terça-feira, 8 de março de 2016

CLASSIFICAÇÃO DOS ANDAMENTOS DOS EQUINOS

Conceitos aplicados

Batida: Som do casco no chão;
Tempo: Número de batidas dos cascos no chão;
Sobrepegada: Quando o membro posterior sobrepõe o anterior;
Ultrapegada: O membro posterior sai na frente do anterior;
Retropegada: Posterior atrás (retropista)
Pistas: Movimentos

Quanto ao apoio:

Dissociado: Membros não batem ao mesmo tempo;
Sincrônico: Os dois bípedes batem juntos e só escutam dois sons;

Quanto ao deslocamento do solo:

Saltado: O animal sai do solo, os quatro membros obrigatoriamente não tocam o solo.
Marchado: Há sempre um membro apoiado no solo;
Deslocamento do bípede: pode ser lateral ou diagonal;
Movimento de Salto dos equinos


Movimentos improgressivos

Empino: levantamento dos membros anteriores com equilíbrio momentâneo nos posteriores;
Coice: Executado com apoio sobre os membros anteriores e projeção de um ou ambos posteriores;
Ostentação: Realizado com mudanças alternadas de apoios

Movimentos progressivos

Salto executado com ou sem impulsão.

Quanto ao andamento:

Naturais: Aqueles que o cavalo realiza naturalmente na locomoção;
Artificiais: Aqueles obtidos no adestramento;

Trote: Andamento em diagonal saltado;

Andadura: Andamento em lateral marchado;

Passo: Intermediário com apoio lateral e diagonal e entre os tem tem o tríplice apoio marchado;

Andadura em trote dos equinos


Marcha: Movimento semicircular dos membros anteriores. É um andamento regular com apoio alternado dos bípedes em lateral e diagonal em movimentos de tríplice apoio intermediário. Em velocidade normal os rastros dos posteriores sobem ou ultrapassam.
A cada passada deverá haver pelo menos um membro apoiado no solo evitando momento de suspensão. A marcha poderá atingir a velocidade de 18km/h sem perder a segurança do passo.
Zootecnicamente a seleção de cavalos marchadores quanto mais os membros se locomovem, melhor é a marcha em termos de sustentação e dinâmica, pois, os extremos indesejáveis do trote e da andadura estão distantes.

Tipos de Marcha

Marcha de centro: O animal marcha deslocando cada membro  seu tempo é a mais pura das marchas sendo a característica ideal para a seleção. Ocorre uma dissociação nos dois bípedes diagonais e laterais dificultando a identificação de um bípede dominante. A marcha de centro é a modalidade que menos exprime a alternância de deslocamento na dinâmica do movimento autêntico dos marchadores. Na verdade a marcha de centro nada mais é do que o passo em velocidade rápida, a sequencia e tipos de apoios são identicos!

Marcha diagonizada: aproxima-se mais do trote (apoio em diagonal). Os apoios diagonais permanecem mais tempo no solo.

Marcha lateralizada: Aproxima-se mais da andadura.

Marcha batida: Maior predomínio nos tempos de bípedes diagonais (elevação e apoio) em relação aos tempo de movimentação dos trípedes. Quanto mais comodo for a marcha batida, maior tende a ser a dissociação entre os membros diagonais, respeitando as condições favoráveis dos aprumos, treinamento e equitação.

Marcha picada: Mecanismo inverso a marcha batida. Quanto maior for a lateralidade, mais próximo o animal estará da andadura, que é considerado um andamento indesejável, pois possui um sincronismo imperfeito entre a movimentação dos bípedes laterais, provocando sobre o assento do cavaleiro diversos tipos de abalos ou atritos verticais laterais e longitudinais.


Galope do cavalo 

sábado, 5 de março de 2016

CRONOLOGIA DENTÁRIA DOS EQUINOS

Os dentes dos equinos são hipsodontes, ou seja dentes de coroa alta. isso é necessário devido a sua alimentação ocorrer durante varias vezes ao dia causando um grande desgaste nesse dente.

Mesa dentária: É formada pelos dentes incisivos inferiores.
Achados auxiliares: São estruturas que auxiliam na conclusão da idade do animal, porém, nem sempre estão presentes em todos os animais. ex. cauda de andorinha.

