quarta-feira, 2 de outubro de 2013

FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO - ESTUDO DIRIGIDO

1.  Defina espermatogênese e cite seus 3 principais componentes.

            É um processo que as células tronco masculinas se desenvolvem em espermatozóides e ocorre nos túbulos seminíferos testiculares. Ocorre através de um processo longo e sincroniza em que as células troncas diploides na base dos túbulos seminíferos, as espermatogônias, passam a se dividir por mitose com intuito de manter seus próprios números e para produzir através de ciclos uma progênie com divisões meióticas e diferenciadas em espermátides haploides. Estas que passam a ser liberadas posteriormente como espermatozóides. Os principais eventos são caracterizados em: espermatocitogênese, meiose e espermiogênese.

2.  Descreva as funções das células de Sertoli e das células de Leydig

            Com função de fornecer um ambiente propicio as células de Sertoli possui diversas funções como o controle da maturação e da migração das células germinativas; através da síntese de proteínas e esteroides que estão envolvidos no controle da passagem das secreções entre compartimentos tubulares e intersticiais, formam a barreira hemato-testicular, converte testosterona em estrogênios e possuem receptores de FSH, esses receptores apresentam importância para a conclusão da meiose de células germinativas. As células de Leydig secretam testosterona que é essencial no desenvolvi mento e manutenção da espermatogênese através do estímulo do hormônio LH.

3.  O que é um ciclo espermatogênico?

            Pode ser caracterizada como a associação uma associação celular definida que sofrem divisões até serem liberadas como espermatozoides. A espermatogônia preparada para sua primeira divisão sincronizada é encontrada como espermatócito pré leptotênicos, espermatócitos paquitênicos, espermátides arredondadas jovens e espermátides, uma serie de associações celulares diferentes ocorre ate que o ciclo conhecido como ciclo espermatogênico ou ciclo do epitélio seminífero tenha se completado e a associação original reaparecido, mas sendo cada célula uma nova geração. O ciclo deve ser repetido quatro vezes a partir da primeira divisão sincronizada de uma espermatogônia para a liberação do espermatozoide derivado desta. A quantidade de associações celulares e túbulos contendo essas associações diferem entre as espécies.

4.  Descreva os principais hormônios e a forma como eles interagem para garantir a produção adequada de espermatozóides.

            A manutenção da espermatogênese e desencadeada pelo Testosterona, LH (hormônio luteinizante) e FSH ( hormônio folículo estimulante) sendo os dois últimos  produzidos pela adeno-hipófise. O LH estimula as células de Leydig através da produção de monofosfato cíclico de adenosina responsável por iniciar a produção de testosterona, o LH, que estimula as células de Leydig submetendo-as a hiper ou hipotrofia. Esse mecanismo tem por função a regulação da produção da testosterona. O FSH estimula através de receptores de membrana as células de Sertoli. A partir daí são produzzidas receptores de membrana com sítios de ligação para os hormônios androgênicos, convertem testosterona em estrogênio e diidotestosterona, a estimulação de espermatocitogênese, a conclusão da liberação de espermatozóides e a secreção de inibina, é a inibina que age através de feedback negativo sobre a secreção de FSH.

5.  Quais as principais funções da testosterona?

            Iniciar e manter a espermatogênese, esse hormônio esta ligado ao desenvolvimento e atividade secretoras de glândulas acessórias, da sustentação a libido e das características corpórea ao sexo masculino.

