segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

BRUCELOSE BOVINA



1.      Brucelose bovina

CONCEITUAÇÃO:
A brucelose é uma doença infecto-contagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella. Produz infecção característica nos animais, podendo infectar o homem. Sendo uma zoonose de distribuição universal, acarreta problemas sanitários importantes e prejuízos econômicos vultosos. As principais manifestações nos animais – como abortos, nascimentos prematuros, esterilidade e baixa produção de leite – contribuem para uma considerável baixa na produção de alimentos. No homem, a sua manifestação clínica é responsável por incapacidade parcial ou total para o trabalho.
Características da doença;
distribuição geográfica e prevalência;
Estudos mostram que a brucelose bovina parece estar disseminada por todo o território brasileiro, com maior ou menor prevalência dependendo da região estudada. Em 1975, foram verificadas as seguintes prevalências em animais, por regiões: Sul, 4%; Sudeste, 7,5%; Centro-Oeste, 6,8%; Nordeste, 2,5% e Norte, 4,1%. Posteriormente, alguns Estados realizaram estudos sorológicos por amostragem, os quais não evidenciaram grandes alterações em relação aos índices nacionais verificados em 1975. No Rio Grande do Sul, a prevalência decresceu de 2%, em 1975, para 0,3%, em 1986. Em Santa Catarina, passou de 0,2%, em 1975, para 0,6%, em 1996. No Mato Grosso do Sul, a prevalência estimada em 1998 foi de 6,3%, semelhante à de 1975 no antigo Estado do Mato Grosso. Em Minas Gerais, passou de 7,6%, em 1975, para 6,7%, em 1980. No Paraná, a prevalência estimada em 1975 foi de 9,6%, passando para 4,6% em 1989. Os dados oficiais, publicados no Boletim de Defesa Sanitária Animal, mostram que a prevalência de animais positivos no Brasil manteve-se entre 4% e 5% no período entre 1988 e 1998.
Apesar dos poucos estudos realizados visando à identificação das biovariedades de Brucella isoladas de bovídeos no Brasil, já foram identificadas B. abortus biovares 1, 2 e 3 e B. suis biovar 1. Além dessas espécies, de igual modo já foram identificadas B. canis e B. ovis infectando animais domésticos. Até o presente momento, a B. melitensis, principal agente etiológico da brucelose caprina, não foi identificada no Brasil.
importância e conseqüências econômicas e sociais.
Nos bovinos e bubalinos, a brucelose acomete, de modo especial, o trato reprodutivo, gerando perdas diretas devido, principalmente, a abortos, baixos índices reprodutivos, aumento do intervalo entre partos, diminuição da produção de leite, morte de bezerros e interrupção de linhagens genéticas. As propriedades onde a doença está presente têm o valor comercial de seus animais depreciado; as regiões onde a doença é endêmica encontram-se em posição desvantajosa na disputa de novos mercados. Estimativas mostram ser a brucelose responsável pela diminuição de 25% na produção de leite e de carne e pela redução de 15% na produção de bezerros. Mostram ainda que, em cada cinco vacas infectadas, uma aborta ou torna-se permanentemente estéril.
Dentro das perdas indiretas, deve-se salientar as que resultam em infecções humanas. Na maioria das vezes, quando a enfermidade não é tratada na fase aguda, o curso crônico da doença no homem produz perdas econômicas de vulto. Essas perdas estão relacionadas com os custos do diagnóstico e tratamento, muitas vezes requerendo internações prolongadas. Além disso, não deve ser esquecido o custo do período decorrente da ausência ao trabalho. No Brasil, não existem estudos concretos sobre os prejuízos econômicos ocasionados pela brucelose bovina ou bubalina.
ETIOLOGIA:
Dentro do gênero Brucella, são descritas seis espécies independentes, cada uma com seu hospedeiro preferencial: Brucella abortus (bovinos e bubalinos), Brucella melitensis (caprinos e ovinos), Brucella suis (suínos), Brucella ovis (ovinos), Brucella canis (cães) e Brucella neotomae (rato do deserto). Duas novas espécies, recentemente isoladas de mamíferos marinhos estão sendo estudadas.