Os equinos possuem:

2 pinças
2 médios
2 cantos
1 canino (em machos e às vezes em fêmeas)
3 pré-molares
3 Molares


É importante lembrar que esse número de dentes é bilateral e superior e inferior, ou seja, lado direito, esquerdo, superior e inferior.
Representação dos dentes dos equinos
A determinação da idade pelos dentes dos equinos é feita para avaliar a produção de animais que não possuem registros. Saber quando pode colocar esse animal para a cópula e realizar mudanças na alimentação dos potros.

Idade real: é a idade exata do nascimento do animal, exige um registro desse dia.

Idade Aproximada: Elementos secundários, novo ou velho (pelos brancos aparecendo nas ganachas, pregas na comissura labial. As ganachas é mais fina e cortante em animais velhos e mais grossa e arredondada em potros. Animais velhos a cauda também informa com muita precisão a idade aproximada desse animal, a primeira anquilose das vértebras coccígeas aparece com 13 anos, a segunda com 17 anos e a terceira com 20 anos, aproximadamente.

Tipos de dentes

Difisários: Nascem depois caem (muda)
Monofisários: Nascem apenas uma vez (ex. caninos)
São chamados de dentes de leite, caduco ou capas, não se deve arrancar esses dentes pois, esse dente direciona o nascimento do dente que irá nascer.

PERÍODOS DENTÁRIOS



1º Período (nascimento dos dentes)

 +ou- 7 dias: Nascimento das pinças
30 dias: Nascimento dos médios
06 meses: nascimento dos cantos (período de desmame)
Primeiras semanas de vida
10 meses: nivelamento das pinças, médios e cantos.

2º Período (rasamento dos dentes)

1,6 anos: Rasamento das pinças
2 anos: Rasamento dos médios
2,6 anos: Rasamento dos cantos

Rasamento dos dentes caducos
Esse rasamento ocorre pela compressão dos dentes na hora da alimentação e seu desgaste, sua forma fica mais ovalada, e desaparece a cavidade dentária externa

3º Período (muda dos dentes)

2,6 anos: Caem as pinças
3 anos: pinças do tamanho definitivo
3,6 anos: Caem os médios
4 anos: médios do tamanho definitivo
4,6 anos: Caem os cantos
Equino boca cheia
5 anos: cantos do tamanho definitivo

Com 5 anos nos machos, começam a nascer os dentes caninos, ou dente de lobo, que possui um crescimento em torno de 5 a 6 meses. Nessa período o animal é chamado de "Boca cheia" pois todos os seus dentes ja nasceram sendo considerado um animal adulto.

4º Período (rasamento dos dentes definitivos)

6 anos: Rasamento das pinças
7 anos: Rasamento dos médios
8 anos: Rasamento dos cantos
Rasamento dos dentes definitivos


As pinças e os médios apresentam um ponto escuro no centro e um ponto amarelo no canto desses dentes, isso ocorre pelo desgaste dentário e exposição da dentina, o aparecimento dessa estrutura é chamada de "Estrela dentária"
Nesse período também, pode aparecer a "cauda de andorinha" sendo um método auxiliar na identificação.

5º Período (nivelamento dos dentes)

9 anos: Nivelamento das pinças
10 anos: Nivelamento dos médios
11 a 12 anos: Nivelamento dos cantos
Nivelamento dos dentes


Ocorre o nivelamento dos dentes definitivos, aparece um ponto amarelo escuto sem esmalte da mesa dentária que fica nivelada. Aumento da sensibilidade dos dentes devido a exposição nervosa da estrutura.
Super importante é o aparecimento do sulco de Galvayne nos cantos superiores. pode haver o ressurgimento da cauda de andorinha aos 11 anos.


6º Período (triangulação dos dentes)

13 anos: Triangulação das pinças


14 anos: Triangulação dos médios
15-16 anos:Triangulação dos cantos
Sulco de Galvayne atinge o centro do dente.

Triangulação dos dentes
Triangulação: Muda e forma da mesa dentária, pois os dentes são normalmente são comprimidos pela forma da arcada dentária se projetando para frente.

7º Período (biangulação)

17 anos: Biangulação das pinças
18 anos: Biangulação dos médios
19-20 anos: Biangulação dos cantos e sulco de Galvayne atravessa todo o dente.

