quinta-feira, 21 de julho de 2016

ENFERMIDADES DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS DE RUMINANTES

VISÃO E AUDIÇÃO 

Ceratite infecciosa bovina (Conjuntivite ou ceratoconjuntivite)

EtiologiaMoraxella bovis, isolada ou associada Rickettsia, Clamídia,  Neissseria,  micoplasma ou vírus da IBR. 
Acomete bovinos e apresenta uma morbidade de até 90%. A transmissão ocorre através de moscas, poeira e pastagens contaminadas com secreções oculares e nasais. O período de incubação é de 2 a 3 dias.
Patogênese:  No início da infecção ocorre presença de erosões e perda focal do epitélio corneal pela ação citotóxica direta dos agentes patogênicos. É uma doença autolimitante.  A Moraxella lança suas fimbrias sobre a córnea.
Sinais clínicos iniciais: Congestão dos vasos corneais, edema da conjuntiva, lacrimejamento abundante, blefaroespasmo, fotofobia, febre leve a moderada, hifema na esclera. 
Sinais clínicos posteriores: Opacidade de córnea com ulceração. Curso total da doença é  de 3 a 5 semanas.
Sequelas: Cicatriz corneal com uma linha branca azulada na base da córnea. 
Diagnóstico diferencial: “Febre catarral maligna” pois, esse tipo de doença exige sacrifício e interdição da propriedade.
 Diagnóstico: Sinais clínicos, ELISA e cultura bacteriana. 
Tratamento:
Sulfa com  instilação conjuntival, 
Penicilina procaína 100000UI/kg 2 a 4x dia subconjuntival.
Sulfadimidina  100mg/kg IM.
Oxitetraciclina 20mg/kg IM
Retirar do Sol e manter em ambiente escuro, em casos de ulceração, utilizar anestésico oftálmico tópico associado à atropina.
Ou Gentamicina + 0,5 ml
Flunixin mais 0,5 ml. 
Vacinação dos animais 

Oftalmia contagiosa ovina e caprina

É uma doença infecto contagiosa caracterizada por inflamação da córnea e conjuntiva dos animais afetados.
Fatores predisponentes: Falta de higiene da propriedade e das condições de vida dos animais.
Etiologia: Micoplasma conjuntivae, Clamídia  pecorum. 
Transmissão: Acorre através de secreções oculares e nasal. A incidência aumenta com a gravidade e com o estresse, poeira, aglomeração, doenças concomitantes e mau estado de nutrição. 
Patogênese: É uma doença de instalação rápida e aguda, com inflamação da conjuntiva seguida de hiperemia da  esclera panos e opacidade de córnea.
Sinais clínicos: Conjuntivite, lacrimejamento com secreção serosa e purulenta, ceratite, blefaroespasmo, opacidade de córnea e aumento da vascularização. Em casos graves pode ocorrer interação e edema corneal grave, 10% dos animais podem ficar cegos.
Diagnóstico: Histórico, sinais clínicos, cultura bacteriana e citologia esfoliativa conjuntival. 
Tratamento:
Oxitetraciclina 20mg/kg IM 7 dias.

Carcinoma epidermóide ocular

Etiologia: Multifatorial e acomete a superfície da conjuntiva junção córneoescleral, membrana nictitante, pálpebra ou córnea. As lesões tem predileção por aspectos medial e lateral do olho.
Sinais clínicos: 
Pré-malignos: Placas brancas pequenas hiperplásicas semelhantes a papilomas. Pode ocorrer  regressão espontânea.
Malignos: Tumores irregulares nodulares invasivos erosivos e necróticos.
Raças predisponentes: Simental, Hereford e holandês. Animais de pele despigmentada e branca, mas qualquer animal pode ser acometido.
Tratamento: Criocirurgia. remoção cirúrgica ou caso necessário; enucleação do globo ocular.

Otite média interna
Etiologia: Parasitas, artrópodes (carrapatos) nematódeos, (Rabtids bovis),  corpos estranhos, infecção por Pasteurella e Pseudomonas, Railletia auris. animais de orelhas compridas como Gir, Tabapuã e Guzerá são predisponentes.
Sinais clínicos: Comportamento agressivo (dor), coceira na orelha, depressão, anorexia, dor ao deglutir, balançar de cabeça, lesão de nervo vestibulococlear e facial,  secreção  auricular abundante, sanquinopurulenta e fétida.  Região auricular dolorida, meato externo e linfonodos parotideos infartados, rotação da cabeça com o lado afetado para baixo, orelha caída e paralisia facial no mesmo lado.
Diagnóstico: Sinais clínicos, microscopia da secreção auricular, swabs e  cultura bacteriana.
Tratamento: Em caso de nematódeos Ivermectina SC associado a antibiótico tópico. Limpeza da orelha e ouvido utilizando soro fisiológico + álcool e éter 2x ao dia (Otoderm)
Antiinflamatório: Flunixim.