As três espécies principais, também denominadas clássicas, são subdivididas em biovariedades ou biovares: B. abortus – 7 biovares; B. melitensis – 3 biovares; B. suis – 5 biovares
Características morfológicas do agente:
As bactérias do gênero Brucella são parasitas intracelulares facultativos, com morfologia de cocobacilos Gram-negativos, imóveis; podem apresentar-se em cultivos primários com morfologia colonial lisa ou rugosa (rugosa estrita ou mucóide). Essa morfologia está diretamente associada à composição bioquímica do lipopolissacarídeo da parede celular, e para algumas espécies tem relação com a virulência. B. abortus, B. melitensis e B. suis normalmente apresentam uma morfologia de colônia do tipo lisa; quando evoluem para formas rugosas ou mucóides, deixam de ser patogênicas. Já as espécies B. ovis e B. canis apresentam uma morfologia de colônia permanentemente do tipo rugosa ou mucóide.
HOSPEDEIRO:
Suscetibilidade em função das características peculiares de espécie e diferentes grupos de indivíduos.
PATOGENIA:
a)      Porta de entrada principal;- Destino seguido pelo agente desde a porta de entrada até o(s) ou tecido(s) de eleição;
No animal infectado, as localizações de maior freqüência do agente são: linfonodos, baço, fígado, aparelho reprodutor masculino, útero e úbere. As vias de eliminação são representadas pelos fluidos e anexos fetais – eliminados no parto ou no abortamento e durante todo o puerpério –, leite e sêmen. A principal fonte de infecção é representada pela vaca prenhe, que elimina grandes quantidades do agente por ocasião do aborto ou parto e em todo o período puerperal (até, aproximadamente, 30 dias após o parto), contaminando pastagens, água, alimentos e fômites. Essas bactérias podem permanecer viáveis no meio ambiente por longos períodos, dependendo das condições de umidade, temperatura e sombreamento, ampliando de forma significativa a chance de o agente entrar em contato e infectar um novo indivíduo suscetível.
A porta de entrada mais importante é o trato digestivo, sendo que a infecção se inicia quando um animal suscetível ingere água e alimentos contaminados ou pelo hábito de lamber as crias recém nascidas. Uma vaca pode adquirir a doença apenas por cheirar fetos abortados, pois a bactéria também pode entrar pelas mucosas do nariz e dos olhos.
A transmissão pelo coito parece não ser de grande importância entre bovinos e bubalinos. Na monta natural, o sêmen é depositado na vagina, onde há defesas inespecíficas que dificultam o processo de infecção. Entretanto, um touro infectado não pode ser utilizado como doador de sêmen; isso porque, na inseminação artificial, o sêmen é introduzido diretamente no útero, permitindo infecção da fêmea com pequenas quantidades do agente, sendo por isso importante via de transmissão e eficiente forma de difusão da enfermidade nos plantéis.
A transferência de embriões – realizada segundo os protocolos internacionalmente preconizados de lavagem e tratamento para a redução da transmissão de agentes infecciosos –, não apresenta risco de transmissão de brucelose entre doadoras infectadas e receptoras livres da doença.
Fêmeas nascidas de vacas brucélicas podem infectar-se no útero, durante ou logo após o parto. Quando infectadas, essas fêmeas em geral abortam na primeira prenhez, e só apresentam resultados positivos para os testes sorológicos no decorrer da gestação. Esse fenômeno ocorre em freqüência baixa, porém, apesar de não impedir o avanço dos programas de controle e erradicação, invariavelmente acarreta considerável retardo na obtenção de bons resultados deles.
Várias espécies domésticas ou silvestres são suscetíveis à infecção por B. abortus, entretanto, são consideradas como hospedeiros finais da infecção, pois não transmitem o agente novamente aos bovinos. Entre aquelas espécies em condições de ter alguma importância na epidemiologia da brucelose bovina, podem ser citados: os eqüídeos, que podem apresentar lesões articulares abertas, principalmente de cernelha; os cães, que podem abortar pela infecção; e os saprófagos, pela possibilidade de levar restos de placenta ou feto de um lugar para outro.