A partir dos 20 anos os dentes começam a ficar moles e cair.
Os muares atrasam em torno de 1 a 2 anos de idade. 



sexta-feira, 4 de março de 2016

CARACTERÍSTICAS DAS RAÇAS DE EQUINOS

Árabe

Trata-se de uma raça antiga 

Cavalo Árabe
Características:

Pescoço em cisne
Chanfro côncavo
Narinas abertas
Multi aptidão
Apresenta shagyia - (Lenda de ser marca do profeta Maomé)
Provas de resistência


Puro Sangue Lusitano

Características:

Coudelária (local de criação de lusitanos)
Cavalo refinado - Alta escola de equitação muito inteligente!
Chanfro semi-côncavo 
Puro Sangue Lusitano
Crina e cauda cheias
Cavalo de sangue morno

Puro Sangue Inglês

Características:

Animal alto 170-180m
Pescoço piramidal
Peito amplo
Corpo curvilíneo e seco
Puro Sangue Inglês
Chanfro retilíneo
Ossatura fina

Quarto de Milha

Características:

Altura de1,50m
Alta cobertura muscular
Cavalo de explosão
Cabeça pequena
Granachas proeminentes
Cavalo Quarto de Milha
Peito Amplo
Garupa bipartida
Dupla musculatura
Vários tipos de pelagens

Appaloosa

Características:
Mucosas brancas 
Esclera branca 
Cavalo Appaloosa
Cabeça média
Chanfro retilíneo
Cavalgadas curtas

Bretão

Características:

Cavalo mais antigo do mundo
Animal linfático
Cavalo Bretão
1,70-1,80m

Crioulo

Características:
Chanfro semi-convexo
Pescoço largo
Senso de gado
Resistente
Altura de 1,60m
Animal robusto
Cavalo Crioulo
Sangue morno
animais criados soltos
Cauda e crinas volumosas

Campolina 

Características:
Cabeça grande e retangular
Chanfro semi-convexo
Pelagem pampa

Mangalarga Marchador (nacional)

Características:
Cavalo Manga Larga Marchador
Altura de 160m
Tríplice apoio
Pescoço piramidal
Chanfro retilíneo
Admite colorações de pelagem

Pantaneiro

Características:
Cavalo Pantaneiro
Altura de 150m
Resistente ao exttremo
Casco com matéria córnea dupla
Ótimo para apartar gado

Brasileiro de Hipismo

Características:
Stud book aberto
Cavalo Brasileiro de Hipismo
Altura de 180m
Pernas longas
Chanfro retilíneo

domingo, 28 de fevereiro de 2016

ANTICONCEPCIONAL EM CADELAS E GATAS

Sempre fica uma dúvida em relação a segurança desse medicamento para inibir o cio dessas fêmeas. Através deste vídeo você ficará sabendo quais são os principais riscos à saúde dessas fêmeas quando é administrada esse tipo de hormônio. De antemão sabemos que ocorre diversas alterações no trato reprodutivo desses animais, e também, ativam a proliferação de células neoplásicas principalmente porque possuem maiores quantidades de receptores no tecido mamário.
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

MÉTODOS DE ENSILAGEM E FENAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
        O Brasil é um país com grande capacidade de produção de derivados de origem animal, possui uma grande extensão territorial, alta incidência solar e períodos de chuvas relativamente constantes nas diversas regiões que proporcionam ao setor agropecuário, alternativas capazes de driblar falta de alimentos para criação de animais nos períodos de estiagem.  A produção de forragem e sua otimização para a alimentação do rebanho, é uma realidade que tem sido recorrente e importante, ao levar em consideração a estacionalidade dessa produção.  Grande parte dos pecuaristas utiliza o método extensivo de criação, porém, sofrem sérios prejuízos com períodos de estiagem e o fenômeno da safra e entressafra que eleva o valor da compra do alimento nesse período, encarecendo o produto final, perdendo então sua competitividade de mercado (EVANGELISTA, 2004).
        Com o intuito de minimizar esses problemas e, sobretudo fornecer aos animais alimentos durante esse período seco, desenvolveram-se técnicas de estocagem e conservação de forragens. Esse método consiste basicamente em realizar cortes do volumoso na época em que há uma grande disponibilidade de alimento, geralmente na época das chuvas, e armazená-los através da técnica de fenação ou ensilagem, para atravessar o período seco ou de estiagem (CASTRO, 2002).
        A maioria das forragens pode passar pelo processo de ensilagem sem perder suas composições nutritivas, porém, algumas apresentam características ideais para serem utilizadas nesse processo, enquanto que aquelas forragens que possuem teor de matéria seca inferior a 21% e carboidratos solúveis inferiores a 2,2% pode concorrer à perda do alimento processado, haja vista que a fermentação, o apodrecimento do material, desenvolvimento de fungos, podem colocar em risco a qualidade e o valor nutritivo do feno e a integridade do mesmo. (PEREIRA & REIS, 2001).