6.  Discorra sobre o mecanismo fisiológico  responsável  pelo  início  da puberdade em  machos.

            O sistema reprodutivo dos machos é regulado pelo hipotálamo, ligado através do hormônio à hipófise anterior que por sua vez se liga aos testículos via hormônio luteinizante e hormônio folículo estimulante.  A hipófise, as gônadas e os tecidos alvos dependentes de esteroides são capazes de responder a estímulos hormonais antes da puberdade, portanto esta glândula tem importância fundamental na iniciação da puberdade. Parece ser um processo contínuo de alterações endócrinas com inicio logo após o nascimento. A puberdade pode estar relacionada quando o complexo hipotalâmico-hipofisário do animal torna-se dessensibilizado a inibição do feedback dos esteroides gonadais. Essa dessensibilização aparentemente permitiria uma descarga de aumentada de GnRH. Porém o fator que possa influenciar na maturação do animal venha ser o consumo de energia e a estação do nascimento. Em humanos o eixo hipotalâmico hipofisário gonadal se diferencia durante a vida fetal e na infância é suprimido e reativado na puberdade após quase uma década de baixa atividade. Esse sistema é mediado pela supressão da síntese e secreção pulsátil hormônio GnRH. O estímulo pulsátil progressivo da hipófise pelo GnRH e das gônadas pelo FSH e LH é necessário para a iniciação da progressão da puberdade. Acredita-se que nos animais esse mecanismo funcione de forma semelhante.

7.  Em relação à reprodução das fêmeas, discorra sobre os principais hormônios  do  eixo  hipotalâmico-hipofisário,  destacando  todas  suas inter-relações.

            A atividade gonadal é controlada pelo hipotálamo e da glândula hipofisária anterior. A adenohipófise produz hormônios protéicos importantes no controle da reprodução, hormônio folículo estimulantes (FSH) hormônio luteinizante (LH) e a prolactina, ainda produzem outros hormônios como o hormônio do crescimento (GH) O LH e o FSH são hormônios sinérgicos no desenvolvimento das ovulações dos folículos ovarianos, o FSH desempenha um papel importante durante o crescimento dos folículos ovarianos e o LH desempenha um papel dominante durante os estágios finais da maturação dos folículos através da ovulação. O GnRH é o hormônio responsável por liberar  a gonadotrofina e posteriormente causar a liberação dos hormônios FSH e LH, que vão atuar estimulando os ovários. A ocitocina é outro hormônio liberado pelo neuro-hipófise de importância para a reprodução pois tem a função de promover as contrações musculares uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação.

8.  Conceitue Puberdade em fêmeas e explique quais mecanismos fisiológicos são responsáveis por desencadeá-lo.

            Esse termo é utilizado para definir o início da vida reprodutiva. Para a fêmea embora o início da atividade sexual seja frequentemente empregado como início da puberdade a definição mais precisa é a época da primeira ovulação, para todas as espécies, existe uma época e uma condição crítica onde a obtenção de um certo tamanho para que a puberdade seja iniciada. Geralmente refere-se ao peso corpóreo numa proporção de cerca de 275kg em bovinos e 40kg em ovinos. Um dos conceitos fundamentais do início da puberdade envolve um aumento na síntese de liberação do hormônio liberador da gonadotrofina (GnRH) pelo hipotálamo que faz uma orientação na secreção de forma pulsátil da Gonadotrofina e o crescimento do folículo. Antes da puberdade a secreção de GnRH e Gonadotrofina é mantida em xeque pois o hipotálamo é altamente sensível  a inibição do feedback negativo pelos estrógenos. Algumas explicações sobre a puberdade em ovelhas são obtidas pela hipótese da maturação do hipotálamo em tornar-se menos sensível ao feedback negativo pelo estrógeno. O desenvolvimento o folículo ovariano pode ser estimulado com a administração do de gonadotrofina demonstrando que o inicio da puberdade não é retardada pela falta de respostas gonadais pré-púberes. Alterações no fotoperíodo são importantes para que as ovelhas entrem na puberdade. Estudos tem demonstrado que as fêmeas devem ficar expostas a luz do dia no período do desenvolvimento pré-púbere, pode ser um período curto quanto uma a duas semanas. Com o crescimento e exposição ao fotoperíodo apropriados a secreção de gonadotrofinas em ovelhas prova o crescimento significante do folículo. Este crescimento é mantido devido a dessensibilidade do hipotálamo ao estrógeno produzido por folículos em crescimento. O primeiro evento endócrino da puberdade de uma ovelha é manifestado de uma onda do tipo pré ovulatória de gonadotrofinas produzidas provavelmente por folículos em desenvolvimento. A onda de gonadotrofina resulta na formação de uma estrutura lútea através da luteinização de um ou mais folículos com vida curta. Após a morte desta estrutura lútea inicial ocorre uma nova onda de gonadotrofina levando a ovulação e a formação de outro corpo lúteo que geralmente possui um período de vida maior caracterizando a atividade ovariana cíclica iniciada no animal.

