quarta-feira, 2 de outubro de 2013

BIOÉTICA EM EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ADRIANA REIS CAETANO
ARTEMIZIA CARNEIRO MIRANDA
ALINI OSOWSKI
IARI BARBOSA
MICHELE CARVALHO
ROSIVALDO DELFINO
INTRODUÇÃO

            A utilização de animais em experimentações científicas proporcionou grandes avanços para o estudo na medicina, tratamento de diversas doenças, desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, descoberta de curas através de novas bases químicas, vacinas, mapeamento, controle e noção básica da dinâmica de diversas patologias que acometem o homem e os animais.
            O aumento do número de trabalhos redigidos sobre bioética animal e sua inserção em diversos cursos de graduação e pós-graduação deveria demonstrar uma preocupação dessas instituições em implantar e fiscalizar os comitês de ética em pesquisas (CEP) com intuito de utilizar esta ferramenta biológica para produzir pesquisas, respeitando o bem estar animal e utilizando princípios éticos no relacionamento homem-animal. A necessidade de rigorosas regras em pesquisas envolvendo animais tornou-se indispensável, e a partir de técnicas como, por exemplo, a clonagem da ovelha Dolly (WILMUT et al. 1997) provocou grandes discussões no meio social e religioso sobre a capacidade e a possibilidade de aplicar essa técnica para clonagem de humanos (COSTA; DINIZ, 2000).
            Partindo desse ponto, a moral sobre o sofrimento animal, Russel & Burch (1959) afirma que o conceito do sofrimento animal ficou pautado na utilização de 3Rs (replacement, reduction e refinement), isto é, substituição, redução e refinamento. Em sua obra The Principles of Humane Experimental Techique publicado em 1959, a replacement propõe a substituição dos animais em experimentos por animais que não sejam sencientes. Essa capacidade de sentir felicidade, prazer ou sofrimento que alguns animais possuem torna o experimento ainda mais antiético. O segundo R ou reduction consiste na Redução do número de animais e o terceiro R, refinement, significa refinamento, ou seja, minimizar o máximo possível qualquer tipo de desconforto ou dor que esse animal possa sofrer durante o experimento.
            A utilização desses 3Rs significa para diversos autores o ponto inicial para os pensamentos de alternativas referente a utilização dos animais em experimentos (PAIXÃO, 2001). A adoção desses princípios involuntariamente propõe a admitir que a utilização de animais em experimentos na luz moral torna-se uma prática errada (GOODWIN, 1991).
            A justificativa para o uso de animais em experimentos ocorre pela similaridade biológica entre os animais e os humanos. As técnicas, procedimentos, drogas são testados em não humanos (animais) e posteriormente aplicada nos humanos. Esses métodos são aceitos, porém, com restrições por aqueles que fazem crítica as experimentações. Algumas orientações são utilizadas para pesquisas científicas, e várias sugestões são levantadas, dentre elas destacam-se que, a priori, a justificativa do uso de animais em experimentos consiste que os seres humanos são mais importantes que os animais, este por sua vez, possuem uma importância diferenciada em sua espécie.
            Nem todo tipo de experimento pode ser permitido. É sabido que nem todo o conhecimento gerado com pesquisas em animais, realmente pode ser transponível ao ser humano (GOLDIM; RAYMUNDO, 2005). Entretanto o uso irracional da experimentação animal tornou-se motivo de discussões por diversas academias de educação do mundo inteiro visando amenizar os maus tratos e o uso da vida animal para pesquisas. Schnaider (2003) expõe que a bioética em experimentos deve partir do princípio que, assim como os humanos, os animais nascem, crescem, reproduzem, sentem e morrem, deste modo, a necessidade de conscientização ou sensibilização dos pesquisadores torna-se um desafio adicional visto que pesquisadores detém o direito de  utilizar dos animais para os experimentos, respaldado em lei, no qual basicamente torna-se o responsável pela vida e pela morte, sem levar em consideração que os animais na maioria das vezes não possuem capacidade ou oportunidade de defesa da ignorância ética e cientifica do pesquisador.

RESPEITO PELO ANIMAL

            No passado ao ser abordado tema sobre a experimentação animal, tinha-se uma ideia de crueldade e abuso. Conforme a sociedade foi questionando o modo e o uso de animais, começara a surgir os princípios éticos, desta maneira os pensamentos e as discussões sobre o tema tornaram se práticas e as leis foram criadas. No início do Século XX foram criadas as primeiras leis no Brasil para proteção ao animal (BRASIL, 1981).
            A partir dessas diretrizes o Brasil passou seguir regras, e adotar o pensamento que qualquer experimentação animal que culminasse em sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos dos animais, mesmo se for usado em uma experiência médica, científica ou comercial.  O homem possui dever com os animais, e não o contrário. Esse dever basicamente consiste em assegurar os animais que estão sob sua responsabilidade desde o fornecimento de alimentação aos animais presos, moradia adequada, proteção, e quando for utilizá-lo como experimento evitar ao máximo o seu sofrimento, e utilizar anestesia, e só usa-lo quando não houver outra forma.
            Algumas religiões como os Hindus, Budistas e Jainas tem respeito e fascinação pelos animais. Eles consideram todas as formas de vida como igualmente importantes, e supõem que os animais são encarnação de uma energia e força vital única. Acreditam que quando morre uma pessoa a sua energia é reencarnada em alguma outra forma. Matar um ser vivo e inadmissível para eles (ALBUQUERQUE, 2008). Com isso, a experimentação animal deve cumprir e guiar-se pelas leis aplicáveis e deve ter por base uma utilidade estabelecida e justificada para a humanidade ou para a própria vida animal.

