quinta-feira, 6 de março de 2014

ENSILAGEM E FENAÇÃO


1. INTRODUÇÃO

            O Brasil é um país com grande capacidade de produção de derivados de origem animal, possui uma grande extensão territorial, alta incidência solar e períodos de chuvas relativamente constantes nas diversas regiões que proporcionam ao setor agropecuário, alternativas capazes de driblar falta de alimentos para criação de animais nos períodos de estiagem.  A produção de forragem e sua otimização para a alimentação do rebanho, é uma realidade que tem sido recorrente e importante, ao levar em consideração a estacionalidade dessa produção.  Grande parte dos pecuaristas utiliza o método extensivo de criação, porém, sofrem sérios prejuízos com períodos de estiagem e o fenômeno da safra e entressafra que eleva o valor da compra do alimento nesse período, encarecendo o produto final, perdendo então sua competitividade de mercado (EVANGELISTA, 2004).
            Com o intuito de minimizar esses problemas e, sobretudo fornecer aos animais alimentos durante esse período seco, desenvolveram-se técnicas de estocagem e conservação de forragens. Esse método consiste basicamente em realizar cortes do volumoso na época em que há uma grande disponibilidade de alimento, geralmente na época das chuvas, e armazená-los através da técnica de fenação ou ensilagem, para atravessar o período seco ou de estiagem (CASTRO, 2002).
            A maioria das forragens pode passar pelo processo de ensilagem sem perder suas composições nutritivas, porém, algumas apresentam características ideais para serem utilizadas nesse processo, enquanto que aquelas forragens que possuem teor de matéria seca inferior a 21% e carboidratos solúveis inferiores a 2,2% pode concorrer à perda do alimento processado, haja vista que a fermentação, o apodrecimento do material, desenvolvimento de fungos, podem colocar em risco a qualidade e o valor nutritivo do feno e a integridade do mesmo. (PEREIRA & REIS, 2001).
  
