segunda-feira, 6 de junho de 2016

ANEMIA INFECCIOSA DAS AVES

Conhecida como CAV (chicken anemia vírus) é um parvovírus que causa uma grave imunossupressão e destruição dos precursores hematopoéticos das aves. Esse vírus provoca uma trofia do timo e uma imunossupressão com consequente anemia aplásica.
A anemia é transitória e leva a infecções secundárias virais, bacterianas e fúngicas, provocando ainda uma quebra na imunidade vacinal.
É um vírus comum em praticamente todas as granjas produtoras de aves do mundo é classificada como pertencente a uma parte da família circovírus.

O vírus é altamente resistente aos compostos desinfetantes usuais e o fenol a 50% é capaz de inativar o vírus em 5 minutos. os formaldeídos a 5% inativa o vírus em 24h.

O vírus tem sua replicação nas células precursoras eritroblastóide e e células da medula óssea, células linfocitárias do córtex do timo. Pode ser detectado através do teste de imunofluorescência indireta dos tecidos infectados.
A galinha é considerada o hospedeiro natural desse vírus e todas as idades estão susceptível a infecção, porém, animais com até 3 semanas de vida presentam maior probabilidade de infectar-se devido a imunidade passiva ineficiente.

Transmissão: 

A transmissão poderá ocorrer pela via vertical e horizontal, porém a via vertical é a mais importante, pois, neste caso os pintos nascem infectados e começam a eliminar o vírus pelas fezes e contaminar o restante do lote. O contato direto ou indireto, instalações, insetos e fômites são meios de contaminação. 

O vírus se dissemina rapidamente entre os lotes de aves.  A infecção ocorre principalmente em  aves de postura no início da produção de ovos, período em que a imunidade dessas aves baixa e esta torna-se mais susceptível aos picos de viremia transmitindo o vírus para o ovo.

Patogenia:

As alterações histopatológicas nos órgãos linfoides surgem quando o vírus se multiplicam no timo, hemocitoblastos e células reticulares causando uma hipoplasia medular.

Sintomas e alterações:

Causador da doença clínica de imunossupressão e severa anemia transitória por destruição dos eritoblastos e imunodepressão por destruição dos linfócitos da cortical do timo. Não existe sinais clínicos específicos, as aves podem apresentar desenvolvimento corporal retardado, apatia, palidez, plumagem arrepiada e severas infecções de pele, hemorragias subcutâneas e musculares.
As alterações apresentadas numa necrópsia incluem medula óssea amarelada atrofia severa do timo e bursa de fabrícius, hemorragias de mucosas do proventrículo descoloração e inchaço do fígado, rim e baço.
Animal poderá apresentar coinfecções com doenças de Marek, Newcastle,  Gumboro, Leucose, Reovírus, Adenovírus e dermatite.
As perdas subclínicas são maiores que as perdas clínicas devido a diminuição na produtividade.

Diagnóstico:

Baseia-se no histórico clinico e aparecimento de anemias, porém os sinais e lesões não são específicos devendo realizar exames histopatológico, de sangue, isolamento viral e testes sorológicos, ELISA, Soroneutralização e IMI.
Deve-se fazer diagnóstico das doenças de Marek, Gumboro, pois estas também causam atrofia dos órgãos linfóides mas não provocam anemia aplásica.

Prevenção e tratamento:

Não há tratamento específico, apenas tratamento sintomático das doenças secundárias e antibióticos.
Limitar a transmissão vertical através das vacinas e prevenir infecções com outros agentes imunossupressores.
A imunização das reprodutoras deverá ser feita com no mínimo 10 a 18 semanas de idade, com aplicações de vacinas na água de beber.
Deve-se realizar a monitoria dos lotes com sorologia para detecção de anticorpos anti CAV e proceder a vacinação em caso negativo.
Deve-se implantar programas de vacinações em toda a cadeia produtiva avícola (linhas puras, bisavós, avós e matrizes. Reforçar as demais doenças imunossupressoras permitindo a competição entre o vírus vacinal e vírus do campo.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

DOENÇA DE DISCO INTERVERTEBRAL

Exitem dois tipos de doenças de discos intervertebral.

Hansen tipo I: Onde o disco intervertebral é extrusado para dentro do canal vertebral lesionandoou comprimindo a medula.
Hansen tipo II: Onde ocorre apenas a projeção do disco para dentro do canal vertebral, porém, sem expulsão do núcleo pulposo. 
A Hansen tipo I é mais comum em cães de raças pequenas como os dashound, poodle toy, beagle e em alguns cães de grande porte, como o basset hounds, dobermans e os galgos. Os mais predispostos são aqueles cães de patas curtas mas de tronco longo. em gatos essas condições são raras.

Alguns cães acometidos podem apresentar dor sem déficit neurológicos ou podem apresentar sintomas dos mais variados graus de lesões da medula espinhal. Os sinais serão de acordo com o local exato ea gravidade da lesão.

Lesão em região toracolombar resultam normalmente em problemas de membros posteriores com os membros anteriores normais.

Leões na região cervicotorácica ou região cervical terão os quatro membros afetados. A maioria das lesões nos cães ocorrem entre a T9 e T10 e entre T13 e L1.