HISTÓRICO DA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL

            Desde a pré-história o homem já observava os animais e utilizava o pouco conhecimento adquirido para seu benefício.  Por volta de 450 a.C Hipócrates já fazia correlações entre os humanos e animais. Posteriormente começaram a observar estruturas e analisar a sua possível fisiologia através de vivissecções animais, como é caso dos anatomistas Alcmaeon, Herophilus e Erasistratus. Posteriormente diz-se que possivelmente Galeno (129-210 dC), foi o primeiro a realizar vivissecção com objetivos experimentais (JÚNIOR, 2010).
            No século XVII, pensadores como René Descartes acreditava que os animais não possuíam alma e em decorrência deste fator não sentiriam dores, pois só era capaz de sentir dor seres que apresentavam alma. Em 1638 acredita-se que William Harvey foi o primeiro a realizar uma pesquisa cientifica a qual utilizou animais sistematicamente, estudando a fisiologia da circulação em mais de 80 espécies. Em 1789 o filosofo inglês Jeremy Benthan lançou a base para posição utilizada para proteção dos animais, ele questiona: A questão não é, podem eles raciocinar ou podem eles falar? Mas, podem eles sofrer? (BENTHAN, 1979).
            Mais tarde em 1859 foram estabelecidas premissas de diferentes espécies por meio de ancestrais comuns, através da teoria de Charles Darwin, desta forma foi possível associar os dados obtidos em animais com os seres humanos. Em 1865 o fisiologista Claude Bernard, através do livro Introduction to the study of experimental medicine, fundamentou a utilização dos animais em pesquisas argumentando que seria estranho a consideração normal de utilização dos animais para serviços caseiros, comida e proibir seu uso em algo que seria muito útil para humanidade (GOLDIN, 1997).
            A lei mais antiga com relação ao uso de animais em pesquisas surgiu na Inglaterra, em 1822, proibia a crueldade apenas contra grandes animais. Acredita-se que a primeira lei a proteger estes animais tenha existido na Colônia de Massachussets Bay, em 1641, propondo que: “ninguém pode exercer tirania ou crueldade para com qualquer criatura animal que habitualmente é utilizada para auxiliar nas tarefas do homem”. Em 1876, no Reino Unido foi proposta a primeira lei a regulamentar o uso de animais em experimentos, através do British Cruelty to Animal Act. (REGIS et al, 2012).
            Os animais foram utilizados em pesquisas durante muitos anos sem que ocorresse um grande questionamento sobre tal assunto, por causa do impacto social, pois algumas pesquisas possibilitaram o desenvolvimento de vacinas como raiva, tétano e difteria, isso até surgir a as sociedades protetoras dos animais. Século XIX marca o surgimento das sociedades protetoras dos animais, a primeira surgiu na Inglaterra, em 1824, chamada de Society for the Preservation of Cruelty to animals. Em 1840 a rainha Vitória assume essa sociedade, e passa a se chamar Real Sociedade. Por volta de 1845 a França cria uma Sociedade para Proteção dos animais, e a partir de então surgirão varias sociedades na Alemanha, Bélgica, Ástria, Holanda e Estados Unidos.
            Por volta de 1959, foi instituído o conceito dos três Rs da pesquisa em animais: replacement (substituição), reduction (redução), e refinament (refinamento), pelo zoologista Wiillam M. S Russell e o microbiologista Rex L. Burch visa à substituição de animais por microrganismos que não sintam dor, como plantas e microrganismos ou simulações computacionais. (REGIS et al, 2012).
            Em 1975 o professor Peter Singer foi responsável pelo ressurgimento do debate sobre o uso de animais em pesquisas, através de seu livro Animal Liberation causando assim uma polêmica mundial, por relatar as condições que os animais eram submetidos. A partir de então a sociedade começou a agir, ocorrendo à implantação da Declaração Universal dos Direitos dos animais através da UNESCO, tal fato ocorreu em Bruxelas em 27 de janeiro de 1978.
            No Brasil em 08 de maio de 1979 surgiu a lei 6.638 que estabeleceu as normas para a prática didático cientifica da vivissecção de animais. De acordo com essas normas somente estabelecimentos de terceiro grau podem realizar atividades didáticas com animais, não causando sofrimento aos animais.
            Na década de 80 alguns protestantes contra o uso dos animais em experimentos, realizaram atentados contra laboratórios, biotérios, instalações universitárias e até mesmo contra residência de pesquisadores, especialmente na Inglaterra, devido a tais ocorrências foram tomadas medidas como garantias de vida para os pesquisadores.
            Em 1996 foram apresentados no Brasil vários projetos de lei estabelecendo novas normas para as pesquisas com animais, sem que qualquer um deles tenha sido aprovado, até o presente momento.