2. FENAÇÃO

            Sendo considerado um dos melhores recursos para alimentação dos animais em períodos de estiagem e produto de escolha para os pecuaristas que desejam manter a produção de leite quanto de carne em períodos onde a oferta de alimento é escassa e pela facilidade do manejo. Os animais domésticos (Equinos, bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos) particularmente apreciam o alimento, principalmente se este apresentar uma boa qualidade (ANDRADE, 1999). 
            O nordeste brasileiro assim como diversas regiões do Brasil, apresentam grande potencial para a produção de feno ao considerar a incidência solar, alta temperatura e baixa umidade relativa dor ar, (exceção feita às regiões litorâneas, Amazônia e também propriedades próximas às grandes barragens ou reservatórios de água, que possui alta umidade Relativa do ar (UR) que pode prejudicar a produção de feno), que constitui alternativas recomendáveis e que pode ser associada a programas de manejo de pastagens visando estocar o excedente de pasto produzido no período das chuvas (PEREIRA & REIS, 2001).
            Para manter o bom desenvolvimento dos animais no período seco fornecendo-lhe alimentos desidratados, como o feno, é indispensável que este seja de boa qualidade, porém, sabe-se que as pastagens disponíveis para essa técnica de armazenamento não contém em proporções ideais dos nutrientes necessários e essenciais capazes de suprir todos os requisitos nutricionais dos animais. Desta maneira é indispensável que o planejamento da fenação esteja embasado, principalmente, na qualidade da forragem que se deseja aplicar à técnica de fenação, esta, necessariamente precisa ter um alto valor nutritivo no período de chuvas/verão para posteriormente os animais usufruírem deste recurso alimentício durante o período seco que possui menor disponibilidade de forragens e consumir um feno de valor nutritivo equiparável à forragem de origem (EVANGELISTA et al, 2004).
            Por ser uma técnica versátil, a fenação ou conservação de forragens na forma de feno, tem se destacado por apresentar diversas vantagens, dentre as quais as pequenas alterações no seu valor nutritivo e por existir uma diversificada quantidade de espécies de forrageiras que podem ser utilizadas para esse princípio. Essa técnica pode ser utilizada por qualquer produtor e pode ser efetuada em grande ou pequena escala, dependendo da capacidade de produção da forrageira no período de chuvas e de seu armazenamento, pode ser fornecido aos animais de forma mecanizada ou não, dependendo da necessidade de cada propriedade.  O manejo correto das pastagens permite aproveitar os períodos em que as forrageiras estão em crescimento acelerado e realizar a fenação. As forragens indicadas para esse processo são as gramíneas que possuem uma produtividade relativamente elevada, alta qualidade nutritiva, e por apresentar características como área foliar grande, bem como maior número de folhas por planta e colmos finos que possibilita uma secagem uniforme. Devem apresentar resistência aos cortes, manejo facilitado para sua colheita e plantação. As espécies mais utilizadas são representadas pelo, Tifton, “coast-cross”, Gramão e também a área foliar da mandioca tem sido amplamente empregada na produção de feno entre outras.
            O princípio básico desta técnica é a conservação do valor nutritivo da forragem e também a sua palatabilidade, através da interferência na atividade respiratória, por meio da rápida desidratação da forragem e dos micro-organismos que ali residem. A secagem e o armazenamento associada às condições climáticas são fatores que influenciam diretamente na qualidade do feno produzido (ANDRADE, 1999).   
            Cavalcante (2004), elabora algumas regras básicas para realizar a fenação, alguns passos de suma importância que vão desde a escolha da espécie até o seu armazenamento, que influencia na qualidade do produto. Segundo a autora a escolha da espécie, deve estar relacionada à sua produtividade, qualidade e quantidade de nutrientes da planta, sua resistência aos cortes mecânicos ou manuais. Cita ainda o preparo do terreno para produção do feno, que se recomenda a destinação de uma determinada área somente para a produção do feno, ou ainda ao final das chuvas fazer cortes daquelas forragens que apresentam excedentes com o auxílio de roçadeiras.
            O ponto de corte sem dúvida é um requisito importante para manter a planta com vida, e conhecer a altura dos cortes de cada espécie pode evitar desperdício da forrageira que poderia ser colhida e também mantê-las vivas. Os capins de crescimento prostrado como Brachiaria, Cynodon, Digitaria, podem receber cortes a uma altura de 10 a 15 cm, plantas de crescimento ereto como Avena, Hyparrhenia, Panicum essa altura do corte varia em torno de 20 a 30 cm. As leguminosas, como a alfafa, utiliza-se 8 a 10 cm do nível do solo, visto que o segredo do corte dessa leguminosa é preservar a coroa desta planta (REIS, 2001).
            Recomenda-se a realização dos cortes pela manhã, após a secagem do orvalho, para que a forragem murche o mais rápido possível, e perca seu teor de umidade em um menor período de tempo. Há diversos mecanismos para realização do corte, pode ser de forma manual ou mecânica, a forma manual é recomendada desde que a quantidade de feno seja pequena, e poderá ser realizado com roçadeira costal motorizada, alfanje, ou motossegadeira manual. A forma mecânica de fenação é indicada para produção em quantidades grandes de feno, para isso usa-se a segadeira que realiza o corte da forrageira e o espalhar. A enleiragem é geralmente feita com ancinho. O processo de secagem também pode ser realizado de duas formas, a artesanal e a mecanizada, as forragens quando cortadas apresentam um teor de umidade de 75 a 85% que ao final de todo o processo esse índice deve diminuir para níveis inferiores a 20%. A uniformização da secagem e aceleração do processo pode ser realizada com a viragem da forragem cortada pelo menos duas vezes ao dia, o método artesanal utilizado para este processo é realizado com o auxílio de um garfo ou alguma ferramenta semelhante que produza o mesmo resultado.
            A forma mecanizada de secagem, o ancinho é utilizado na viragem da forragem, enleira-se a forragem que apresenta baixa umidade, e no dia seguinte após a evaporação do orvalho novamente realiza a viragem dessas leiras, tendo o cuidado de mantê-las sempre frouxas para permitir a circulação de ar em seu interior, e consequentemente melhor perda de umidade.
