldades de respiração. A entrada de liquidos nesse recesso pulmonar é chamada de efusão pleural, essa patologia causa deformidade no recesso que pode ser observada, por exemplo, em raios x.
Retomando, o diafragma possui uma abertura mais dorsal entre os pilares diafragmáticos na região de hiato esofágico por onde passar a Aa aorta e o esôfago e na região tendínea voltada para o lado direito a abertura da veia cava caudal.

Pleura e Mediastino


Em termos de cavidade torácica onde estão encarceradas as vísceras, observa a presença de uma camada de tecido epitelial denominada de pleura, que reveste a parede da caixa torácica, quanto as vísceras dessa cavidade. O espaço entre esse tecido é chamado de espaço pleural. No teto da cavidade torácica essa camada de tecido se reverte e passa a revestir as vísceras. A pleura que reveste a cavidade pela parede e chamada de pleura parietal e o tecido que reveste as vísceras é chamada de pleura visceral, esse mesmo tecido reveste o coração e é chamado de pericárdio.