9.  Defina Ciclo Estral e discorra sobre suas fases nas diferentes espécies animais

            É o período de tempo compreendido entre o inicio do estro e a nova ocorrência de estro.
Cadela, ocorre 2 a 3 meses após atingir o tamanho adulto que varia entre as reaças e idade de 6 a 12 meses. É caracterizado por um período de inatividade ovariana (anestro) incomumente longo, que não está relacionado com o fotoperíodo ou a nutrição, pode ser considerada como monoéstrica com cilos comum em qualquer época do ano. O proestro e o estro têm, cada um, 7 a 10 dias de duração e o diestro é prolongado, durante 70 a 80 dias. A onda de LH ocorre ao final do proestro, acompanhado pela ovulação em 24 a 48hs. Esses animais podem estar sexualmente atrativos durante o proestro, mas só ira apresentar receptividade sexual após a onda de LH. A secreção de progesterona, subsequentemente, é essencial à receptividade, mesmo com o declínio dos níveis de estrógeno, ela é mantida por 7 a 10 dias. Na ausência de prenhez o corpo lúteo persiste e durante o prolongado diestro, e a progesterona continua a ser produzida por 50 a 80 dias. O endométrio hipertrofia e as glândulas endometriais desenvolvem-se, mesmo que nenhum feto esteja presente. O longo período de domínio da progesterona (longo diestro), associado a um período relativamente longo de regressão do endométrio após a luteólise do CL, predispõe o endométrio a piometra (pus no útero).
Gata
            As gatas nascidas nos meses de primavera e verão atingem a puberdade na estação seguinte ao acasalamento, cerca de 6 a 8 meses de idade. As gatas nascidas no outono ou início do inverno têm sua puberdade atrasada em um ano, até a próxima estação de acasalamento. Se a gata não é coberta não ocorre a ovulação, e não há fase luteínica até o próximo ciclo. Os 8 dias da fase folicular são seguidos, entretanto, por cerca de 8 dias de inatividade ovariana. Se a gata tiver contato coital, mas falhar na concepção, uma fase luteínica prolonga o início do próximo proestro, com um tempo mínimo de 42 dias entre estros. A pseudoprenhez ocorre em gatas se uma fase luteínica ocorrer sem prenhez. O desenvolvimento do útero, glândulas mamarias e abdômen não são tão marcantes quanto na cadela, e a preparação do ninho e a lactação raramente ocorrem. Os sinais de estro na gata incluem aumento na afeição, que pode ser apresentada em relação a qualquer objeto como humanos, perna de mesa. Elas também esfregam seu tórax contra o chão, rolam e vocalizam por prolongados períodos. Diversos cruzamentos podem ser feitos, com intromissão e ejaculação ocupando somente 10 a 15s de cada vez. Um período refratário de perda de receptividade sexual ocorre por 10 a 15 minutos após cada intromissão. Durante a primeira hora de contato podem haver de quatro a cinco intromissões e ejaculações.
Ovelha. Como os cordeiros nascem normalmente entre dezembro e março, o início da puberdade ocorre no outono seguinte, aos 8 ou 9 meses de idade. O ciclo estral na ovelha é mais curto que nos outros animais domésticos devido ao fato da fase antral do crescimento folicular ser cerca de 6 a 7 meses, durante o qual repetidos ciclos estrais são observados na ausência de prenhez. Um proeminente sinal de estro é a agitação da cauda. Também, as fêmeas separadas dos machos por uma barreira, frequentemente assumem uma posição bastante próxima a essa barreira.
Vaca. Raças de vacas pequenas normalmente atingem a puberdade numa idade mais precoce que raças grandes (Jersy, 8 meses; Holstein, 11 meses). Alterações comportamentais associadas ao estro incluem inquietação, monta ativa, comportamento passivo quando montada, estado de alerta mais pronunciado e diminuição do apetite. Ao mesmo tempo decresce a produção de leite, há descarga de muco da vulva e são notados hiperemia e relaxamento vulvar. A maior parte dos animais domésticos ovula próximo do final do estro, mas a vaca ovula 12 a l4hs após o estro. A inseminação artificial de maior sucesso ocorre quando é efetuada cerca de 12hs após início do estro. Na vaca, portanto, a inseminação precede a ovulação e a ótima fertilização está associada à expectativa de vida do espermatozóide e do óvulo e à capacitação. Capacitação esta relacionada a uma modificação do espermatozóide ejaculado ou inseminado no interior do trato reprodutivo feminino, habilitando o espermatozóide a fertilizar o oócito. A vida fértil para o espermatozóide bovino é de 30 a 48hs e para o óvulo bovino (após a ovulação) é de 20 a 24hs.
Égua. O inicio da puberdade ocorre durante a estação de monta seguinte ao nascimento. Se o intervalo entre o nascimento e a subsequente estação de monta é curto, a puberdade pode ser retardada por 12 meses. Uma grande variação de idades para a puberdade é vista na égua, esta variação oscila de 12 a 18 meses. A transição do anestro de inverno para o estro no final do inverno ou início da primavera é frequentemente errática, onde os folículos se desenvolvem, mas não ovulam. Isto resulta em prolongados períodos de estro. Após a primeira ovulação o comprimento do ciclo estabiliza, e a duração do estro é de 5-6 dias. A ovulação ocorre 24hs antes do final do estro. Os sinais de estro na égua são a evolução da cauda, posicionamento com os membros posteriores afastados, ancoradamente, micção, e ereção rítmica do clitóris.
Cabra. Os fenômenos externos do cio, ao contrário da ovelha, são normalmente bem acentuados. Os animais são impacientes, apresentam um balido que chama a atenção; outros animais são farejados e tentam o acasalamento. Na cabra, um sinal seguro do cio é representado, também, pelo reflexo da permissão ao bode. A duração do cio é de cerca de 20 - 36hs. A ovulação ocorre geralmente no final do cio. O número de folículos em amadurecimento na cabra varia entre 1 -7.