COMISSÃO DE ÉTICA E O USO DE ANIMAIS

            Atualmente são poucas as instituições que são dotadas de comitês de ética para avaliar o uso de animais em experiências no Brasil, uma vez sabendo que os animais não possuem o dom da fala não podendo então expressar sua negação quanto ao seu destino, isso acaba por ficar a critério do ser humano, do pesquisador em questão. A utilização de animais em experimentos remete ao pesquisador seguir um padrão mínimo ético e de bom senso, pois, se trata de um ser vivo, com sentidos tão apurados quanto ao dos seres humanos.
            Quando se trata de comissões de éticas leva-se em consideração a formação dessa comissão, uma vez que na maioria das vezes são compostos por profissionais pesquisadores.  Paixão (2001) afirma que “uma comissão de ética é composta em sua maioria por cientistas e torna-se questionável e pode ser criticada por apoiar-se em um consenso prévio a favor do uso de animais como modelos de pesquisa”.  Logo seja visto que essas comissões devem ser formadas por especialistas em diversas áreas, como médicos veterinários, ambientalistas, membros da sociedade protetoras dos animais entre outros, para que haja o mínimo de consenso possível.
            Ao se tratar de experimentos com seres humanos tem-se o direito de escolha de aceite ou não, os comitês de éticas que envolvem os seres humanos respeitam a autonomia individual, justiça e a maleficência dos mesmos, mas essa autonomia não se aplica nos casos de uso de animais. Garutti (2010) questiona os comitês de ética de experimentos em animais haja vista que os mesmos adotam leis discrepantes ao uso de animais em pesquisas, segundo o autor essas leis permitem e na maioria das vezes obrigam a morte do sujeito pesquisado, e os comitês que regem os estudo e pesquisas em humanos exigem o mínimo de risco e a autonomia do mesmo em participar ou não do experimento.
            São várias as questões que implica no uso dos animais, o homem tem por julgamento ser melhor que os animais por possuir um raciocínio lógico, e isso lhe dá o direito de “decidir sobre a vida de outro ser vivo” o filósofo inglês Jeremy Bentham (1749-1832), considerava apenas a capacidade que os animais possuem de sofrer e sentir dor, não somente sua capacidade ou não de raciocinar ou falar. René Descartes defendia a teoria que os animais eram comparados a uma máquina capazes apenas de produzir sons, quando um animal apanhava, o pensador afirmava que os as contorções e gemidos tratavam apenas de reflexos, mas sem relação com dor. Voltaire (1694 – 1778) representou a oposição ao pensamento de Descartes, afirmando que não era possível um animal apresentar tamanha semelhança com o ser humano (que sente dor) e não sentir dor.
             De acordo com Paixão (2001) esse argumento se constituirá em uma das bases do movimento antivivisseccionista na atualidade, pois se os animais não apresentam semelhanças com os humanos, não podem servir como modelos, e se são semelhantes, devem merecer a mesma consideração moral, onde a dor e a crueldade devem ser evitadas.

 CONTROLE DA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL

            Como dito anteriormente a experimentação animal tem como fundamento o estudo em animais para que se obtenha um conhecimento amplo deles próprios, a fim de ter possíveis aplicações na saúde e bem-estar dos animais, no entanto, de forma mais frequente, os animais são utilizados principalmente para benefício humano (PAIXÃO, 2001). Segundo Goldberg e Hartung, (2006) faz se necessário uma sistematização para que possa disciplinar o uso ético de animais em experimentação, essa disciplina por sua vez foi aplicada após a implantação da Lei Federal nº 11.794/08 denominada Lei Arouca, antes desta lei, não havia nem uma estrutura que viesse regulamentar e estabelecer procedimentos para uso científico e didático de animais de experimentação, a partir desta lei determinou-se a criação do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA).
            As leis vão variar entre os países e dependem muito dos valores culturais (REZENDE, 2008). A lei atual por sua vez não restringe o uso de animais, e também não tem um controle persistente, apenas é considerados “métodos alternativos” sendo estes métodos decretados de acordo com o que dispõe o art. 2º, inc. II, do Dec. 6.899/2009 determina que qualquer procedimento na experimentação animal que tenha validade nacional e internacionalmente venha garantir que os resultados tenham reprodutibilidade e semelhantes e tenha  a possibilidade de serem substituídas por metodologias que possam não utilizar animais, ou mesmo que utilizem espécies de ordens inferiores numero reduzido de animais e com o mínimo de dor possível.
            Mesmo com diversas leis disponíveis, incisos e parágrafos a favor da bioética na experimentação, não há rigorosidade no controle de experimento em animais no Brasil, apesar de existir comitês de éticas em pesquisa com animais instalado em várias instituições brasileiras em diferentes regiões e que funcionam de acordo com as normas éticas científicas capazes de validar futuras publicações (Rezende 2008).
            É necessário que cada país procure regulamentar suas leis para que se tenha um controle na experimentação animal padronizado e realizando os procedimentos dentro da norma ética, a fim de amenizar maus tratos, e de ter uma maior conscientização de que o animal tem sentimento e luta pela vida assim como o ser humano e deve ser respeitado.