2. FENAÇÃO
        Sendo considerado um dos melhores recursos para alimentação dos animais em períodos de estiagem e produto de escolha para os pecuaristas que desejam manter a produção de leite quanto de carne em períodos onde a oferta de alimento é escassa e pela facilidade do manejo. Os animais domésticos (Equinos, bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos) particularmente apreciam o alimento, principalmente se este apresentar uma boa qualidade (ANDRADE, 1999). 
vacas leiteiras sendo alimentadas com feno

         O nordeste brasileiro assim como diversas regiões do Brasil, apresentam grande potencial para a produção de feno ao considerar a incidência solar, alta temperatura e baixa umidade relativa dor ar, (exceção feita às regiões litorâneas, Amazônia e também propriedades próximas às grandes barragens ou reservatórios de água, que possui alta umidade Relativa do ar (UR) que pode prejudicar a produção de feno), que constitui alternativas recomendáveis e que pode ser associada a programas de manejo de pastagens visando estocar o excedente de pasto produzido no período das chuvas (PEREIRA & REIS, 2001).

Fardo de feno

        Para manter o bom desenvolvimento dos animais no período seco fornecendo-lhe alimentos desidratados, como o feno, é indispensável que este seja de boa qualidade, porém, sabe-se que as pastagens disponíveis para essa técnica de armazenamento não contém em proporções ideais dos nutrientes necessários e essenciais capazes de suprir todos os requisitos nutricionais dos animais. Desta maneira é indispensável que o planejamento da fenação esteja embasado, principalmente, na qualidade da forragem que se deseja aplicar à técnica de fenação, esta, necessariamente precisa ter um alto valor nutritivo no período de chuvas/verão para posteriormente os animais usufruírem deste recurso alimentício durante o período seco que possui menor disponibilidade de forragens e consumir um feno de valor nutritivo equiparável à forragem de origem (EVANGELISTA et al, 2004).
Corte mecanizado da forragem
        Por ser uma técnica versátil, a fenação ou conservação de forragens na forma de feno, tem se destacado por apresentar diversas vantagens, dentre as quais as pequenas alterações no seu valor nutritivo e por existir uma diversificada quantidade de espécies de forrageiras que podem ser utilizadas para esse princípio. Essa técnica pode ser utilizada por qualquer produtor e pode ser efetuada em grande ou pequena escala, dependendo da capacidade de produção da forrageira no período de chuvas e de seu armazenamento, pode ser fornecido aos animais de forma mecanizada ou não, dependendo da necessidade de cada propriedade.  O manejo correto das pastagens permite aproveitar os períodos em que as forrageiras estão em crescimento acelerado e realizar a fenação. As forragens indicadas para esse processo são as gramíneas que possuem uma produtividade relativamente elevada, alta qualidade nutritiva, e por apresentar características como área foliar grande, bem como maior número de folhas por planta e colmos finos que possibilita uma secagem uniforme. Devem apresentar resistência aos cortes, manejo facilitado para sua colheita e plantação. As espécies mais utilizadas são representadas pelo, Tifton, “coast-cross”, Gramão e também a área foliar da mandioca tem sido amplamente empregada na produção de feno entre outras.
Fenos em fardos