10.   Descreva os principais sintomas de estro/cio.

            Característico da espécie, entretanto todas aceitam a monta pelo macho nesse período. Vacas assumirão uma postura quadrupedal para serem montadas por outras vacas, bem como montam umas nas outras companheiras do rebanho. Outros sinais de estro são atividades aumentadas mugidos e expulsão de muco vaginal de cor clara. As ovelhas no estro exibem menos manifestação, porém procuram o macho para copula. A égua no estro assumira na presença do garanhão uma posição de lordose onde os membros posteriores estarão afastados a pelve inclinada e a cauda desviada. Além disso, a égua no estro é importunada pelo macho, everte o clitóris e elimina pequenas porções de urina. A leitoa assume uma estação rígida com orelhas eretas. A gata vocaliza muito e exibe lordose em resposta a toque no flanco e exibem pedaladas ou extensões curtas de e rápida do membro posterior. A cadela atrairá os cães que estiverem disponíveis e eliminara descargas sanguinolentas da vulva edemaciada e exibirá lordose em resposta ao macho. A estimulação tátil pelo macho, tal como mordeduras pelos garanhões e repouso do queixo sobre a base da cauda de touros, desperta o comportamento do estro. Os ferormônios são substâncias voláteis liberadas e percebidas pelo sistema olfatório do sexo oposto, estimulam o comportamento sexual. O varrão emite ferormônios da bolsa prepucial e na saliva que são metabolitos androgênicos.