            Considera-se que o feno está no seu ponto ideal quando não há mais umidade nos entrenós dos caules das forragens. Alguns testes podem ser realizados apertando essas regiões dos entrenós e torcendo uma porção de forragem, e caso haja surgimento de água, recomenda-se secar por um período em que, após a realização novamente desse teste, não saia água do feno. Pode ocorrer de a forragem passar do ponto de feno ideal, e tornar-se quebradiça, isso ocorre pela secagem em excesso, se isto ocorrer o feno produzido terá uma qualidade inferior ao esperado. O armazenamento deve ser feito em local seco e fresco, sem incidência direta do sol, caso contrário poderá ocorrer perda do valor nutritivo, pode ser armazenado em fardos produzidos mecanicamente, através de equipamentos específicos, em sacos, ou realizar o enfardamento através de uma prensa artesanal que obtêm excelentes resultados. Ao final desse processo, o feno precisa apresentar um aspecto esverdeado, livres de fungos e odor agradável (ANDRADE, 1999).
3. ENSILAGEM
            Assim como a fenação, a ensilagem é um processo de conservação de forragens que visa ao final do processo a preservação das características nutritivas da planta utilizada, minimizando as perdas desses nutrientes até o consumo final desse alimento.           A conversão dos carboidratos solúveis em ácidos orgânicos através da ação dos microrganismos láticos é o ponto básico dessa técnica. Portanto, para que isso ocorra de forma eficiente, é necessário criar um ambiente anaeróbico que seja capaz de otimizar essa conversão, mantendo níveis de pH dentro dos limites necessários para produção da silagem. É importante tomar conhecimento que na forragem fresca cerca de 75 a 90% do nitrogênio total encontra-se na forma de proteína, que constitui os peptídeos, amidas, aminoácidos livres, clorofila e nucleotídeos, esse fato determina que aproximadamente 40 a 60% do nitrogênio proteico seja solubilizado em compostos nitrogenados não proteicos por intermédio de uma proteólise intensiva que ocorre durante a ensilagem. A redução do pH e o aumento do conteúdo de MS tem efeito direto na extensão da proteólise sofrida pela forragem,  sendo importante a diminuição do pH de forma rápida, principalmente em forragens que possui teores altos de proteínas, como exemplo a alfafa, cuja enzimas proteolíticas passam a ser inibidas assim que o pH tenha uma redução de 4,5 a 4,0. (PEREIRA, REIS, 2001)
            A fermentação secundária, poder tampão de algumas forragens, teor de matéria seca e carboidratos solúveis inferiores a 21 e 2,2% respectivamente, são fatores limitantes na produção da silagem e que necessariamente precisam da utilização de recursos capazes de modificar essa situação. A elaboração de uma silagem pode estar pautada em alguns cuidados capazes de fornecer ao produtor subsídios e conhecimento suficiente para produzir uma trincheira, um silo cincho, silo vertical, silo de superfície etc. com qualidade e armazená-la por muito tempo.
            Dentre esses cuidados destaca-se o planejamento de todas as etapas que precisam ser seguidas até o final do processo. A escolha da forrageira que esteja adaptada na região, obedecendo as recomendações técnicas para sua produção; o ponto de colheita da forragem utilizada, visando obter e armazenar a planta quando esta apresentar teores de matéria seca (MS) dentro dos padrões estabelecidos para a forragem; o enchimento e a compactação da silagem na trincheira, deve ser eficiente e o mais breve possível, visto que rapidamente a planta entra em processo de anaerobiose e fermentação levando a forragem a consumir e perder os nutrientes que se deseja armazenar; as superfícies expostas precisam ser vedadas com a utilização de material infiltrante, como plástico ou lona, permitindo a formação de um ambiente anaeróbico; caso seja necessário a utilização de aditivos para baixar o pH ou estimular o crescimento de bactérias anaeróbicas, fazê-lo racionalmente de acordo com suas recomendações evitando desperdício; e por fim, promover utilização da silagem, de forma eficiente e constante, retirando todas as vezes que aberto, camadas de no mínimo 15cm de silagem, que poderá evitar a fermentação e formação de locais com bolores, ou fungos (LIMA; MACIEL, 2004); (RODRIGUES, 2011).
            Diversas gramíneas podem ser utilizadas para a produção de silagem, sendo o milho, sorgo, cana de açúcar, as mais utilizadas. A vantagem do milho e do sorgo é sua grande adaptabilidade em diversos tipos de ambientes, alto teor de nutrientes, e a dispensa na utilização de aditivos ou pré-murchamento.
            A alta produção de matéria seca por hectares e capacidade de fornecer material energético para os animais, a cana-de-açúcar ocupa lugar de escolha da forragem para produção de silagem. Além destas, outras plantas são amplamente utilizadas como, Milheto, Girassol, Raiz e parte aérea da mandioca, Capim-elefante, Capins tropicais (Mombaça, Tanzânia, Marandu, entre outros).
            A preparação para o processo de ensilagem começa quando a forragem apresenta início de floração, realizada a colheita deste material, esta é triturada em fragmentos de 2 a 5 cm e colocada na trincheira, no silo cincho, silo vertical, silo de superfície, etc. sofrendo compactações em camadas de 20 a 25 cm, para retirada do ar. Esse processo poderá ser feito no local onde será ensilado ou no campo e posteriormente transportado ao local de seu armazenamento (LIMA; MACIEL, 2004). A compactação é o ponto chave para o sucesso da silagem, cerca de cinco pessoas, dependendo da extensão da trincheira ou do cincho, precisa caminhar sobre esses fragmentos de forragem realizando a sua compactação. Em grandes trincheiras, esse processo pode ser realizado com as rodas do trator utilizado pra espalhar a forragem, é importante ressaltar que o desenho do silo em forma de trincheira, sendo ela escavada ou não, deve possuir uma declividade no fundo, que facilite o escoamento do excesso de água da forragem para fora da trincheira; as paredes deve ter uma leve inclinação para fora, com um aspecto de “V” ou oblíqua.
            O cuidado com as paredes inclinadas proporciona uma melhor compactação nas laterais do silo, evitando que a forragem fique em contato com o ar ou apresentem bolsas de ar em seu interior e entre em processo de fermentação e venha desenvolver fungos nesses locais, ao término da compactação, é recomendado que a porção superior da silagem de trincheira tenha certo abaulamento da massa ensilada (NUSSIO, MANZANO, 1999).