        O princípio básico desta técnica é a conservação do valor nutritivo da forragem e também a sua palatabilidade, através da interferência na atividade respiratória, por meio da rápida desidratação da forragem e dos micro-organismos que ali residem. A secagem e o armazenamento associada às condições climáticas são fatores que influenciam diretamente na qualidade do feno produzido (ANDRADE, 1999).   
        Cavalcante (2004), elabora algumas regras básicas para realizar a fenação, alguns passos de suma importância que vão desde a escolha da espécie até o seu armazenamento, que influencia na qualidade do produto. Segundo a autora a escolha da espécie, deve estar relacionada à sua produtividade, qualidade e quantidade de nutrientes da planta, sua resistência aos cortes mecânicos ou manuais. Cita ainda o preparo do terreno para produção do feno, que se recomenda a destinação de uma determinada área somente para a produção do feno, ou ainda ao final das chuvas fazer cortes daquelas forragens que apresentam excedentes com o auxílio de roçadeiras.
Corte manual do feno

        O ponto de corte sem dúvida é um requisito importante para manter a planta com vida, e conhecer a altura dos cortes de cada espécie pode evitar desperdício da forrageira que poderia ser colhida e também mantê-las vivas. Os capins de crescimento prostrado como Brachiaria, Cynodon, Digitaria, podem receber cortes a uma altura de 10 a 15 cm, plantas de crescimento ereto como Avena, Hyparrhenia, Panicum essa altura do corte varia em torno de 20 a 30 cm. As leguminosas, como a alfafa, utiliza-se 8 a 10 cm do nível do solo, visto que o segredo do corte dessa leguminosa é preservar a coroa desta planta (REIS, 2001).
        Recomenda-se a realização dos cortes pela manhã, após a secagem do orvalho, para que a forragem murche o mais rápido possível, e perca seu teor de umidade em um menor período de tempo. Há diversos mecanismos para realização do corte, pode ser de forma manual ou mecânica, a forma manual é recomendada desde que a quantidade de feno seja pequena, e poderá ser realizado com roçadeira costal motorizada, alfanje, ou motossegadeira manual. A forma mecânica de fenação é indicada para produção em quantidades grandes de feno, para isso usa-se a segadeira que realiza o corte da forrageira e o espalhar. A enleiragem é geralmente feita com ancinho. O processo de secagem também pode ser realizado de duas formas, a artesanal e a mecanizada, as forragens quando cortadas apresentam um teor de umidade de 75 a 85% que ao final de todo o processo esse índice deve diminuir para níveis inferiores a 20%. A uniformização da secagem e aceleração do processo pode ser realizada com a viragem da forragem cortada pelo menos duas vezes ao dia, o método artesanal utilizado para este processo é realizado com o auxílio de um garfo ou alguma ferramenta semelhante que produza o mesmo resultado.
        A forma mecanizada de secagem, o ancinho é utilizado na viragem da forragem, enleira-se a forragem que apresenta baixa umidade, e no dia seguinte após a evaporação do orvalho novamente realiza a viragem dessas leiras, tendo o cuidado de mantê-las sempre frouxas para permitir a circulação de ar em seu interior, e consequentemente melhor perda de umidade.
        Considera-se que o feno está no seu ponto ideal quando não há mais umidade nos entrenós dos caules das forragens. Alguns testes podem ser realizados apertando essas regiões dos entrenós e torcendo uma porção de forragem, e caso haja surgimento de água, recomenda-se secar por um período em que, após a realização novamente desse teste, não saia água do feno. Pode ocorrer de a forragem passar do ponto de feno ideal, e tornar-se quebradiça, isso ocorre pela secagem em excesso, se isto ocorrer o feno produzido terá uma qualidade inferior ao esperado. O armazenamento deve ser feito em local seco e fresco, sem incidência direta do sol, caso contrário poderá ocorrer perda do valor nutritivo, pode ser armazenado em fardos produzidos mecanicamente, através de equipamentos específicos, em sacos, ou realizar o enfardamento através de uma prensa artesanal que obtêm excelentes resultados. Ao final desse processo, o feno precisa apresentar um aspecto esverdeado, livres de fungos e odor agradável (ANDRADE, 1999).
Característica de um bom feno
Fardos de feno