11. Em relação à Glândula  Mamária:  a)  Qual  é  a  unidade  funcional básica  da  Glândula  Mamária  em  lactação?;  b) Em que local estão localizadas as células mioepiteliais e qual é sua função?
            A unidade funcional das glândulas mamárias é denominada de alvéolos ou ácinos. Estes alvéolos encontram-se circundados por células mioepiteliais contráteis que estão envolvidas no reflexo de ejeção do leite, estas células mioepiteliais também estão localizadas ao longo dos ductos.

12. Defina e discorra  sobre  os  eventos  fisiológicos  relacionados  à Mamogênese.

            Mamogênese é a fase de desenvolvimento da glândula mamária. Inicia com a puberdade e termina com o climatério ou com a castração. O crescimento da glândula mamária (mamogênese) ocorre durante vários estágios reprodutivos, desde o período pré-natal até o inicio da lactação. O desenvolvimento do aparelho mamário desde o nascimento até a puberdade e relativamente pequeno. A taxa de crescimento mamário é compatível com a taxa de crescimento corporal (isométrico) até o início da atividade ovariana que precede a puberdade. O aumento do tamanho é consequência do aumento do tecido conjuntivo e gordura. Antes do primeiro ciclo estral, o parênquima mamário bovino cresce muito rápido, onde essa velocidade de crescimento é referida como crescimento alométrico. Esse crescimento mamário rápido prossegue por vários ciclos estrais e então retorna a um padrão isométrico até a concepção e continua, na maioria das espécies, após parto por períodos variáveis de tempo. Durante cada ciclo estral recorrente, a glândula mamaria passa a ser estimulada pelo estrogênio proveniente do ovário e pela prolactina e somatotropina oriundas da adenipofise (hipófise anterior). O crescimento envolve sobretudo, prolongamento e ramificação dos ductos. Em espécies que tem a fase lútea funcional, exerce efeito sinérgico com o estrogênio, a prolactina e a somatotopina estimulam o crescimento e a diferenciação dos ductos mamários em um sistema lóbulo alveolares, onde a maior parte do crescimento ocorre durante a gestação. Na maioria das espécies, a cessação da sucção e do aleitamento por parte do lactente rapidamente estimula a involução mamária, o que caracteriza pela redução no número de células epiteliais mamárias, e também na intensidade de atividade secretora, onde enzimas lisossômicas são liberadas e ocorre lise, as células podem entrar em apoptose e os espaços pelos alvéolos em degeneração podem ser ocupado por tecido adiposo. A extensão da degeneração alveolar é controlada. Alterações na intensidade da alimentação (sobretudo na densidade de nutrientes) podem interferir na secreção de um ou mais hormônios, tais como somatropina e corticoesteroides, que regulam o crescimento e a diferenciação da glândula mamária durante os estágios do desenvolvimento dependentes de hormônios (próximos à puberdade ate o final da lactação) sendo assim um regime nutricional com períodos de tempo determinado e controlados destinado ao crescimento de novilhas antes do primeiro parto pode interferir significativamente no desenvolvimento mamário. Intensidade de alimentação excessiva (superalimentação) ou restrita (subalimentação) imposta durante qualquer estagio de crescimento sensível a hormônio (incluindo a pré-puberdade) provavelmente exerce efeitos adversos sobre o desenvolvimento mamário normal e a subsequente lactação.