ABORDAGEM BRASILEIRA SOBRE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL

            O contato do homem com os animas é evidenciado desde a antiguidade, onde eram utilizados como fonte de alimentação, e atualmente também como animais de companhia. Outro fato importante é que são amplamente utilizados em testes científicos.
            Experimentação cientifica em animais contribuíram em larga escala para a evolução médica, tanto na descoberta da fisiologia, anatomia, como no uso de medicamentos e cosméticos onde todos os quesitos são testados primariamente nos animais, para posteriormente serem realizados nos humanos. Só que isso gera uma grande discussão sobre o bem estar animal. Existem na sociedade grupos de pessoas especificas que zelam pelo bem estar animal, discordam em relação ao uso indiscriminado de animais em experimentos, visando o estudo comparativo fisiológico ou patológico com o ser humano.
             No Brasil começou-se a se pensar em bem estar animal na década de noventa, enquanto em outros países este processo começou décadas antes. Como visto em Londres em 1846, que através da proposta pela “Cruelty to Animals Act” os animais passaram a ter os mesmo benefícios conquistados e aplicados ao ser humano. A operação feita em animais vivos para estudos de fenômenos fisiológicos em nome da ciência e da pesquisa trata-se de vivissecção, esta ação é abordada no país por Leitão (2002) uma das pioneiras em defender os direitos dos animais.
            A primeira legislação Brasileira, em âmbito federal, a coibir a crueldade contra os animais que se têm notícias foi o Decreto 16.590, de 1924. O referido Decreto, ao regulamentar as atividades das Casas de Diversões Públicas, proibiu as corridas de touros, garraios e novilhos, brigas de galos e canários, dentre outras diversões que causassem sofrimento aos animais, porém nada se falava ainda sobre a prática de vivissecção. No ano de 1941, foi implantada uma lei que proibia qualquer pratica de experimentação com animais mesmo que para fins didáticos, tal lei é conhecida como a Lei das contravenções penais (BRASIL, 1943). Anos depois se permitiu a pratica da vivissecção e ainda estabeleceram os critérios para realização da mesma, porém a lei não foi regulamentada. Nessa mesma época estava sujeito a detenção quem praticasse experimentos dolorosos em animais vivos, mesmo que fosse para fins didáticos enquanto houvesse métodos alternativos.
            Atualmente já existem diversos métodos alternativos que fazem desnecessário o uso da pratica de vivissecção, dentre eles podem ser citados o sistema biológico in vitro o qual esta relacionada com a cultura de células, tecidos, e órgãos passíveis de utilização em genética, microbiologia, bioquímica, imunologia, farmacologia, radiação, toxicologia, produção de vacinas, pesquisas sobre vírus e sobre câncer; farmacologia e mecânica quânticas que avaliam o metabolismo das drogas no corpo humano; estudos epidemiológicos os quais permitem desenvolver a medicina preventiva com base em dados comparativos e na própria observação do processo das doenças; uso da placenta e cordão umbilical para treinamento de técnica cirúrgica e testes toxicológicos; necropsia e biopsia métodos estes que permitem mostrar a ação das doenças no organismo humano.
            A instituição do Conselho Nacional de Controle de Experimentação animal, que funciona como comitê de ética contribuiu notoriamente no que diz respeito ao bem estar animal, dentre outras medidas, aumentando até mesmo a conscientização dos indivíduos em relação ao uso inadequado dos animais.
 “São inegáveis os benefícios que se alcançam com a utilização de animais em pesquisas, porem é necessário tratar os princípios éticos a serem adotados e seguidos e a validade de seus resultados” Rezende, (2008).
            Portanto cabe a cada nação a regulamentação de leis que possam orientar a utilização de animais em pesquisas e que estejam conforme os padrões científicos internacionais, uma vez que tal pratica é de extrema importância para o avanço da ciência.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, B. M. L,. ENTREVISTA: Ricardo Mário Gonçalves, pesquisador brasileiro da cultura japonesa.  Ver. Nures, Edição Nº 4 - Número 9 - Maio / Setembro 2008.

BRASIL, Constituição (1943) lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941. Lei das Contravenções Penais. Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da Independência e 58º da República.

BRASIL, Constituição (1981). Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, em 31 de agosto de 1981; 160º da Independência e 93º da República.

BENTHAM, Jeremy. Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação, 1789. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

CFMV, Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Disponível em: <http://www.cfmv.org.br/portal/direitos_animais.php >. Acesso em agosto de 2013.
COSTA, S.I. F.; DINIZ, D. Mídia, clonagem e bioética. Cadernos de Saúde Pública, v.16, p. 155-162, 2000.

GARUTTI, S.; PALMA, B.; Experimentação científica com animais: considerações sobre os comitês de ética. Revista de história comparada,  v. 4, n. 2, 2010.

GOLDBERG. A.; HARTUNG, T., 2006. Bom para os animais, bom para nós. Scientific America Brasil, São Paulo, ed.47. 2006

GOLDIM JR, Raymundo MM. Pesquisa em Saúde e os Direitos dos Animais. 2 ed. Porto Alegre: HCPA, 1997.

GOLDIM, J.R.; RAYMUNDO, M. M. Princípios gerais da pesquisa com animais. Disponível em: <http://www.bioetica.ufrgs.br/animprin.htm>. Acesso em: 26 ago. 2013.
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GOODWIN, F. K. Animal research, animal rights and public health. Conquest, v.181, p.1-10, 1991.
JÚNIOR, O. P., Notas de aula de teoria do conhecimento e filosofia da ciência I: Um Panorama Histórico com Olhar Contemporâneo; Caderno de ensino, 2010. Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/df/opessoa/TCFC1-10-Cap08.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2013.

LEITÃO, Geuza. A voz dos sem voz, direito dos animais. Fortaleza: INESP, 2002.

PAIXÃO, R. L. Bioética e Medicina Veterinária. Revista CFMV, v.23, p. 20-26, 2001.

REGIS AH, CORNELLI G. Experimentação animal: panorama histórico e perspectivas. 2 ed. Revista Bioética, 20, número ou fascículo, 232-43, 2012.

REZENDE. A. H.; PELUZIO. M.G. C.; SABARENSE. C.M.; Experimentação animal: ética e legislação brasileira. Rev. Nutr. vol.21 no.2 Campinas, 2008.

RUSSELL, W.M.S. AND BURCH, R.L., The Principles of Humane Experimental Technique. Methuen, London, 1959.

SENADO FERDERAL (1934) Decreto n. 24.645 – de 10 de julho de 1934, Estabelece medidas de proteção aos animais Rio de Janeiro, 10 de julho de 1934, 113º da Independência e 46º da República.
SCHNAIDER TB, Souza C - Aspectos Éticos da Experimentação Animal. Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 53, Nº 2, Março - Abril, 2003


WILMUT, I.; SCHINIEKE, A. E.; McWHIR, J.et al. Viable offspring derived from fetal and adult mammalian cells. Nature, v.385, p.810-813, 1997.

FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO - ESTUDO DIRIGIDO

1.  Defina espermatogênese e cite seus 3 principais componentes.

            É um processo que as células tronco masculinas se desenvolvem em espermatozóides e ocorre nos túbulos seminíferos testiculares. Ocorre através de um processo longo e sincroniza em que as células troncas diploides na base dos túbulos seminíferos, as espermatogônias, passam a se dividir por mitose com intuito de manter seus próprios números e para produzir através de ciclos uma progênie com divisões meióticas e diferenciadas em espermátides haploides. Estas que passam a ser liberadas posteriormente como espermatozóides. Os principais eventos são caracterizados em: espermatocitogênese, meiose e espermiogênese.

2.  Descreva as funções das células de Sertoli e das células de Leydig

            Com função de fornecer um ambiente propicio as células de Sertoli possui diversas funções como o controle da maturação e da migração das células germinativas; através da síntese de proteínas e esteroides que estão envolvidos no controle da passagem das secreções entre compartimentos tubulares e intersticiais, formam a barreira hemato-testicular, converte testosterona em estrogênios e possuem receptores de FSH, esses receptores apresentam importância para a conclusão da meiose de células germinativas. As células de Leydig secretam testosterona que é essencial no desenvolvi mento e manutenção da espermatogênese através do estímulo do hormônio LH.

3.  O que é um ciclo espermatogênico?

            Pode ser caracterizada como a associação uma associação celular definida que sofrem divisões até serem liberadas como espermatozoides. A espermatogônia preparada para sua primeira divisão sincronizada é encontrada como espermatócito pré leptotênicos, espermatócitos paquitênicos, espermátides arredondadas jovens e espermátides, uma serie de associações celulares diferentes ocorre ate que o ciclo conhecido como ciclo espermatogênico ou ciclo do epitélio seminífero tenha se completado e a associação original reaparecido, mas sendo cada célula uma nova geração. O ciclo deve ser repetido quatro vezes a partir da primeira divisão sincronizada de uma espermatogônia para a liberação do espermatozoide derivado desta. A quantidade de associações celulares e túbulos contendo essas associações diferem entre as espécies.

4.  Descreva os principais hormônios e a forma como eles interagem para garantir a produção adequada de espermatozóides.

            A manutenção da espermatogênese e desencadeada pelo Testosterona, LH (hormônio luteinizante) e FSH ( hormônio folículo estimulante) sendo os dois últimos  produzidos pela adeno-hipófise. O LH estimula as células de Leydig através da produção de monofosfato cíclico de adenosina responsável por iniciar a produção de testosterona, o LH, que estimula as células de Leydig submetendo-as a hiper ou hipotrofia. Esse mecanismo tem por função a regulação da produção da testosterona. O FSH estimula através de receptores de membrana as células de Sertoli. A partir daí são produzzidas receptores de membrana com sítios de ligação para os hormônios androgênicos, convertem testosterona em estrogênio e diidotestosterona, a estimulação de espermatocitogênese, a conclusão da liberação de espermatozóides e a secreção de inibina, é a inibina que age através de feedback negativo sobre a secreção de FSH.

5.  Quais as principais funções da testosterona?

            Iniciar e manter a espermatogênese, esse hormônio esta ligado ao desenvolvimento e atividade secretoras de glândulas acessórias, da sustentação a libido e das características corpórea ao sexo masculino.

6.  Discorra sobre o mecanismo fisiológico  responsável  pelo  início  da puberdade em  machos.

            O sistema reprodutivo dos machos é regulado pelo hipotálamo, ligado através do hormônio à hipófise anterior que por sua vez se liga aos testículos via hormônio luteinizante e hormônio folículo estimulante.  A hipófise, as gônadas e os tecidos alvos dependentes de esteroides são capazes de responder a estímulos hormonais antes da puberdade, portanto esta glândula tem importância fundamental na iniciação da puberdade. Parece ser um processo contínuo de alterações endócrinas com inicio logo após o nascimento. A puberdade pode estar relacionada quando o complexo hipotalâmico-hipofisário do animal torna-se dessensibilizado a inibição do feedback dos esteroides gonadais. Essa dessensibilização aparentemente permitiria uma descarga de aumentada de GnRH. Porém o fator que possa influenciar na maturação do animal venha ser o consumo de energia e a estação do nascimento. Em humanos o eixo hipotalâmico hipofisário gonadal se diferencia durante a vida fetal e na infância é suprimido e reativado na puberdade após quase uma década de baixa atividade. Esse sistema é mediado pela supressão da síntese e secreção pulsátil hormônio GnRH. O estímulo pulsátil progressivo da hipófise pelo GnRH e das gônadas pelo FSH e LH é necessário para a iniciação da progressão da puberdade. Acredita-se que nos animais esse mecanismo funcione de forma semelhante.

7.  Em relação à reprodução das fêmeas, discorra sobre os principais hormônios  do  eixo  hipotalâmico-hipofisário,  destacando  todas  suas inter-relações.

            A atividade gonadal é controlada pelo hipotálamo e da glândula hipofisária anterior. A adenohipófise produz hormônios protéicos importantes no controle da reprodução, hormônio folículo estimulantes (FSH) hormônio luteinizante (LH) e a prolactina, ainda produzem outros hormônios como o hormônio do crescimento (GH) O LH e o FSH são hormônios sinérgicos no desenvolvimento das ovulações dos folículos ovarianos, o FSH desempenha um papel importante durante o crescimento dos folículos ovarianos e o LH desempenha um papel dominante durante os estágios finais da maturação dos folículos através da ovulação. O GnRH é o hormônio responsável por liberar  a gonadotrofina e posteriormente causar a liberação dos hormônios FSH e LH, que vão atuar estimulando os ovários. A ocitocina é outro hormônio liberado pelo neuro-hipófise de importância para a reprodução pois tem a função de promover as contrações musculares uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação.

