quarta-feira, 23 de maio de 2012

ESTÔMAGO UNICAVITÁRIO (Cão, Gato, Suínos, Equinos)

Os monogástricos apresentam um estômago unicávitario, essa estrutura é o prolongamento saculiforme do canal digestório, este canal apresenta músculos esfinctéricos na entrada gástrica que é denominada de Cárdia e na saída denominada de Piloro.
O cárdia representa a continuação do esôfago e situa-se a esquerda do plano mediano da cavidade abdominal, já o piloro situa-se a direita e continua com o duodeno. 


No estômago podem ser diferenciadas algumas regiões, nos eqüinos encontramos dorsalmente um fundo gástrico que é denominado de saco de fundo cego que é preenchido com gases, em suínos nessa região é encontrada uma evaginação denominada de divertículo gástrico. 
Dorsalmente apresenta uma curvatura menor e ventralmente uma curvatura maior, a curvatura menor apresenta ainda uma incisura angular. A porção pilórica do estômago situa-se a direita com forma tubular e ainda apresenta proximalmente antro-pilórico e distalmente um canal pilórico. A parede do estômago se compõe de dentro para fora das seguintes camadas:

Túnica mucosa
Túnica submucosa
Túnica muscular
Túnica serosa

O estômago unicavitário simples vai apresentar na sua região interna após o óstio cárdico apenas uma mucosa glandular que se diferencia em três regiões denominadas de:


HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido,- 4ª edição, Editora Artmed, 2011



















Região de glândulas cárdicas.

Região de glândulas próprias ou fúndicas.

Região de glândulas pilóricas.

(fig 7.49)

A região de glândulas cárdicas situa-se junto a região aglandular na entrada do estômago e contém glândulas cárdicas. 
A região de glândulas fúndicas ou próprias é ampla e contêm variações nos diferentes animais, possuindo características típicas de glândulas fúndicas. 
As regiões de glândulas pilóricas estão situadas próximo ao piloro são glândulas bastante sinuosas. 


As glândulas cárdicas e pilóricas secretam um muco alcalino que serve como solução tampão para equilibrar o ph ácido do ambiente gástrico, esse muco recobre amplamente a região promovendo a proteção contra o suco gástrico, uma espécie de citoproteção.


As Glândulas próprias ou fúndicas é compreendida basicamente em três tipos de células, elas ainda secretam um muco neutro e serve como células de substituição para o epitélio descamado. No terço médio surgem às células principais e parietais as quais secretam o principal elemento do suco gástrico. As células principais secretam o pepsinogênio e as parietais o ácido clorídrico.

HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido,- 4ª edição, Editora Artmed, 2011




















Túnica submucosa: essa túnica é composta de tecido conjuntivo frouxo, esta separada pela lâmina da muscular da mucosa, ela contêm grandes vasos saguíneos, plexo nervoso, vasos linfáticos e ainda é composta por tecido colágeno e elástico, possui tecido adiposo, e ajuda formar as pregas do estômago quando este se encontra vazio estas pregas estão dispostas longitudinalmente.

Túnica muscular: atua proporcionando uma mistura do conteúdo gástrico devido a construção de sua parede de acordo e região, essa túnica se diferencia da seguinte forma:

Camada muscular circular interna: com o músculo esfíncter da cárdia e esfíncter do piloro.

Camada muscular longitudinal externa: com fibras longitudinais, fibras oblíquas externas, e fibras oblíquas internas.

A camada muscular gástrica é composta por três estratos incompletos no qual está em superposição uns com os outros. A camada obliqua externa é continuidade da camada externa do esôfago, ela é mais resistente na região da curvatura, porém se estende até a região do piloro. A camada media assume um formato anular que está na região do cárdia e na região do piloro, a conformação desse músculo irá formar o esfíncter nesses respectivos locais. Na curvatura menor do piloro esse anel muscular se estende de tal forma que no suíno forma uma elevação muscular e aparece no lúmen como um toro pilórico.

