Aumento
da produtividade
A ovinocaprinocultura no Brasil nos
últimos dez anos sofreram grandes mudanças para a consolidação da cadeia
produtiva. Diversos segmentos despertaram a atenção dos governantes, técnicos e
produtores que promoveram a intensificação nas pesquisas voltadas para a
produção, beneficiamento dos seus produtos, organização dos produtores, adoção
de novas tecnologias, atuação significativa de agências financiadoras promovendo
acesso ao crédito e principalmente, o ponto chave de todo esse desenvolvimento,
o aumento pela demanda dos produtos e subprodutos advindo da
ovinocaprinocultura (RIBEIRO, 1992).
Mesmo sendo um mercado em
crescimento, o consumo de produtos de origem caprina e ovina é afetado em
decorrência da qualidade que segundo Zapata et al. (1995) a deficiência nos
critérios de seleção dos animais para o abate, estocagem e conservação da carne
com baixo nível de higiene, critérios de operações deficientes, tornam o
produto marginalizado expressando baixa qualidade em termos de higiene.
A procura por produtos cuja sanidade
estejam de acordo com os parâmetros vigentes no Brasil levaram Moreira et al.
(1998) estudar a comercialização da carne caprina e ovina em alguns estados do
nordeste brasileiro que revelou a necessidade da atuação das autoridades sanitárias
nesse setor devido as irregularidades observadas quanto aos aspectos mínimos de
higiene observados do abate até a sua comercialização.
Pode-se ainda destacar como fatores
limitantes a para o desenvolvimento desse comércio a irregularidade no
fornecimento dos produtos de origem caprina e ovina, visto que a exigência do
mercado se dá principalmente no fornecimento fixo desses produtos durante todo
o ano sem períodos de sazonalidade, tem-se ainda o abate clandestino desses
animais que agem competitivamente com frigoríficos industriais e também os
elevados preços comerciais praticados no mercado que reduz a competitividade de
outros produtos concorrente (CARVALHO, 2014).
A oferta de carnes de ovinos e
caprinos oriundos de frigoríficos certificados por serviços de inspeção federal
ou estadual é uma vantagem que conota para o crescimento da demanda, haja vista
que esses órgãos regulamentam e certificam o elevado padrão de qualidade
sanitária do produto com consequente aumento da confiabilidade do mercado em
consumir esse alimento (SEBRAE/RN, 2001).
Há poucos exemplos e estudos que
demonstrem os custos de produção de ovinos e caprinos de corte bem como seus derivados
(OTTO et al, 1997). De modo geral o controle contábil dos produtores acaba por
não seguir os padrões administrativos que são indicados, o que dificulta a
avaliação real dos custos de produção não obtendo uma noção do retorno
econômico-financeira da atividade.
Alguns mitos precisam ser quebrados
em torno da exploração de ovinos e caprinos, a vaidade do criador é a principal
delas, pois, entende-se que essa atividade não lhe traz status social, no
entanto, o importante da atividade é o lucro auferido pela exploração e a
colocação do produto no mercado, oferecendo qualidade, baixos custos
operacionais e que atendam minimamente as exigências do mercado consumidor dos
produtos de origem caprina e ovina (GOULART, et al, 2009).
Diferentemente dos maiores países criadores
de ovinos e caprinos, o Brasil possui condições endafoclimáticas altamente
favoráveis nesse segmento, porém, essa atividade no nordeste ainda não se
enquadrou como cadeia produtiva dentro do enfoque do agronegócio, pois ainda é
considerada pelos produtores como uma atividade secundária e pobre, enquanto
criadores dos outros países orgulham-se e lucram com os produtos e subprodutos
advindos dessa atividade (NETO, et al. 2007)
A dificuldade dos produtores em
determinar os custos na produção de ovinos e caprinos é uma realidade, que se
torna ainda mais evidente e difícil de estabelecer quadros no cenário
nordestino. Os custos de produção dependem intimamente do foco principal da
atividade, pois esta poderá gerar ao mesmo tempo produtos e subprodutos distintos
dependendo do tempo da forma de manejo e criação. Tem-se como exemplo, a
atividade da produção a carne for o foco principal do criador, além dele
produzir cordeiros ou cabritos para serem encaminhados para o frigorífico,
nesse meio tempo o criador possui animais de descarte, cordeiras ou matrizes
que poderão ser destinadas a repor as matrizes descartadas ou então a
permanência destas para o aumento do plantel de matrizes, produção de esterco,
produção de leite, pele e ainda dependendo do grau genético e tecnologia
utilizada no rebanho a produção de sêmen e embriões para comercialização
(MARTINS, 2011).