8.  Conceitue Puberdade em fêmeas e explique quais mecanismos fisiológicos são responsáveis por desencadeá-lo.

            Esse termo é utilizado para definir o início da vida reprodutiva. Para a fêmea embora o início da atividade sexual seja frequentemente empregado como início da puberdade a definição mais precisa é a época da primeira ovulação, para todas as espécies, existe uma época e uma condição crítica onde a obtenção de um certo tamanho para que a puberdade seja iniciada. Geralmente refere-se ao peso corpóreo numa proporção de cerca de 275kg em bovinos e 40kg em ovinos. Um dos conceitos fundamentais do início da puberdade envolve um aumento na síntese de liberação do hormônio liberador da gonadotrofina (GnRH) pelo hipotálamo que faz uma orientação na secreção de forma pulsátil da Gonadotrofina e o crescimento do folículo. Antes da puberdade a secreção de GnRH e Gonadotrofina é mantida em xeque pois o hipotálamo é altamente sensível  a inibição do feedback negativo pelos estrógenos. Algumas explicações sobre a puberdade em ovelhas são obtidas pela hipótese da maturação do hipotálamo em tornar-se menos sensível ao feedback negativo pelo estrógeno. O desenvolvimento o folículo ovariano pode ser estimulado com a administração do de gonadotrofina demonstrando que o inicio da puberdade não é retardada pela falta de respostas gonadais pré-púberes. Alterações no fotoperíodo são importantes para que as ovelhas entrem na puberdade. Estudos tem demonstrado que as fêmeas devem ficar expostas a luz do dia no período do desenvolvimento pré-púbere, pode ser um período curto quanto uma a duas semanas. Com o crescimento e exposição ao fotoperíodo apropriados a secreção de gonadotrofinas em ovelhas prova o crescimento significante do folículo. Este crescimento é mantido devido a dessensibilidade do hipotálamo ao estrógeno produzido por folículos em crescimento. O primeiro evento endócrino da puberdade de uma ovelha é manifestado de uma onda do tipo pré ovulatória de gonadotrofinas produzidas provavelmente por folículos em desenvolvimento. A onda de gonadotrofina resulta na formação de uma estrutura lútea através da luteinização de um ou mais folículos com vida curta. Após a morte desta estrutura lútea inicial ocorre uma nova onda de gonadotrofina levando a ovulação e a formação de outro corpo lúteo que geralmente possui um período de vida maior caracterizando a atividade ovariana cíclica iniciada no animal.

9.  Defina Ciclo Estral e discorra sobre suas fases nas diferentes espécies animais

            É o período de tempo compreendido entre o inicio do estro e a nova ocorrência de estro.
Cadela, ocorre 2 a 3 meses após atingir o tamanho adulto que varia entre as reaças e idade de 6 a 12 meses. É caracterizado por um período de inatividade ovariana (anestro) incomumente longo, que não está relacionado com o fotoperíodo ou a nutrição, pode ser considerada como monoéstrica com cilos comum em qualquer época do ano. O proestro e o estro têm, cada um, 7 a 10 dias de duração e o diestro é prolongado, durante 70 a 80 dias. A onda de LH ocorre ao final do proestro, acompanhado pela ovulação em 24 a 48hs. Esses animais podem estar sexualmente atrativos durante o proestro, mas só ira apresentar receptividade sexual após a onda de LH. A secreção de progesterona, subsequentemente, é essencial à receptividade, mesmo com o declínio dos níveis de estrógeno, ela é mantida por 7 a 10 dias. Na ausência de prenhez o corpo lúteo persiste e durante o prolongado diestro, e a progesterona continua a ser produzida por 50 a 80 dias. O endométrio hipertrofia e as glândulas endometriais desenvolvem-se, mesmo que nenhum feto esteja presente. O longo período de domínio da progesterona (longo diestro), associado a um período relativamente longo de regressão do endométrio após a luteólise do CL, predispõe o endométrio a piometra (pus no útero).
Gata
            As gatas nascidas nos meses de primavera e verão atingem a puberdade na estação seguinte ao acasalamento, cerca de 6 a 8 meses de idade. As gatas nascidas no outono ou início do inverno têm sua puberdade atrasada em um ano, até a próxima estação de acasalamento. Se a gata não é coberta não ocorre a ovulação, e não há fase luteínica até o próximo ciclo. Os 8 dias da fase folicular são seguidos, entretanto, por cerca de 8 dias de inatividade ovariana. Se a gata tiver contato coital, mas falhar na concepção, uma fase luteínica prolonga o início do próximo proestro, com um tempo mínimo de 42 dias entre estros. A pseudoprenhez ocorre em gatas se uma fase luteínica ocorrer sem prenhez. O desenvolvimento do útero, glândulas mamarias e abdômen não são tão marcantes quanto na cadela, e a preparação do ninho e a lactação raramente ocorrem. Os sinais de estro na gata incluem aumento na afeição, que pode ser apresentada em relação a qualquer objeto como humanos, perna de mesa. Elas também esfregam seu tórax contra o chão, rolam e vocalizam por prolongados períodos. Diversos cruzamentos podem ser feitos, com intromissão e ejaculação ocupando somente 10 a 15s de cada vez. Um período refratário de perda de receptividade sexual ocorre por 10 a 15 minutos após cada intromissão. Durante a primeira hora de contato podem haver de quatro a cinco intromissões e ejaculações.
Ovelha. Como os cordeiros nascem normalmente entre dezembro e março, o início da puberdade ocorre no outono seguinte, aos 8 ou 9 meses de idade. O ciclo estral na ovelha é mais curto que nos outros animais domésticos devido ao fato da fase antral do crescimento folicular ser cerca de 6 a 7 meses, durante o qual repetidos ciclos estrais são observados na ausência de prenhez. Um proeminente sinal de estro é a agitação da cauda. Também, as fêmeas separadas dos machos por uma barreira, frequentemente assumem uma posição bastante próxima a essa barreira.
Vaca. Raças de vacas pequenas normalmente atingem a puberdade numa idade mais precoce que raças grandes (Jersy, 8 meses; Holstein, 11 meses). Alterações comportamentais associadas ao estro incluem inquietação, monta ativa, comportamento passivo quando montada, estado de alerta mais pronunciado e diminuição do apetite. Ao mesmo tempo decresce a produção de leite, há descarga de muco da vulva e são notados hiperemia e relaxamento vulvar. A maior parte dos animais domésticos ovula próximo do final do estro, mas a vaca ovula 12 a l4hs após o estro. A inseminação artificial de maior sucesso ocorre quando é efetuada cerca de 12hs após início do estro. Na vaca, portanto, a inseminação precede a ovulação e a ótima fertilização está associada à expectativa de vida do espermatozóide e do óvulo e à capacitação. Capacitação esta relacionada a uma modificação do espermatozóide ejaculado ou inseminado no interior do trato reprodutivo feminino, habilitando o espermatozóide a fertilizar o oócito. A vida fértil para o espermatozóide bovino é de 30 a 48hs e para o óvulo bovino (após a ovulação) é de 20 a 24hs.
Égua. O inicio da puberdade ocorre durante a estação de monta seguinte ao nascimento. Se o intervalo entre o nascimento e a subsequente estação de monta é curto, a puberdade pode ser retardada por 12 meses. Uma grande variação de idades para a puberdade é vista na égua, esta variação oscila de 12 a 18 meses. A transição do anestro de inverno para o estro no final do inverno ou início da primavera é frequentemente errática, onde os folículos se desenvolvem, mas não ovulam. Isto resulta em prolongados períodos de estro. Após a primeira ovulação o comprimento do ciclo estabiliza, e a duração do estro é de 5-6 dias. A ovulação ocorre 24hs antes do final do estro. Os sinais de estro na égua são a evolução da cauda, posicionamento com os membros posteriores afastados, ancoradamente, micção, e ereção rítmica do clitóris.
Cabra. Os fenômenos externos do cio, ao contrário da ovelha, são normalmente bem acentuados. Os animais são impacientes, apresentam um balido que chama a atenção; outros animais são farejados e tentam o acasalamento. Na cabra, um sinal seguro do cio é representado, também, pelo reflexo da permissão ao bode. A duração do cio é de cerca de 20 - 36hs. A ovulação ocorre geralmente no final do cio. O número de folículos em amadurecimento na cabra varia entre 1 -7.