domingo, 17 de julho de 2016

VERMINOSES GASTRINTESTINAIS DE CÃES E GATOS

Toxocara sp. 
Os cães são infectados pelo Toxocara canis e os gatos pelo Toxocara cati.
O ciclo de vida desse parasito ocorre pela ingestão do ovo larvado contendo a L3 e na mucosa intestinal essa larva penetra e alcança a corrente sanguínea vai até o fígado e posteriormente até o pulmão que neste órgão essa larva sofre ecdise para L4, posteriormente essa larva migra para a árvore brônquica até traqueia, sendo então deglutida.
No intestino ou tecido somático essa larva poderá ficar em estado de latência quando o hospedeiro criar resistência. Em cadelas no terço final da gestação a diminuição hormonal promove a ativação dessas larvas que migram para a placenta infectando o filhote e também para glândula mamária onde através da amamentação poderá infectar o filhote.
A patogenia dessa larva está na sua capacidade espoliativa dos nutrientes e lesões da mucosa e ainda, podem causar obstruções intestinais, ruptura de alças, vômitos, diarreia, convulsões, pneumonia e provoca a morte dos animais.
Toxocara cati  
Os sintomas e o ciclo de vida do Toxocara cati é semelhante ao T canis, porém, não ocorre migração transplacentária nem a migração transmamária.
Ancilostomíase
O cão é infectado com o Ancylostoma caninum e o gato com o Ancylostoma tubaeforme, ainda exite uma outra espécie chamada de A. brasiliensis, trata-se de uma zoonose por sua migração errática provocando a larva migrans cutânea no homem.
A forma de infecção se dá pelas larvas L3 filarióides, que penetram ativamente na pele por via oral, transplacentária e lactogênica. A patogenia desta larva está na sua migração através da pele onde alcançam a corrente sanguínea e pode levar a migração somática e traqueal. As larvas atravessam os capilares pulmonares em direção aos alvéolos, sobem a traqueia e podem ser deglutidas ou eliminadas através da tosse e no intestino, completa seu ciclo realizando a postura de ovos.
Esse parasito possui ação espoliativa, com sua peça bucal feita para aderir a mucosa e se alimentar de sangue, produzem enzimas anticoagulante, que mesmo após mudar de local, continua sangrando, cada larva pode espoliar cerca de 0,1 a 0,2 ml de sangue por dia. O animal parasitado entra em um quadro de anemia normocítica normocrômica, que poderá evoluir para uma anemia microcítica e hipocrômica. A migração cutânea desta larva, causa intenso prurido, erupções, papuloeritematosas, diarreia sanguinolenta e dores abdominais.
Tricuríase
É um parasita do intestino grosso de cães e sua infecção nos animais seguem a de Toxocara e Ancylostoma, possuem 4 a 8 centímetros e são conhecidas como verme chicote, devido seu formato longo e afilado. Em gatos é pouco relatado e pouca importância clínica.
Os parasitos machos e fêmeas se acasalam no intestino e a postura de ovos são eliminadas nas fezes, e pode viver de 3 a 4 anos no ambiente. Após a ingestão dos ovos por um hospedeiro susceptível, a L1 infectante é liberada no intestino delgado e as larvas migram para o ceco e penetra na glândula da mucosa e termina seu desenvolvimento.
A patogenia está quando ocorre inflamação da mucosa resultando em diarreia aquosa com muco e sangue.
Estrongiloidíase
Pouco comum no cão e no gato no entanto, quando em altas cargas parasitárias provocam diarreia, fezes sanguinolentas e sinais de pneumonia devido ao seu ciclo pulmonar errático.
Dipilidiose
É uma verminose pouco patogênica, porém, o Dipylidium caninum é um dos parasitos mais frequentes em cães e gatos, apesar de seu ciclo ser indireto e precisar de insetos como por, exemplo, a pulga, para ser transmitida. São vermes achatados ou seja cestóides, com um corpo formado por vários anéis ou proglotes, muito móveis que são liberadas nas fezes dos animais.
A infecção do animal ocorre pela ingestão de piolhos ou pulgas contaminados pelo dipylidium, pode haver irritação das mucosas intestinais e anal com diarreia intermitente e mucóide. Ocorre alteração de e perda de peso e apetite. O único sinal mais evidente é o prurido anal que o animal apresenta pela migração da proglote.