4. REFERÊNCIAS:

ANDRADE, J.B. Produção de feno. Nova Odessa: Instituto de Zootecnia, 1999. 34p (Boletim Técnico, 44).
EVANGELISTA, A. R. et al. Produção de silagem de capim-marandu (Brachiaria  brizantha  Stapf   cv.  Marandu) com e sem emurchecimento. Ciênc. agrotec. [online]. 2004, vol.28, n.2, pp. 443-449. ISSN 1413-7054.
CASTRO, F. G. F. Uso do pré-emurchecimento, inoculante bacteriano-enzimático ou ácido propiônico na produção de silagem de Tifton 85 (Cynodon sp.). 2002. 136 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2002.
CAVALCANTE, A. C. Feno de Gramíneas: Processo de Produção Passo a Passo. 2004, Disponível em: <http://www.nordesterural.com.br/nordesterural/matler.asp?newsId=517>. Acesso em: 19/02/2014
LIMA, G. F. da C.; AGUIAR, E. M. de.; MACIEL, F. C. et al. Secador solar  – A fábrica de feno para a agricultura familiar. In: Armazenamento de forragens para agricultura familiar. Natal: Empresa de Pesquisa Agropecuária d o Rio Grande do Norte, 2004, p.9-13.
NUSSIO, L. G.; MANZANO, R. P. Silagem de milho. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS: ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR, Anais... Piracicaba: FEALQ, 1999. p. 27–46.
PEREIRA, J. R. A.; REIS, R. A. Produção e utilização de forragem pré-secada. In: SIMPÓSIO DE FORRAGICULTURA E PASTAGENS. TEMAS EM EVIDÊNCIA, 2., 2001, Lavras.  Anais... Lavras: UFLA, 2001. p. 235-254.
REIS, R. A., MOREIRA, A. L., PEDREIRA, M. S. Técnicas para produção e conservação de fenos de forrageiras de alta qualidade. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS. Anais... Maringá: UEM/CCA/DZO, 2001. 319P.
RODRIGUES, C. R, et al; Forragicultura:  Tecnologia  de  produção. In: 5º DIA DE  CAMPO  DO  GRUPO  DE  ESTUDO  E  PESQUISA  FORRAGICULTURA  E  PASTAGENS  NO MARANHÃO; Anais... Chapadinha: SEBRAE, 2011. 49p.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

FORMAS FARMACÊUTICAS OU PREPARAÇÃO MEDICAMENTOSA

INTRODUÇÃO

As fórmulas farmacêuticas também chamadas de formulações farmacêuticas são elaboradas com o intuito de facilitar a administração dos medicamentos.
na prescrição de um medicamento magistral (aqueles elaborados em farmácias de manipulação) o veterinário elabora uma fórmula farmacêutica contendo a quantidade de princípio ativo desejado e capaz de responder ao tratamento desejado por ele, porém, para prescrever algo dessa natureza o mesmo precisa ter conhecimentos sobre a farmacotécnica, para obter o máximo de resultado da nova formulação ao que se deseja tratar. 