3. ENSILAGEM
        Assim como a fenação, a ensilagem é um processo de conservação de forragens que visa ao final do processo a preservação das características nutritivas da planta utilizada, minimizando as perdas desses nutrientes até o consumo final desse alimento.      A conversão dos carboidratos solúveis em ácidos orgânicos através da ação dos microrganismos láticos é o ponto básico dessa técnica. Portanto, para que isso ocorra de forma eficiente, é necessário criar um ambiente anaeróbico que seja capaz de otimizar essa conversão, mantendo níveis de pH dentro dos limites necessários para produção da silagem. É importante tomar conhecimento que na forragem fresca cerca de 75 a 90% do nitrogênio total encontra-se na forma de proteína, que constitui os peptídeos, amidas, aminoácidos livres, clorofila e nucleotídeos, esse fato determina que aproximadamente 40 a 60% do nitrogênio proteico seja solubilizado em compostos nitrogenados não proteicos por intermédio de uma proteólise intensiva que ocorre durante a ensilagem. A redução do pH e o aumento do conteúdo de MS tem efeito direto na extensão da proteólise sofrida pela forragem,  sendo importante a diminuição do pH de forma rápida, principalmente em forragens que possui teores altos de proteínas, como exemplo a alfafa, cuja enzimas proteolíticas passam a ser inibidas assim que o pH tenha uma redução de 4,5 a 4,0. (PEREIRA, REIS, 2001)
Corte e picamento da silagem

        A fermentação secundária, poder tampão de algumas forragens, teor de matéria seca e carboidratos solúveis inferiores a 21 e 2,2% respectivamente, são fatores limitantes na produção da silagem e que necessariamente precisam da utilização de recursos capazes de modificar essa situação. A elaboração de uma silagem pode estar pautada em alguns cuidados capazes de fornecer ao produtor subsídios e conhecimento suficiente para produzir uma trincheira, um silo cincho, silo vertical, silo de superfície etc. com qualidade e armazená-la por muito tempo.

        Dentre esses cuidados destaca-se o planejamento de todas as etapas que precisam ser seguidas até o final do processo. A escolha da forrageira que esteja adaptada na região, obedecendo as recomendações técnicas para sua produção; o ponto de colheita da forragem utilizada, visando obter e armazenar a planta quando esta apresentar teores de matéria seca (MS) dentro dos padrões estabelecidos para a forragem; o enchimento e a compactação da silagem na trincheira, deve ser eficiente e o mais breve possível, visto que rapidamente a planta entra em processo de anaerobiose e fermentação levando a forragem a consumir e perder os nutrientes que se deseja armazenar; as superfícies expostas precisam ser vedadas com a utilização de material infiltrante, como plástico ou lona, permitindo a formação de um ambiente anaeróbico; caso seja necessário a utilização de aditivos para baixar o pH ou estimular o crescimento de bactérias anaeróbicas, fazê-lo racionalmente de acordo com suas recomendações evitando desperdício; e por fim, promover utilização da silagem, de forma eficiente e constante, retirando todas as vezes que aberto, camadas de no mínimo 15cm de silagem, que poderá evitar a fermentação e formação de locais com bolores, ou fungos (LIMA; MACIEL, 2004); (RODRIGUES, 2011).
Silo trincheira
        Diversas gramíneas podem ser utilizadas para a produção de silagem, sendo o milho, sorgo, cana de açúcar, as mais utilizadas. A vantagem do milho e do sorgo é sua grande adaptabilidade em diversos tipos de ambientes, alto teor de nutrientes, e a dispensa na utilização de aditivos ou pré-murchamento.
        A alta produção de matéria seca por hectares e capacidade de fornecer material energético para os animais, a cana-de-açúcar ocupa lugar de escolha da forragem para produção de silagem. Além destas, outras plantas são amplamente utilizadas como, Milheto, Girassol, Raiz e parte aérea da mandioca, Capim-elefante, Capins tropicais (Mombaça, Tanzânia, Marandu, entre outros).
        A preparação para o processo de ensilagem começa quando a forragem apresenta início de floração, realizada a colheita deste material, esta é triturada em fragmentos de 2 a 5 cm e colocada na trincheira, no silo cincho, silo vertical, silo de superfície, etc. sofrendo compactações em camadas de 20 a 25 cm, para retirada do ar. Esse processo poderá ser feito no local onde será ensilado ou no campo e posteriormente transportado ao local de seu armazenamento (LIMA; MACIEL, 2004). A compactação é o ponto chave para o sucesso da silagem, cerca de cinco pessoas, dependendo da extensão da trincheira ou do cincho, precisa caminhar sobre esses fragmentos de forragem realizando a sua compactação. Em grandes trincheiras, esse processo pode ser realizado com as rodas do trator utilizado pra espalhar a forragem, é importante ressaltar que o desenho do silo em forma de trincheira, sendo ela escavada ou não, deve possuir uma declividade no fundo, que facilite o escoamento do excesso de água da forragem para fora da trincheira; as paredes deve ter uma leve inclinação para fora, com um aspecto de “V” ou oblíqua.
        O cuidado com as paredes inclinadas proporciona uma melhor compactação nas laterais do silo, evitando que a forragem fique em contato com o ar ou apresentem bolsas de ar em seu interior e entre em processo de fermentação e venha desenvolver fungos nesses locais, ao término da compactação, é recomendado que a porção superior da silagem de trincheira tenha certo abaulamento da massa ensilada (NUSSIO, MANZANO, 1999).