A principal forma de entrada da brucelose em uma propriedade é a introdução de animais infectados. Quanto maior a freqüência de introdução de animais, maior o risco de entrada da doença no rebanho. Por essa razão, deve-se evitar introduzir animais cuja condição sanitária é desconhecida. O ideal é que esses animais procedam de rebanhos livres ou, então, que sejam submetidos à rotina diagnóstica que lhes garanta a condição de não infectados.
b)      Tempo necessário para que o agente, uma vez no organismo do hospedeiro, desenvolva sua ação (período de incubação);
O tempo transcorrido entre a exposição ao agente infeccioso e o aparecimento dos sintomas visíveis é o que se define como período de incubação. No caso da brucelose, esse período pode ser de poucas semanas e até mesmo de meses ou anos. Considerando-se o momento em que ocorre a infecção, o período de incubação é inversamente proporcional ao tempo de gestação, ou seja, quanto mais adiantada a gestação, menor será o período de incubação.
c)      Alterações estruturais que imprime aos órgãos ou tecidos de eleição (Lesões);
Os animais infectados apresentam uma placentite necrótica, sendo comum a retenção de placenta. Após o primeiro aborto, são mais freqüentes a presença de natimortos e o nascimento de bezerros fracos. O feto geralmente é abortado 24 a 72 horas depois de sua morte, sendo comum sua autólise. Não há nenhuma lesão patognomônica da brucelose no feto abortado, mas, com freqüência, observa-se broncopneumonia supurativa. Nos machos existe uma fase inflamatória aguda, seguida de cronificação, freqüentemente assintomática. As bactérias podem instalar-se nos testículos, epidídimos e vesículas seminais. Um dos possíveis sinais é a orquite uni ou bilateral, transitória ou permanente com aumento ou diminuição do volume dos testículos. Em outros casos, o testículo pode apresentar um aspecto amolecido e cheio de pus. Lesões articulares também podem ser observadas.
d)     Alterações fisiológicas, que determinam no organismo afetado, decorrentes de funções bloqueadas (Sinais e Sintomas);
Os principais sinais clínicos observados nos animais infectados estão ligados a problemas reprodutivos. O mais frequente é o aborto no terço final da gestação, natimortos e nascimento de bezerros fracos. Frequentemente, há retenção placentária e infertilidade temporária ou permanente. Nos machos, a infecção por B. abortus pode causar orquite com consequente infertilidade por diminuição da qualidade espermática.
Lesões articulares, assim como lesões na glândula mamária também podem ser observadas em casos crônicos da doença. As lesões articulares caracterizam-se por bursite e artrite. Placentite necrótica é a principal lesão encontrada nos animais que abortam. Não há nenhuma lesão patognomônica da doença no feto abortado, porém pleurite fibrinosa, que pode estar associada à broncopneumonia supurativa e pericardite fibrinosa, ocorre com frequência.
e)      Evolução do quadro: duração e curso da doença.
O agente penetra no organismo por via oral ou venérea, se instala na orofaringe, tubo entérico e mucosas. Ocorre uma multiplicação durante duas semanas. Permanece nestes locais ou nos linfonodos regionais. Em duas a quatro semanas do contágio ocorre a bacteremia (presença das bactérias no sangue). O agente pode ser encontrado no interior de neutrófilos e macrófagos, ou livres. O agente liberta-se dos neutrófilos mortos e sofrem fagocitose pelos macrófagos dos órgãos onde se encontram. Dentro do macrófago, ocorre a multiplicação (reticuloendoteliose difusa). O estágio de bacteremia é expresso com elevações da temperatura. As brucelas atingem, sobretudo, os chamados “órgãos e tecidos de predileção” representados pela mama, medula óssea, articulações, bainhas tendinosas, útero, fetos e placenta, epidídimo.
O útero e a mama dos animais gestantes constituem um meio especialmente favorável para a multiplicação das brucelas em razão do aumento de suas atividades fisiológicas e das mudanças relacionadas com a gravidez.
A capacidade de sobreviver dentro de macrófagos facilita a disseminação e a permanência da B. abortus no organismo. O curso da doença vai depender do estágio fisiológico do animal. Animais jovens, antes da puberdade, parecem ser mais resistentes à infecção. Caso o animal não esteja gestante, B. abortus geralmente infecta linfonodos e glândula mamária. Quando o animal se torna gestante, as bactérias atingem o útero, local pelo qual possuem grande tropismo, provocando, dessa forma, o aborto. Na primeira gestação após a infecção, o animal aborta; entretanto, o aborto é muito menos frequente na segunda gestação após infecção e muito raro a partir da terceira gestação após a infecção. Isso se deve ao desenvolvimento de uma resposta imune, principalmente celular, pelos animais, que diminui a área e a intensidade das lesões. Com isso, a manifestação clínica passa a ser a presença de natimortos ou o nascimento de bezerros fracos.