Em geral uma fórmula farmacêutica é constituída de um ou mais princípios ativos, substância pela qual se obtêm o efeito desejado e uma base medicamentosa, que é a substância principal da formulação.

Adjuvantes 
São substâncias que auxiliam na preparação da formulação farmacêutica, podem ser representados por substâncias que ajudam na conservação, substância lubrificante, desagregante, antiaderente, estabilizante etc. essas substâncias devem ser inócuas e não provocar nenhum tipo de alteração na função dos princípios ativos.

Corretivos 
São substâncias que tornam a formulação mais agradável os constituintes de formulações orais. Exemplo dos edulcorantes e flavorizantes, que corrige o sabor e o odor dos medicamentos.

Veículo ou excipiente
É o meio no qual o princípio ativo é colocado sendo os termos empregados Veículo para líquidos e excipiente para sólidos. q.s.p significa quantidade suficiente para, referindo a quantidade que deve ser acrescentada para completar o volume ou massa desejada.

FORMA FARMACÊUTICA OU PREPARAÇÃO MEDICAMENTOSA

É  a forma como se apresenta os medicamentos para serem utilizados. uma mistura de substâncias adequadas para serem administrados com segurança e eficácia. É o estado final de uma preparação medicamentosa em que após um ou mais processos mecânicos os princípios ativos possuem determinada forma.

1- GARGARISMO

Formula líquida, utilizada por aspersão na cavidade oral, sem o objetivo de deglutição, deve-se tracionar a língua para fora e aspergir o líquido no interior da cavidade oral. è o mesmo procedimento do gargarejo humano.






2- COLUTÓRIO

Fórmula farmacêutica pastosa produzida geralmente com glicerina ou mel, aspecto xaroposo utilizado exclusivamente na cavidade oral, com o auxílio de uma espátula é colocada na língua do animal, e este se encarrega de espalhá-lo na boca, porém, sem intuito de deglutição.

3- PROVENDA


O medicamento é escondido no alimento, no caso de carnívoros, em pedaços de carnes, com a intenção do animal ingerir todo o medicamento.




4- SOPA OU BARBOTAGE

Feito com vegetais ou legumes (sopa) e farináceos (barbotage) cozido e após frio é oferecido aos animais com o medicamente, o mesmo é consumido pelo animal por vontade própria, sem ser forçado.


5- BEBIDA OU BERBERAGEM

Exemplo de berberagem


A bebida é oferecida espontaneamente para o animal em grandes quantidades de líquidos, cerca de 700 a 1000 ml para grandes animais, 200 a 500 ml para animais de médio porte, e de 50 a 100 ml para animais de pequeno porte. A berberagem é administrada por sonda.


6- POÇÃO



É uma fórmula líquida, oferecida em pequenas quantidades com o auxílio de uma colher ou seringa.








7- ELETUÁRIO

Fórmula pastosa, oferecida diretamente na boca do animal geralmente forçada, essa prática atualmente caiu em desuso sendo substituídas por maneiras mais eficientes de administração.

8- BOLO OU PÍLULA

Fórmula farmacêutica com um formato esférico semiduro. Bolo tem um peso de 0,5 a 4 g, utilizado em grandes animais. a Pílula tem um peso de 0,15 a 3 g para animais de pequeno porte. o termo bolus foi retomado a partir do uso de anti-helmíntico em ruminantes, esse fármaco fica envolto por um invólucro rígido que é liberado de forma lentamente no trato gastrintestinal dos animais.

9- GRÂNULO OU GLÓBULO

Tem um formato esférico e consistência rígida com um peso de 0,05 a 0,15 gramas.






10- CÁPSULA
Forma farmacêutica em que o conteúdo sólido encontra-se envolto por uma capa protetora de amido ou gelatina compostos de duas metades que se encaixam.


11- PÉROLA OU CÁPSULA MOLE

Constituída de uma capa protetora com uma única parte estando o conteúdo selado em seu interior. destina-se a armazenar formulas líquidas.