Camada de fibras oblíquas internas: essas fibras se distribui no anel pilórico recobrindo as regiões que apresentam falha, feixes musculares circunda a região do cárdia de forma tão eficiente que nos eqüinos por uma situação fisiológica ele não consegue vomitar, visto que esse esfíncter funciona eficazmente pela ação desses músculos. O estômago está unido por uma lamina visceral do peritônio, possui uma dobra peritoneal dorsal e uma ventral ao mesogástrio ventral e dorsal com a lâmina do peritônio parietal que recobre toda a cavidade abdominal.

O estomago está em estreita conexão com o omento maior e omento menor, e dessa relação de dobra peritoneal, o estomago está em união com alguns órgãos vizinhos.

HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido,- 4ª edição, Editora Artmed, 2011




















A diferença entre o estômago dos equinos e dos carnívoros é apresentada pelo estômago unicavitário simples dos carnívoros (cão e gato por, ex) no qual vai apresentar uma mucosa glandular.

HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido,- 4ª edição, Editora Artmed, 2011

Os eqüinos e os suínos apresentam um estômago unicavitário composto, nessas espécies de animais surge ao lado da ampla zona glandular um segmento gástrico cranial com uma mucosa aglandular, essa região entre zona glandular e zona aglandular é separada por uma evidente margem pregueada.



ESTÔMAGO PLURICAVITÁRIO DOS RUMINANTES


O estômago dos ruminantes é Pluricavitário, possui quatro compartimentos os três primeiros compartimentos são denominados de pró-ventrículos e realizam a digestão enzimática e mecânica dos alimentos, principalmente a celulose através da flora bacteriana e da síntese dos ácidos graxos de cadeia curta (acético, propiônico, butírico) 


Retículo, Rúmen, Omaso, Abomaso (estomago da digestão química)


No omaso ocorre a absorção da água, a última cavidade o abomaso é comparado ao estômago unicavitário das outras espécies. Todas essas câmaras têm uma construção fusiforme não tem relação com o esôfago. O rumem e o retículo originam da grande curvatura da região cranial da construção fusiforme. E da pequena curvatura da região esquerda origina o Omaso.

HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido,- 4ª edição, Editora Artmed, 2011

RUMEM

O rumem é o maior compartimento do estômago ocupa quase completamente o antímero esquerdo da cavidade abdominal, exceto a porção ocupada pelo baço, estende-se desde o diafragma até a entrada da pelve. Sua forma geralmente é ovóide comprimida latero-lateralmente.

Apresenta:

* Face parietal é convexa e se relaciona com a parede costal do diafragma, baço e parede esquerda do abdome;

* Face visceral é voltada para a direita possui contorno irregular, devido as depressões dos outros compartimentos, se relaciona com o retículo, omaso, abomaso, e outras vísceras (intestino, fígado, pâncreas, rim esquerdo e grandes vasos);

* Curvatura dorsal – que é lisa e se relaciona com o diafragma e seus pilares e músculo sublombares, aos quais estão unido pelo peritônio e tecido conjuntivo frouxo. A porção caudal desta curvatura é livre;

* Curvatura ventral repousa cranialmente sobre a parede ventral do abdômen e caudalmente sobre as alças do intestino delgado;

* A extremidade cranial e caudal do rumem são marcadas por sulco cranial e caudal que continuam nas faces parietais e viscerais como sulco longitudinal esquerdo e direito. Esses sulcos dividem o rumem em extremidade cranial – que constitui o átrio do rumem de onde se abre o esôfago, a extremidade caudal é denominada saco cego (caudodorsal e caudoventral que são delimitados cranialmente por sulcos verticais, ou coronário dorsal e ventral).

HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido,- 4ª edição, Editora Artmed, 2011


O sulco ruminorreticular é uma depressão vertical que marca o limite externo entre o rúmen e o retículo.

A cavidade dos sacos cegos do rumem na parte interna esta parcialmente dividida no meio interno por meio de cristas musculares (pilares) que por fora se comportam como sulcos. A prega ruminorreticular (sulco ruminorreticular) constitui a borda do óstio ruminorreticular que é amplo e se comunica com a cavidade do rumem e do retículo.

A mucosa do rumem é de cor marrom à preta, possuindo papilas longas finas e numerosas, concentradas principalmente no saco ventral e átrio, e ausente no saco cego dorsal, já os pilares são desprovidos de papilas (mucosa pálida).

HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido,- 4ª edição, Editora Artmed, 2011