DIAGNÓSTICO:
Epidemiológico:
Baseado nos sinais clínicos de aborto, nascimento de bezerros fracos e esterilidade de fêmeas e machos; dados epidemiológicos baseados na história dos rebanhos; isolamento e identificação do agente etiológico e ainda pela demonstração de anticorpos nos fluídos orgânicos.
Laboratorial: material de escolha; métodos recomendados
A identificação da B. abortus é um processo lento, caro e de alto risco para o laboratorista, pois envolve a manipulação de placentas contaminadas, exsudatos vaginais, sêmen, tecidos de fetos abortados ou leite contaminado, que exige a observação de normas estritas de biossegurança. Apesar disto, a identificação e a caracterização das espécies e biovariedades de Brucella sp. presentes num rebanho ou região, são importantes do ponto de vista da epidemiologia da doença. A detecção de anticorpos no soro ou leite é o meio mais rápido, barato e menos laborioso de diagnóstico e é um indicativo confiável de resposta à exposição a B. abortus.
Diagnóstico bacteriológico: A maioria dos materiais coletados a campo está potencialmente contaminada com microrganismos secundários. Deste modo, é importante que se empreguem meios de cultura seletivos, contendo diversos antibióticos que inibam esta microbiota secundária sem afetar o crescimento de Brucella sp. Os materiais de eleição para a tentativa de isolamento de Brucella sp. são: membranas fetais, feto abortado, leite, swabs vaginais e sêmen. O material coletado pode ser enviado congelado (-20ºC) ao laboratório desde que mantenha a temperatura durante o transporte. No caso de material proveniente de tecidos que não sejam oriundos de aborto, em função do pequeno número de bactérias viáveis, o diagnóstico pode resultar em falso-negativo. Nestes casos, torna-se indicado o uso de meio de enriquecimento suplementado como forma de melhorar a sensibilidade da técnica.
As membranas fetais são ricas em bactérias, especialmente os cotilédones, onde estão presentes bilhões de B. abortus por grama de tecido. O feto abortado pode ser enviado inteiro ao laboratório ou então o seu conteúdo estomacal, pulmão, linfonodo bronquial, baço e fígado, acompanhados do histórico do animal e dos achados de necropsia.
O leite deve ser coletado o mais assepticamente possível, e a amostra deve conter a mistura dos quatro quartos, aproximadamente 20 ml de cada teto. Por meio de swabs vaginais contendo meio de transporte é possível isolar Brucella sp. até seis semanas após o aborto ou parto. O sêmen e o fluído seminal podem ser semeados diretamente nos meios de cultura seletivos.
Diagnóstico sorológico: Testes sorológicos baseiam-se na reação entre antígenos de Brucella sp., células inteiras inativadas ou suas frações purificadas, e anticorpos produzidos em resposta a uma infecção. Anticorpos produzidos por espécies lisas de Brucella (B. abortus, B. melitensis e B. suis) reagem cruzadamente com antígenos preparados com amostras lisas, geralmente B. abortus, e anticorpos produzidos por espécies rugosas de Brucella (B. ovis e B. canis) reagem cruzadamente com antígenos produzidos com amostras rugosas, geralmente B. ovis.
A soroaglutinação tem sido, desde longa data, o principal teste empregado no diagnóstico da brucelose. Este teste, no entanto, apresenta deficiências seja em sensibilidade, seja em especificidade, especialmente em animais que foram vacinados com vacinas elaboradas com amostras lisas. Em alguns casos, a baixa especificidade desta prova é resultante da reatividade cruzada com outras bactérias antigenicamente relacionadas com Brucella sp., principalmente Yersinia enterocolitica do grupo O9. Provas com antígenos acidificados tamponados (rosa de bengala, Card-Test®) têm sido bastante utilizadas como teste de triagem. São provas muito úteis, mas tendem a ser demasiadamente sensíveis, especialmente em animais vacinados com B19, apresentando altas taxas de animais falso-positivos. Animais reagentes nestas provas devem ser confirmados em outros testes. Dentre as provas confirmatórias, a fixação do complemento tem sido considerada como uma das provas que apresenta a melhor sensibilidade e especificidade, sendo por isso considerada como prova definitiva. No entanto, apresenta alguns inconvenientes como o fato de não estar padronizada e, por sua complexidade de execução, estar restrita a laboratórios especializados.