12- DRÁGEA

Medicamento é colocado dentro de um envoltório rígido de formato variável e geralmente brilhante que pode proteger o princípio ativo do pH estomacal, do odor e do sabor desagradável.






13- COMPRIMIDO

Geralmente adiciona-se amido ao princípio ativo, sendo este prensado, e moldado em comprimidos, que pode ter formas diversas, esse tipo de forma farmacêutica possui alguns milímetros de altura.


14- PASTILHA
Forma farmacêutica sólida destinada a mastigação em grandes animais, é moldada em diversas formas ou comprimida, pode ser flavorizada e mastigável.


15- PASTA
Forma farmacêutica semissólida, que possui uma elevada concentração de pós finamente dispersos que pode ser de 20 ate 60% deste conteúdo, sendo mais espessas que as pomadas e menos gordurosas.


16- PAPEL

Forma farmacêutica utilizada para armazenar grandes quantidades de medicamentos, na qual o mesmo é embalado na forma de papel cuja dobradura é realizada cuidadosamente pelo farmacêutico e destinado a apenas uma única administração e uma dose individual. esse tipo de forma farmacêutica permite o acondicionamento de volumes relativamente grandes deste medicamento.

17- POMADA

Preparação tópica monofásica na qual pode ser dispersada substâncias sólidas ou líquidas.









18- CREME

Preparação semissólida obtida através da emulsão de água/óleo ou óleo/água que pode conter um ou mais princípios ativos dispersos em seu interior.


19- GEL


Preparação semissólida que consiste na suspensão de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas entremeada por um líquido. 



20- CLISTER, CLISMA OU ENEMA

Preparação farmacêutica destinada a sua inserção no reto, com função de retenção (absorção pelo reto para via sistêmica) ou evacuação (promover defecação).



21- SUPOSITÓRIO
Preparação sólida de dose única que pode conter um ou mais princípios ativos e deve fundir-se a temperatura corporal ou dispersar em meio aquoso. o formato e o tamanho do supositório deve ser adequado para o reto.

22- VELA

Semelhante ao supositório porém com um tamanho de 5 a 7 cm para ser utilizada intrauterina.

23- ÓVULO

Preparação farmacêutica sólida com formato adequado para aplicação intravaginal devendo dispersar-se em temperatura corpórea.


24- COLÍRIO

Preparação farmacêutica líquida destinada a aplicação nos olhos e pálpebras.







25- XAROPE

Preparação aquosa caracterizada por sua viscosidade que apresenta não menos que 45% de sacarose e outros açúcares, geralmente adiciona-se flavorizantes em sua preparação.



26- ELIXIR

Preparação líquida límpida e hidroalcoólica com teor de 20 a 50% de álcool em sua preparação.



27- LOÇÃO

Preparação líquida e hidroalcoólica destinada ao uso externo através da aplicação sobre a pele.



28- EXTRATO
Preparação líquida, sólida ou semissólida a partir de vegetais secos, frescos ou animais, por meio extrator líquido e hidroalcoólico adequado com sua posterior evaporação total ou parcial seguido de ajuste na concentração previamente estabelecida.

29- EMULSÃO

Preparação farmacêutica obtida através da dispersão de substâncias líquidas imiscíveis ou praticamente imiscíveis entre si.





30- SUSPENSÃO

Dispersão de substâncias sólidas insolúvel ou praticamente insolúvel em uma fase líquida.









31- TINTURA E ALCOOLATURA

Formas que utilizam a ação solvente do álcool preparada com plantas secas (tinturas) e alcoolaturas preparadas com plantas frescas.

32- INJEÇÕES
Preparações estéreis destinadas a administração parenteral apresentadas como soluções, suspensão ou emulsões podem ser acondicionadas em ampolas, cartucho ou frascos para administração em dose única.







33- POUR-ON E SPOT-ON

Aplicação pour-on
Aplicação spot-on
Preparação farmacêutica que são depositadas no dorso do animal (pour-on) e na cernelha (spot-on)















34- PRÉ-MIX

Pré-mistura, que contêm  medicamento misturado a ração, geralmente é utilizado para administração de vitaminas.








Referências:

SPINOSA, H, S; GÓRNIAK, S. L; BERNARDI, M,  Farmacologia Aplicada a Medicina Veterinária, Guanabara Koogan, São Paulo 5ª ed, 824p.