13. Defina e discorra  sobre  os  eventos  fisiológicos  relacionados  à Galactopoese.

            A galactopoese é a fase de produção ou elaboração do leite pelas glândulas mamárias. A manutenção da lactação requer sustentação do número de células alveolares, atividade de síntese por parte da célula e eficácia do reflexo de ejeção do leite. A lactação e a gestação exercem pouco efeito sobre a produção de leite e sobre o numero de células mamárias. A hipófise e seus hormônios são integradores importantes da secreção do leite. Embora haja variações entre as espécies. Os hormônios tireoideos influenciam a síntese de leite bem como a intensidade e a duração da secreção de leite. A administração de hormônio paratireoideos estimula a produção de leite e aumenta a concentração de cálcio plasmático. O ACTH vai atuar na função direta na lactação exercendo efeitos sobre o número de células mamárias e a atividade metabólica.  A produção aumentada do leite pode ser mantida pelo emprego contínuo de somatotropina bovina, derivada da hipófise. Um estado hormonal controla a lactação, mas, a menos que haja remoção frequente do leite da glândula mamária, a síntese de leite não ira prosseguir apesar de um estado hormonal adequado. Portanto a síntese de leite e a remoção de leite, constituem processos fisiológicos fundamentais para persistência da lactação. A ingestão de água e substâncias nutricionais exerce grande função sobre a taxa de secreção de leite ambos os processos são regulados pelo hipotálamo. O sistema nervoso na lactação está associado ao reflexo de ejeção do leite que é subsequente sob a remoção do leite. Por exemplo, se o aleitamento cessou, a síntese de leite é interrompida e as células secretoras do úbere são perdidas ou sofrem involução.

14. Que alteração metabólica ocorre com o início da lactação?

            O aumento considerável na ingestão de alimentos e água acompanhada de hipertrofia do trato digestivo para permitir a absorção mais rápida dos nutrientes. Há também hipertrofia da glândula mamaria, do fígado e do coração. Numerosos tecidos são envolvidos na absorção e na mobilização de nutrientes para satisfazer as exigências metabólicas da lactação. Esse equilíbrio metabólico entre nutrientes na glândula mamária e no corpo é regulado, sobretudo pelo sistema nervoso central por intermédio de hormônios, neuropeptídeos e neurotransmissores.

15. Cite as organelas presentes na célula epitelial mamária e descreva a função que  cada uma  desempenha em relação à  síntese  e secreção do leite.


             As células epiteliais mamárias são altamente diferenciadas. Precursores provenientes do sangue são absorvidos para as células pelas membranas basais e laterais, o leite é expelido através da membrana apical para o lúmen. As células do epitélio mamário são células secretoras características que possuem retículo endoplasmático rugoso, são modificadas no aparelho de golgi, onde a maioria dos constituintes não gordurosas do leite é adicionada. Vesículas secretoras originam-se do aparelho de golgi e com função de transportar componentes do leite até a superfície da célula. Ocorrem glicólise, síntese de ácidos graxos e ativação de aminoácidos no citosol. Transferência de energia de substratos oxidáveis para o ATP ocorre nas mitocôndrias. O citrato e moléculas utilizadas na síntese de aminoácidos não essências, são também sintetizados na mitocôndria. Os lisossomos contêm enzimas hidrolíticas e desempenham um papel importante na destruição celular durante a involução no final da lactação.

REFERÊNCIAS

CUNNINGHAM, J.G.: Tratado de Fisiologia Veterinária, Terceira Edição, Editora Guanabara Koogan, 1993. 454p.
HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido, Cap. 8, - 4ª edição, Editora Artmed,. p. 81-101, 2011.

SISTEMA URINÁRIO - REVISÃO ANATÔMICA

O rim encontra-se alojado no abdome no espaço retroperitoneal apoiado sobre o músculo psoas maior possui externamente um formato de feijão nos cães gatos, ovelhas e cabras, no suíno os rins tem um aspecto achado e nos bovinos esse órgão é lobulado, os equinos possui o rim direito com um formato de coração. Com exceção dos bovinos que possuem sulcos que dividem o órgão em lóbulos bastante delimitados, as demais espécies possuem a superfície renal lisa.
Figura retirada do Koning espanhol
             Externamente o rim é revestido pela cápsula renal.  Lateralmente existe uma condensação de tecido chamada de fáscia renal, e entre a fáscia renal e a cápsula renal encontra-se a gordura peri-renal, e externamente a gordura para-renal. O parênquima renal é envolto por uma forte capsula de tecido fibroso, esta por sua vez, possui diversos micro vasos responsáveis pela nutrição deste tecido. Na porção medial do rim encontra-se o hilo renal, nesta região penetra a artéria renal, nervos e emergem a veia renal e o ureter a partir da pelve renal.