10.   Descreva os principais sintomas de estro/cio.

            Característico da espécie, entretanto todas aceitam a monta pelo macho nesse período. Vacas assumirão uma postura quadrupedal para serem montadas por outras vacas, bem como montam umas nas outras companheiras do rebanho. Outros sinais de estro são atividades aumentadas mugidos e expulsão de muco vaginal de cor clara. As ovelhas no estro exibem menos manifestação, porém procuram o macho para copula. A égua no estro assumira na presença do garanhão uma posição de lordose onde os membros posteriores estarão afastados a pelve inclinada e a cauda desviada. Além disso, a égua no estro é importunada pelo macho, everte o clitóris e elimina pequenas porções de urina. A leitoa assume uma estação rígida com orelhas eretas. A gata vocaliza muito e exibe lordose em resposta a toque no flanco e exibem pedaladas ou extensões curtas de e rápida do membro posterior. A cadela atrairá os cães que estiverem disponíveis e eliminara descargas sanguinolentas da vulva edemaciada e exibirá lordose em resposta ao macho. A estimulação tátil pelo macho, tal como mordeduras pelos garanhões e repouso do queixo sobre a base da cauda de touros, desperta o comportamento do estro. Os ferormônios são substâncias voláteis liberadas e percebidas pelo sistema olfatório do sexo oposto, estimulam o comportamento sexual. O varrão emite ferormônios da bolsa prepucial e na saliva que são metabolitos androgênicos.

11. Em relação à Glândula  Mamária:  a)  Qual  é  a  unidade  funcional básica  da  Glândula  Mamária  em  lactação?;  b) Em que local estão localizadas as células mioepiteliais e qual é sua função?
            A unidade funcional das glândulas mamárias é denominada de alvéolos ou ácinos. Estes alvéolos encontram-se circundados por células mioepiteliais contráteis que estão envolvidas no reflexo de ejeção do leite, estas células mioepiteliais também estão localizadas ao longo dos ductos.