4. REFERÊNCIAS:
ANDRADE, J.B. Produção de feno. Nova Odessa: Instituto de Zootecnia, 1999. 34p (Boletim Técnico, 44).
EVANGELISTA, A. R. et al. Produção de silagem de capim-marandu (Brachiaria  brizantha  Stapf   cv.  Marandu) com e sem emurchecimento. Ciênc. agrotec. [online]. 2004, vol.28, n.2, pp. 443-449. ISSN 1413-7054.
CASTRO, F. G. F. Uso do pré-emurchecimento, inoculante bacteriano-enzimático ou ácido propiônico na produção de silagem de Tifton 85 (Cynodon sp.). 2002. 136 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2002.
CAVALCANTE, A. C. Feno de Gramíneas: Processo de Produção Passo a Passo. 2004, Disponível em: <http://www.nordesterural.com.br/nordesterural/matler.asp?newsId=517>. Acesso em: 19/02/2014
LIMA, G. F. da C.; AGUIAR, E. M. de.; MACIEL, F. C. et al. Secador solar  – A fábrica de feno para a agricultura familiar. In: Armazenamento de forragens para agricultura familiar. Natal: Empresa de Pesquisa Agropecuária d o Rio Grande do Norte, 2004, p.9-13.
NUSSIO, L. G.; MANZANO, R. P. Silagem de milho. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS: ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR, Anais... Piracicaba: FEALQ, 1999. p. 27–46.
PEREIRA, J. R. A.; REIS, R. A. Produção e utilização de forragem pré-secada. In: SIMPÓSIO DE FORRAGICULTURA E PASTAGENS. TEMAS EM EVIDÊNCIA, 2., 2001, Lavras.  Anais... Lavras: UFLA, 2001. p. 235-254.
REIS, R. A., MOREIRA, A. L., PEDREIRA, M. S. Técnicas para produção e conservação de fenos de forrageiras de alta qualidade. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS. Anais... Maringá: UEM/CCA/DZO, 2001. 319P.

RODRIGUES, C. R, et al; Forragicultura:  Tecnologia  de  produção. In: 5º DIA DE  CAMPO  DO  GRUPO  DE  ESTUDO  E  PESQUISA  FORRAGICULTURA  E  PASTAGENS  NO MARANHÃO; Anais... Chapadinha: SEBRAE, 2011. 49p.

IMPORTÂNCIA DO MAGNÉSIO NOS ANIMAIS

 O magnésio é um mineral essencial para o corpo humano e animal necessário para mais de 300 processos biológicos.
Cloreto de Magnésio
O magnésio tem como funções:  
Cofator em diversas reações enzimáticas do metabolismo  intermediário, constituinte importante dos ossos e dentes, membrana celular e cromossomos, produção de energia (maior parte do magnésio intracelular esta associado ao ATP, síntese de DNA, RNA e enzimas para metabolismo de carboidratos e lipídios, transporte ativo de íons (Ca e K) através de membranas (impulso nervoso, contração muscular, e ritmo cardíaco) funciona também como sinalizador (formação de cAMP) e migração celular, ainda o magnésio atua como modulador fisiológico que afeta fisiologia cardíaca com acoplamento de neurotransmissores e enzimas aos respectivos receptores, com ativação de proteínas e modulação de diversos tipos de canais iônicos. 
Participação do Magnésio no processo biológico