Testes menos sofisticados, mas com os mesmos efeitos tem sido utilizado para diagnostico da brucelose, dentre eles destacam-se o teste do 2-mercaptoetanol (2ME), recomendado no PNCEBT como prova confirmatória aos testes de triagem. Esta prova apresenta seletividade para imunoglobulinas da classe IgG, pois, em função dos radicais tiol do 2-mercaptoetanol, as IgM são destruídas. Por não serem tão afetadas pelo 2-mercaptoetanol e por serem as imunoglobulinas presentes em infecções crônicas, as IgG presentes em um soro significam infecção por B. abortus.
Outra prova de grande utilidade é o teste do anel em leite. Originalmente desenvolvido para testar mistura de leites em latões, ainda é bastante utilizado na detecção de rebanhos infectados. Esse teste tem sofrido modificações para poder ser empregado em leites muito diluídoscomo no caso de tanques de grandes capacidades. É utilizado, especialmente, no monitoramento e na detecção de rebanhos infectados, desde que algumas limitações, como a possibilidade do aparecimento de resultados falso positivos no caso de leites levemente ácidos, provenientes de vacas com mamites ou colostro, sejam observadas. Testes imunoenzimáticos do tipo ELISA de competição que detectam anticorpos no soro, no sangue total e no leite têm demonstrado ser de grande valor diagnóstico, pois apresentam sensibilidade e especificidade altas. Outro teste de alta especificidade e sensibilidade desenvolvido é o teste da polarização fluorescente. Para a realização deste teste, necessita-se de um equipamento de luz polarizada e de reagentes compatíveis. A grande vantagem desta prova é que ela pode ser realizada a campo, e o resultado pode ser obtido em dois minutos.
TRATAMENTO:
Não existe tratamento deve ser adotados procedimentos de eliminação e sacrifício dos animais positivos. Recuperação de forma relativamente rápida após o aborto, possibilidade de concepção e novo aborto ou com o nascimento normal. As endometrites que implicam numa esterilidade de duração variável. Vacinação dos animais jovens com uma vacina viva (amostra B19). Vacina alternativa (RB51) Recria de bezerras livres de brucelose. Vacinar bezerras 3 a 8 meses, a vacina B19 é de reduzida virulência, estável e causa reações mínimas. Protege cerca de 70% dos animais imunizando por aproximadamente 7 anos em uma única dose mas não tem ação curativa. Não vacinar machos.
CADEIA DE TRANSMISSÃO:
a)      fontes de infecção;
A principal fonte de infecção é representada pela vaca prenhe, que elimina grandes quantidades do agente por ocasião do aborto ou parto e em todo o período puerperal (até, aproximadamente, 30 dias após o parto), contaminando pastagens, água, alimentos e fômites. Essas bactérias podem permanecer viáveis no meio ambiente por longos períodos, dependendo das condições de umidade, temperatura e sombreamento, ampliando de forma significativa a chance de o agente entrar em contato e infectar um novo indivíduo suscetível.
b)      vias de eliminação;
As vias de eliminação são representadas pelos fluidos e anexos fetais – eliminados no parto ou no abortamento e durante todo o puerpério, leite e sêmen.
c)      vias de transmissão; portas de entrada, suscetíveis.
No animal infectado, as localizações de maior freqüência do agente são: linfonodos, baço, fígado, aparelho reprodutor masculino, útero e úbere. A porta de entrada mais importante é o trato digestivo, sendo que a infecção se inicia quando um animal suscetível ingere água e alimentos contaminados ou pelo hábito de lamber as crias recém nascidas. Uma vaca pode adquirir a doença apenas por cheirar fetos abortados, pois a bactéria também pode entrar pelas mucosas do nariz e dos olhos. A transmissão pelo coito parece não ser de grande importância entre bovinos e bubalinos. Na monta natural, o sêmen é depositado na vagina, onde há defesas inespecíficas que dificultam o processo de infecção.
PREVENÇÃO:
a)      Medidas relativas às fontes de infecção;
A eliminação das fontes de infecção, feita por meio de uma rotina de testes diagnósticos com sacrifício dos positivos, é a base das ações que visam criar propriedades livres da doença.
b)      Medidas relativas às vias de transmissão;
O controle da brucelose apoia-se basicamente em ações de vacinação massal de fêmeas e diagnóstico e sacrifício dos animais positivos. o controle de trânsito para os animais de reprodução. Programas de desinfecção e utilização de piquetes de parição são iniciativas simples que trazem como resultado a diminuição da quantidade de brucelas vivas presentes no ambiente.

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