A dor é um sintoma clínico muito comum nesses cães, pois o material deslocado de disco intervertebral irrita as raízes nervosas e as meninges.
Os cães com  deslocamento de disco cervical evitam a movimentação ou manipulação do pescoço e ficam em estação com a cabeça e pescoço abaixados.
A extrusão do disco na região resulta em arqueamento do dorso e tensão dos músculos abdominais, simulando dor abdominal.
 A gravidade dos sinais clínicos está relacionado com a quantidade de material extrusado e a fora dessa extrusão.

Diagnóstico:

A disfunção é diagnosticada no exame clínico identificação do paciente anamnese e os achados neurológicos.
Através do exame neurológico é possível determinar o local da região acometida da medula espinhal. 
Teste do panículo: é um teste utilizando uma agulha ou outro objeto capaz de estimular o local da lesão. Realiza o teste em toda a extensão da coluna cervical, torácica e lombar com o intuito de localizar a região mais sensível ao teste. A resposta ao teste é normal antes da lesão apresentando geralmente um razoável desconforto, e aumentada no local da lesão com muito desconforto e diminuída após a lesão apresentando reduzido desconforto. A partir disto, os exames complementares são solicitados e a radiografia simples bem realizada é capaz de identificar a natureza dessa lesão.

Teste do pinçamento ou compressão digital: Aplica-se também a compressão interdigital para avaliar a dor superficial e dor profunda. A dor superficial avalia-se realizando o compressão entre interdigital com uma pinça ou com uma agulha, esse fato por sua vez vai provocar uma estímulo no animal que o fará ter uma resposta positiva caso haja integridade nervosa.  A dor profunda é avaliada quando a dor superficial está ausente, neste caso a compressão deve ser feita com uma pinça gradativamente com maior força até que obtenha uma resposta ou não ao pinçamento, essa compressão poderá ser realizada no coxim ou interdigital. 
Deve-se realizar primeiramente o teste nos membros posteriores, pois se o mesmo não apresentar resposta ao teste significa que a lesão está na região lombar, caso o teste realizado nos membros anteriores não apresente resposta positiva ao pinçamento a lesão provável estará na região cervical ou torácica.

A doença de disco é dividida em cinco graus de acordo com a apresentação clínica.

Grau I: Animal com sintomas discretos com alterações neurológicas discretas. Os sintomas não se apresentam como alterações neurológicas. 
Neste caso o clínico precisa avaliar o que mudou na rotina deste animal nos últimos dias, animais quietos, mão caminha, não sobe degraus de escadas nem de calçadas, reluta em caminhar, começa caminhar e de repente para. Geralmente o proprietário relata que ao pegar o animal no colo, o mesmo apresenta dor, ou mesmo foge de colo. Ao realizar o teste do panículo neste animal, o mesmo poderá apresentar leve sensibilidade no local da lesão, porém não apresentando sinais de cunho neurológico evidente.

Grau II: Animais com sintomas mais graves que o grau I, pois aqui evidencia uma dor na forma mais clássica. O animal reluta em movimentar-se pois esse ato é altamente doloroso e o animal evita ao máximo.
Se houver lesões graves nas vértebras cervicais e torácicas é possível ter alterações cardíacas e respiratórias uma vez que inervações que partem destes ramos da medula espinhal inervam porções destes órgãos.

Grau III: Quadro grave animal com dor evidente, dorso arqueado e deficiência de urinar, deficit proprioceptivo nos membros posteriores ou anteriores dependendo da região acometida. Nestes casos o animal ainda retêm urina pela preservação da inervação. Nestes casos a lesão ainda é reversível. 
A recuperação do animal se dá a medida em que exista presença de uma dor profunda. Se não existir dor profunda significa que houve uma lesão completa e perda da função nervosa das fibras e dificilmente há reversão nestes casos.

Grau IV. Neste grau o animal não apresenta dor superficial, mas apresenta dor profunda, ocorre uma perda gradativa se não houver tratamento e uma correta intervenção. Neste quadro o animal poderá apresentar dor profunda e pode estar paraplégico. se a lesão for cervical ou torácica o animal fica tetraplégico. 
Lesões em regiões de nervos a partir das vértebras Torácicas (T10) a lombares (L2) provoca incontinência urinária, pois estes são responsáveis pela inervação parassimpática da bexiga que provoca a contração da musculatura lisas, ao ponto que a inervação vinda da Sacrais (S2 a S4) são responsáveis pelo relaxamento da bexiga pelo sistema simpático. O esfíncter possui inervação simpática e parassimpática estando este sob domínio de informações do corno  medular a partir de respostas obtidos pela inervação da bexiga, logo lesões nestes ramos nervoso é responsáveis pelo controle da micção e defecação alterado nestes animais.
Fisiologia da micção



Grau V: A diferença entre os demais graus é a completa ausência de dor profunda.

Diagnóstico está baseado nos sinais clínicos, histórico  RX.

Tratamento: Carrinho ortopédico e limitação de movimentos.
Utilização de AINES, Corticóides, Analgésicos fortes caso necessário, Quetamina pra gatos na dose de 2mg/kg é altamente eficaz no controle da dor por atuar na nos receptores NMDA.
Benzodiazepínicos, e vitaminas do complexo B (B2, B6 e B12) as vitaminas do complexo B atuam atravessando as membranas e restabelecendo a função nervosa com ação anti-inflamatória. 
O tratamento deve ser realizado até remissão completa do animal.