Metabolismo extracelular, 55% esta ionizado (ultrafiltrado), 30% está ligado a proteínas, 14% complexado com citrato, fosfato ou  outros íons (ultrafiltrado), sua concentração é influenciada pelo pH. este mineral tem absorção gastrointestinal e excreção renal.  No intestinal tem se 30 a 40% de  taxa de absorção por difusão facilitada, passiva,  ou absorção ativa. Sendo que vai depender de alguns fatores como: trânsito intestinal, quantidade de água, concentração luminal de Mg. As principais fontes alimentares são sementes, oleaginosas, leguminosas, cereais, integrais, frutos do mar, vegetais verde escuros.   
A excreção do magnésio é renal, onde 95% do Mg filtrado é reabsorvido, no túbulo proximal 40% é absorvido, na alça de henle 50%, até o túbulo distal 95% é absorvido em um rim sadio, o fósforo é um dos fatores que interfere, pois se tiver um baixa na quantidade de fósforo circulante, o organismo reabsorve magnésio, já nas situações de aumento extracelular, hipercalcemia, consumo excessivo de bebidas alcoólicas a uma baixa reabsorção do magnésio. 
Níveis de Mg nos alimentos
Quanto as recomendações dietéticas, este mineral  vai ter uma inter-relação  com outros componentes da dieta no caso de aumento no consumo fibras insolúveis  tem se uma baixa absorção de magnésio. Aumenta-se a quantidade de proteínas, aumenta se a quantidade de excreção do Mg, diminui o consumo  de proteínas (30g/dia) baixa a absorção de Mg. Na deficiência  de magnésio, (rara) mais manifesta-se clinicamente  por:  tremores, espasmos musculares,  anorexia,  náuseas, vômitos, em alguns casos  convulsões e coma.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

CINOMOSE CANINA



O que é?

A Cinomose canina é considerada uma das principais infecções dos cães domésticos e também de alguns carnívoros em geral. é uma doença de alta letalidade e baixa morbidade, perde somente em letalidade para o vírus da raiva.
Hiperqueratose no nariz

 Trata-se de uma doença viral e não possui sozonalidade de infecção, predileção por raça, sexo ou idade, todos os animais não vacinados estão susceptíveis, principalmente animais filhotes recém desmamados em virtude a diminuição dos anticorpos recebido através do colostro.

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Como o cão se infecta?

A transmissão da cinomose ocorre através do contato de um cão sadio não vacinado com secreções de cães portadores da cinomose. Essas secreções são representadas pelas fezes, urina, secreções nasais e oculares.

Quais os sinais clínicos? 

Os sinais clínicos são muito variáveis, e depende muito da da cepa viral e consequentemente a virulência  do agente viral. O estado de saúde e nutrição desses cães também influenciam diretamente na infecção desses animais.
Comumente animais infectados vão apresentar, vômitos, diarreias, tosse e perda de apetite, secreções nasais mucopurulentas, e pequenas pústulas na região abdominal.
Pústulas na região abdominal

o cachorro acometido pela cinomose pode ainda apresentar sinais neurológicos até três semanas após a recuperação dos sinais sistêmicos.  pode apresentar crises convulsivas, desequilibrios, rigidez cervical e ataxia.

Diagnóstico
 O diagnóstico  ocorre através do histórico clinico do animal, bem como a fidelidade na vacinação, exames laboratoriais dificilmente confirma a cinomose pois, alguns testes rápidos podem trazer resultados falso-negativos.

Tratamento 

A cinomose não possui terapia específica, desta maneira o médico veterinário ira utilizar de antibióticos, antiinflamatórios, vitaminas, antiemético, antidiarreico, e infusão contínua de fluidos e caso necessário a utilização de anticonvulsivantes.

Prevenção

A melhor forma de prevenir a infecção pelo vírus da cinomose é através da vacinação. Não existe outra maneira mais eficaz. Todos os cães devem ser vacinados a partir dos 45 dias de idade. Antes de vacinar seu cão certifique se que ele encontra-se em perfieto estado de saúde, isso apenas um medico veterinario poderá fazer. Esse processo é importante pois, a vacinação dos animais deve obedecer alguns requisitos mínimos para que a vacina tenha sua eficácia. não permita que balconistas apliquem vacinas sem a supervisão de um veterinário, pois esse ato poderá colocar em risco a vida do seu pet. Algumas reações alérgicas e anafiláticas pode desencadear no seu animal e vir a óbito instantes após a administração, e o veterinário é o único profissional capaz de reverter tal quadro.