            O parênquima renal é dividido em duas porções córtex e medula renal. O córtex renal possui uma coloração vermelho escura com aspecto granulado e estrias que alojam as artérias interlobulares responsável por delimitar os lóbulos corticais, o córtex renal ainda é dividido em zona periférica e zona glomerular. A medula é dividia em zona periférica com uma coloração mais escura e a uma zona central que forma estrias radiais que alcançam a pelve renal. A medula de certa forma invade a porção cortical renal formando prolongamentos com aspecto piramidal, esses prolongamentos são denominados de pirâmides renais entre essas unidades piramidais existe um espaço chamado de coluna renal.
Os rins são classificados entre as espécies ao caracterizar seu formato externo e interno.
            Rim multipiramidal: Cada pirâmide representa um lóbulo renal e o ápice da pirâmide renal medular destaca-se de forma de papilas na pelve renal. A papila fica envolta pelo cálice menor e a fusão dos cálices menores vai originar dois cálices maiores.
            Essa característica se confere a um rim do tipo multipiramidal, essa classificação se dá pela característica lobulada do rim, o suíno possui um rim multipiramidal liso, pelo fato de num corte ser observado lobações internas e externamente na capsula uma superfície lisa, os cálices maiores desta espécie terminam em uma dilatação chamada de pelve renal que se continua como ureter.
            Os bovinos apresentam um rim multipiramidal lobado, porém a superfície externa essas lobações são evidentes e bem delimitadas, nos bovinos os cálices menores desembocam diretamente no ureter.
            Rim unipiramidal: Encontrado em carnívoros, pequenos ruminantes e equinos. Em carnívoros e pequenos ruminantes ocorre a presença de um recesso pélvico, não há papila e sim uma crista renal. Em equinos, pelo fato de terem os rins em formato de coração, a pelve é muito pequena para coletar a urina produzida pelos rins. Para suprir a pelve pequena, o rim do equino possui os recessos terminais que coletam a urina dos polos do rim.
Unidade Funcional do Rim
            É composto pelo glomérulo, composto por um tufo de capilares onde ocorre o fluxo sanguíneo e filtração do plasma, esses capilares são fenestrados e permitem o extravasamento de pequenos eletrólitos e proteínas. Apresenta uma arteríola aferente e uma arteríola eferente, esta ultima dá origem a uma estrutura vascular que penetra na medula renal e envolve a alça de Henle.
            Cápsula de Bowman, esta unidade é formada por  uma camada de células epiteliais que envolve o glomérulo e recebe o filtrado, é responsável por conduzi-lo até o túbulo contorcido proximal.
            Túbulo contorcido proximal Ocorre reabsorção do Na+, da glicose e dos aminoácidos para o meio intersticial e daí para os capilares peritubulares.
            Alça de Henle esta porção é classificado em Ramo descendente delgado, Ramo ascendente delgado, Ramo ascendente espesso, a própria denominação deixa explicita que a alça Henle apresenta diâmetros diferentes nessas porções. Nestas regiões temos a ocorrência de um mecanismo que aumenta a concentração de soluto, principalmente NaCl e Uréia.
            Túbulo contorcido Distal, essa porção ocorre transporte ativo de NaCl, possui baixa permeabilidade a água e Uréia, saída do NaCl para o Interstício, retenção da água no túbulo, Uréia mantida no Interstício.
            A unidade funcional do rim é composta pelos néfrons, este por sua vez é formado pelo glomérulo e nesta unidade o sangue é filtrado e por diversos segmentos posteriores distintos do túbulo renal as substâncias filtradas são reabsorvidas e componentes plasmáticos são  secretados no liquido tubular. Cada néfron tem seu início na cápsula de Bowman, esta contém uma nodulação de capilares, que é suprida por uma arteríola aferente e drenada por uma arteríola eferente. Esta estrutura completa é conhecida como um glomérulo e filtra plasma.