Os cálculos dos custos de produção
devem levar em consideração todos esses aspectos, pois são indispensáveis para
avaliação da rentabilidade econômica da atividade na propriedade, todos esses
aspectos são de alta dificuldade para os produtores que na maioria dos casos
são de baixa escolaridade, entenderem e levar sério cada um desses pontos para haver
um controle efetivo da produção. Segundo Martins (2011) existe toda uma
logística no processo produtivo de cada atividade, pois é necessário
compreender e definir onde começa e onde termina cada umas das atividades
(pele, esterco, carne, sêmen, matrizes) até a sua comercialização para que a
partir dessas informações seja possível a inclusão dos custos de produção de
cada segmento e no final realizar o balancete de toda a atividade.
A necessidade de alimentos práticos
e funcionais com características definidas tornam os produtos lácteos derivados
de caprinos e ovinos um dos pré-requisitos do próximo milênio, sendo inserido
no portfólio alimentar mundial. A distribuição do leite de cabra é heterogênea e
os estudos da FAO (1995) demonstram crescimento no consumo destes produtos
mundialmente, principalmente aqueles oriundos da África e da Ásia que
representam cerca de 70% da produção mundial, enquanto que a América do Sul
produz apenas 1,28% dessa produção.
A caprinocultura leiteira está bastante
avançada em países como França, Canadá, Espanha e Suíça Inglaterra e Itália, em
países da Europa, especialmente na França, Espanha, Suíça, Inglaterra e Itália,
que apresenta um consumo de 6,5 litros de leite por habitante ano, porém 75%
desse total produzido destinava-se a produção de queijos. Países mais
desenvolvidos da Europa os produtos lácteos se concentra principalmente para a
produção de queijos e nos países como Canadá e África do sul concentra-se na
produção de leite em pó, esse fato por sua vez indica que há um fluxo de
produtos lácteos dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento.
Esse fato proporciona aos governos a adoção de políticas públicas que visem o
desenvolvimento do mercado interno dos produtos de origem caprina e ovina que
apresenta um grande potencial (CARVALHO, 2014).
Conclusão
A ovinocaprinocultura no Brasil
possui um bom potencial de crescimento e pode tornar-se uma atividade econômica
importante principalmente na região nordeste do país, porém há a necessidade de
valorização da atividade pelos criadores e discussão de políticas públicas para
auxiliar no desenvolvimento de tecnologias e investimento na atividade.
Referências:
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B, R. Potencialidades dos mercados para
os produtos derivados de caprinos e ovinos. CAPRITEC Disponível em <http://www.capritec.com.br/>
Acesso em: 05 Dez de 2014.
MARTINS,
C. E. Custos de produção de ovinos e
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Acesso: 05 Dez 2014.
NETO,
S. M. J.; JÚNIOR, H. V. E.; CAMPOS, T, R.; FRANÇA, C. M. F. Estudo da Viabilidade Econômica da
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F. D.; FAVERO, A. L.; ALVES, S. R. LIMA, S. A. T.; MARIA, V.; FILHO, C. B. A
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Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural.
Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,
OTTO,
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RIBEIRO,
S. D. A. Produção e comercialização de leite de cabra e derivados. In: Simpósio Nordestino sobre caprinos e ovinos
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da Cadeia Produtiva Agro-industrial da Caprinovinocultura do Rio Grande do
Norte, v. 3,
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ZAPATA, J. F. F. Tecnologia e comercialização de carne ovina. In:
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