12. Defina e discorra  sobre  os  eventos  fisiológicos  relacionados  à Mamogênese.

            Mamogênese é a fase de desenvolvimento da glândula mamária. Inicia com a puberdade e termina com o climatério ou com a castração. O crescimento da glândula mamária (mamogênese) ocorre durante vários estágios reprodutivos, desde o período pré-natal até o inicio da lactação. O desenvolvimento do aparelho mamário desde o nascimento até a puberdade e relativamente pequeno. A taxa de crescimento mamário é compatível com a taxa de crescimento corporal (isométrico) até o início da atividade ovariana que precede a puberdade. O aumento do tamanho é consequência do aumento do tecido conjuntivo e gordura. Antes do primeiro ciclo estral, o parênquima mamário bovino cresce muito rápido, onde essa velocidade de crescimento é referida como crescimento alométrico. Esse crescimento mamário rápido prossegue por vários ciclos estrais e então retorna a um padrão isométrico até a concepção e continua, na maioria das espécies, após parto por períodos variáveis de tempo. Durante cada ciclo estral recorrente, a glândula mamaria passa a ser estimulada pelo estrogênio proveniente do ovário e pela prolactina e somatotropina oriundas da adenipofise (hipófise anterior). O crescimento envolve sobretudo, prolongamento e ramificação dos ductos. Em espécies que tem a fase lútea funcional, exerce efeito sinérgico com o estrogênio, a prolactina e a somatotopina estimulam o crescimento e a diferenciação dos ductos mamários em um sistema lóbulo alveolares, onde a maior parte do crescimento ocorre durante a gestação. Na maioria das espécies, a cessação da sucção e do aleitamento por parte do lactente rapidamente estimula a involução mamária, o que caracteriza pela redução no número de células epiteliais mamárias, e também na intensidade de atividade secretora, onde enzimas lisossômicas são liberadas e ocorre lise, as células podem entrar em apoptose e os espaços pelos alvéolos em degeneração podem ser ocupado por tecido adiposo. A extensão da degeneração alveolar é controlada. Alterações na intensidade da alimentação (sobretudo na densidade de nutrientes) podem interferir na secreção de um ou mais hormônios, tais como somatropina e corticoesteroides, que regulam o crescimento e a diferenciação da glândula mamária durante os estágios do desenvolvimento dependentes de hormônios (próximos à puberdade ate o final da lactação) sendo assim um regime nutricional com períodos de tempo determinado e controlados destinado ao crescimento de novilhas antes do primeiro parto pode interferir significativamente no desenvolvimento mamário. Intensidade de alimentação excessiva (superalimentação) ou restrita (subalimentação) imposta durante qualquer estagio de crescimento sensível a hormônio (incluindo a pré-puberdade) provavelmente exerce efeitos adversos sobre o desenvolvimento mamário normal e a subsequente lactação.

13. Defina e discorra  sobre  os  eventos  fisiológicos  relacionados  à Galactopoese.

            A galactopoese é a fase de produção ou elaboração do leite pelas glândulas mamárias. A manutenção da lactação requer sustentação do número de células alveolares, atividade de síntese por parte da célula e eficácia do reflexo de ejeção do leite. A lactação e a gestação exercem pouco efeito sobre a produção de leite e sobre o numero de células mamárias. A hipófise e seus hormônios são integradores importantes da secreção do leite. Embora haja variações entre as espécies. Os hormônios tireoideos influenciam a síntese de leite bem como a intensidade e a duração da secreção de leite. A administração de hormônio paratireoideos estimula a produção de leite e aumenta a concentração de cálcio plasmático. O ACTH vai atuar na função direta na lactação exercendo efeitos sobre o número de células mamárias e a atividade metabólica.  A produção aumentada do leite pode ser mantida pelo emprego contínuo de somatotropina bovina, derivada da hipófise. Um estado hormonal controla a lactação, mas, a menos que haja remoção frequente do leite da glândula mamária, a síntese de leite não ira prosseguir apesar de um estado hormonal adequado. Portanto a síntese de leite e a remoção de leite, constituem processos fisiológicos fundamentais para persistência da lactação. A ingestão de água e substâncias nutricionais exerce grande função sobre a taxa de secreção de leite ambos os processos são regulados pelo hipotálamo. O sistema nervoso na lactação está associado ao reflexo de ejeção do leite que é subsequente sob a remoção do leite. Por exemplo, se o aleitamento cessou, a síntese de leite é interrompida e as células secretoras do úbere são perdidas ou sofrem involução.

14. Que alteração metabólica ocorre com o início da lactação?

            O aumento considerável na ingestão de alimentos e água acompanhada de hipertrofia do trato digestivo para permitir a absorção mais rápida dos nutrientes. Há também hipertrofia da glândula mamaria, do fígado e do coração. Numerosos tecidos são envolvidos na absorção e na mobilização de nutrientes para satisfazer as exigências metabólicas da lactação. Esse equilíbrio metabólico entre nutrientes na glândula mamária e no corpo é regulado, sobretudo pelo sistema nervoso central por intermédio de hormônios, neuropeptídeos e neurotransmissores.

15. Cite as organelas presentes na célula epitelial mamária e descreva a função que  cada uma  desempenha em relação à  síntese  e secreção do leite.


             As células epiteliais mamárias são altamente diferenciadas. Precursores provenientes do sangue são absorvidos para as células pelas membranas basais e laterais, o leite é expelido através da membrana apical para o lúmen. As células do epitélio mamário são células secretoras características que possuem retículo endoplasmático rugoso, são modificadas no aparelho de golgi, onde a maioria dos constituintes não gordurosas do leite é adicionada. Vesículas secretoras originam-se do aparelho de golgi e com função de transportar componentes do leite até a superfície da célula. Ocorrem glicólise, síntese de ácidos graxos e ativação de aminoácidos no citosol. Transferência de energia de substratos oxidáveis para o ATP ocorre nas mitocôndrias. O citrato e moléculas utilizadas na síntese de aminoácidos não essências, são também sintetizados na mitocôndria. Os lisossomos contêm enzimas hidrolíticas e desempenham um papel importante na destruição celular durante a involução no final da lactação.

REFERÊNCIAS

CUNNINGHAM, J.G.: Tratado de Fisiologia Veterinária, Terceira Edição, Editora Guanabara Koogan, 1993. 454p.
HORST E. K; HANS. G. L. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido, Cap. 8, - 4ª edição, Editora Artmed,. p. 81-101, 2011.