            Desta maneira o glomérulo é a unidade responsável pelo complexo processo de filtração, trata-se de uma densa rede de capilares enovelados com estruturas especialmente destinada a reter do sistema vascular alguns componentes celulares e proteínas de alto peso molecular ao mesmo tempo em que se forma um liquido semelhante ao plasma em sua composição de eletrólitos e água.  Após a expansão do nefron em uma das extremidades em forma de taça a cápsula de Bowman, é conectada com o túbulo contorcido proximal e continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal desemboca em um tubo coletor.
            O líquido passa da cápsula de Bowman para o túbulo proximal, para os ramos descendentes e ascendentes da alça de Henle e dali para o túbulo contorcido distal, que começa em uma estrutura especializada conhecida como o aparelho justaglomerular. No aparelho justaglomerular, o túbulo passa entre as arteríolas aferentes e eferentes do seu próprio glomérulo. Esta parte do túbulo é conhecida como a mácula densa e está em contato com uma região especializada da arteríola aferente, que secreta renina.
Ureter
            É um túbulo musculoso envolvido por peritônio e direcionado caudalmente, pode ser divido em porção abdominal e porção pélvica, antes de entrar na cavidade pélvica é enlaçado pelo ducto deferente enquanto que nas fêmeas adere-se ao ligamento largo do útero. o uterer alcança a superfície dorsal da vesícula urinária e insere-se obliquamente ao intramural entre a camada mucosa e muscular.
            A repleção da vesícula urinária provoca o impedimento do fluxo retrogrado da urina, porém este fato não impede o fluxo normal vindo dos rins por conta dos movimentos peristálticos do ureter em direção à vesícula urinária.
Vesícula urinária
            Este órgão é responsável pelo armazenamento da urina, possui capacidade de tornar-se globosa quando vazia e de proporções menores. Em grandes animais localiza-se parcialmente a cavidade pélvica sobre o púbis, em pequenos animais esta desloca-se da cavidade pélvica para a cavidade abdominal podendo em cães alcançar a cicatriz umbilical e quando muito repleta tomar um formato de pêra. A vesícula urinaria é mantida pelos ligamento vesicais laterais e ligamento vesical mediano, nesta região encontra-se o úraco (entrada do alantoide) que e posteriormente torna-se obliterado. 
Uretra
            Nas fêmeas a uretra está logo posterior a sínfise púbica e anteriormente a vagina. Este ducto passa no diafragma urogenital e contem músculos de contrações voluntárias que irão formar o esfíncter uretral externo. Existem várias glândulas para uretrais, análogas femininas da próstata masculina, ativadas na função sexual, têm uma função de lubrificação a ejaculação feminina. O orifício uretral externo localiza-se logo acima da vagina, e debaixo do clitóris, protegida pelos grandes lábios da vulva.
            Nos machos, a uretra pode ser dividida em três regiões: porção prostática que é imediatamente após a saída do colo da bexiga. Nesta região a uretra recebe os componentes do esperma dos canais deferentes, prostáticos e vesículas seminais. Na porção membranosa é rodeada pelo diafragma urogenital, com uma densa camada de músculo esquelético de contração involuntária, esta camada involuntária auxilia na contração do esfíncter externo uretral que possui uma contração voluntária. Possui as glândulas bulbouretrais lateralmente.  Na porção esponjosa, a mais longa, ela cursa pelo corpo esponjoso do pênis, possui nestes locais glândulas pequenas que produzem muco e secretam lubrificantes sexuais.


REFERÊNCIAS
CUNNINGHAM, J.G.: Tratado de Fisiologia Veterinária, Terceira Edição, Editora Guanabara Koogan, 1993. 454p.


HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido, Cap. 8, - 4ª edição, Editora Artmed,. p. 81-101, 2011.